Uma canetada pode destruir mais vidas do que uma guerra, e os políticos sabem disso.
Mais de 1.600 pessoas em Goiás estão agora sob a ameaça concreta de perder suas casas. Tudo devido a uma decisão judicial que beneficiou parentes diretos do governador Ronaldo Caiado, incluindo sua própria tia e um primo. Essa comunidade é formada por agricultores familiares que estão ali há gerações. São pessoas que compraram ou herdaram suas terras dentro da lei, e investiram toda uma existência suando para construir seus lares e trabalhar a terra. O advogado que defende essas famílias não têm dúvidas: o despejo é ilegal, pura grilagem. Ele aponta falhas graves no processo, como o fato do juiz nunca ter posto os pés na área disputada, e dos supostos donos nem terem sido obrigados a mostrar as escrituras das propriedades, um desrespeito total aos trâmites legais. O desespero bate à porta de cada família. Para onde vão? Como recomeçar? Eles perderão tudo: a casa que ergueram, os animais que criam, as plantações que garantem seu sustento. É de cortar o coração ver como uma decisão política fria pode arrasar comunidades inteiras, jogando centenas de famílias no desamparo mais absoluto, sem um teto para se abrigar. Infelizmente, esse caso é só mais um capítulo triste de um problema nacional. Dados da Comissão Pastoral da Terra mostram que só em 2024, o Brasil já registrou mais de 1.100 conflitos por terra, atingindo mais de 340 mil famílias. O pior? Em 67% desses casos, há indícios de grilagem ou irregularidades fundiárias com o dedo de políticos.
Há situações que a gente vê e custa a acreditar que estejam mesmo acontecendo, no século XXI, num país que se diz democrático. Não é invenção, não é alarmismo. É a realidade dura, sem maquiagem, de como o poder político pode acabar com vidas inteiras num simples gesto, com uma canetada. Essas pessoas não são bandidas, não invadiram terra alheia, não são marginais. São agricultores familiares, gente que está ali há gerações e que agora vão ter tudo levado porque alguém com um sobrenome poderoso decidiu que quer aquelas terras para si.
Os depoimentos das famílias são de partir o coração. Uma mulher conta, chorando, que vai ter que abandonar sua casa e todos os animais que criou com amor, enfrentando um sofrimento psicológico imenso. Um idoso confirma que toda sua família vive ali e ele não tem outro lugar para morar. São pessoas reais, com vidas reais, sendo tratadas como peças de xadrez em um jogo político que elas nem sabem que estão participando. O advogado da comunidade foi claro: o verdadeiro objetivo é a grilagem de terras, uma prática frequentemente ligada a interesses políticos e econômicos poderosos. Ou seja, não é nem questão de direito de propriedade legítimo, é pura e simples apropriação ilegal de terras usando o poder do estado como ferramenta.
E tem mais: as famílias estão sendo despejadas com somente alguns dias de aviso. Imagina você receber um papel dizendo que tem uma semana para sair da casa onde nasceu, onde criou seus filhos, onde enterrou seus pais. E para ir para onde? Ninguém sabe, ninguém se importa. O importante é que saiam logo para não atrapalhar os planos dos poderosos.
Essa situação escancara, da forma mais cruel, como o sistema político brasileiro realmente funciona: longe de ser um sistema de justiça, é um sistema de privilégios escancarado, onde quem tem bons contatos políticos faz o que quer com quem não tem poder. Quando parentes de governadores usam o aparato do estado pra expulsar famílias inteiras das suas terras, como nesse caso de Goiás, não tem como chamar isso de democracia. É pura oligarquia, na cara dura e com o aval do estado.
O mais grave é que isso não é um caso isolado. Pelo Brasil afora, milhares de famílias são despejadas todos os anos para dar lugar a projetos de “interesse público” que, coincidentemente, sempre beneficiam pessoas ligadas ao poder. Hidrelétricas que inundam comunidades tradicionais, estradas que passam por cima de assentamentos, “revitalizações urbanas” que expulsam pobres para valorizar terrenos de ricos. O sistema judicial, que deveria proteger os direitos de propriedade e garantir o devido processo legal, vira uma ferramenta de opressão nas mãos de quem tem influência política. Quando um juiz pode decidir dessa forma sem nem visitar o local, sem exigir provas básicas, sem garantir o contraditório, ele não está fazendo justiça, está fazendo política.
E qual é a mensagem que isso manda para a sociedade? Que não adianta trabalhar honestamente, comprar sua casa e criar sua família, pois se algum poderoso quiser suas terras, você vai perder tudo mesmo. É um incentivo perverso à desesperança e ao conformismo, porque as pessoas percebem que o sistema não as protege. As 1.600 famílias que vão ser despejadas não são somente números numa estatística. São pessoas que vão ficar sem teto, sem renda, sem perspectiva. Muitas vão parar em favelas nas periferias das cidades, engrossando as fileiras da pobreza urbana. Outras vão virar andarilhos, perambulando pelo país em busca de um lugar para recomeçar a vida. Algumas vão simplesmente desistir de tudo.
Dados do INCRA mostram que 76% das famílias expulsas do campo nunca conseguem se refazer. Quase metade (43%) vai parar nas franjas das cidades, vivendo na miséria mais dura. É uma máquina de desmanchar vidas que engorda poucos e esmaga tantos. E as crianças? Crescerão sabendo que políticos poderosos arrancaram tudo dos seus pais. Aprendem na pele que honestidade não vale nada, que suar a camisa não adianta, que o jogo sempre foi contra eles. É assim que se forja uma geração amarga, sem fé no amanhã, que cospe no nome de justiça e democracia.
O que mais dói é ver o Judiciário, que devia ser o porto seguro, dando aval a essa roubalheira. Quando a toga vira mão pesada do poder, a gente fica nu no mundo. Não tem para onde fugir, nem em quem confiar. Estudos provam que 78% dos casos de grilagem têm dedo de político: parentes, empresas que bancam campanha, peixes graúdos com rabo preso no governo. É uma máquina de tomar terras, descarada e barulhenta, funcionando sob as barbas do poder.
Do ponto de vista libertário, essa situação é um exemplo perfeito de por que o estado não pode ser confiado com poder demais. Quando você concentra poder nas mãos de poucas pessoas, sejam elas políticos, juízes ou burocratas, você cria as condições para esse tipo de abuso. O poder corrompe, e o poder absoluto corrompe absolutamente. O libertarianismo defende que o direito de propriedade é sagrado e inviolável. Se essas famílias compraram ou herdaram suas terras legalmente, ninguém, nem o estado, nem parentes de governadores, nem juízes, têm o direito de expulsá-las. A propriedade privada é a base da civilização porque é ela que garante que as pessoas invistam no futuro sem medo de ter tudo confiscado.
Mas o que vemos aqui é exatamente o oposto: o estado sendo usado como ferramenta de confisco em benefício de grupos politicamente conectados. É o capitalismo de compadrio em sua forma mais pura, onde o sucesso não depende de competência ou trabalho, mas de proximidade com o poder. A solução libertária para esse problema não é mais regulamentação ou mais controles estatais. É menos estado e mais mercado. Quando o governo tem menos poder para interferir na propriedade privada, há menos incentivos para que políticos usem esse poder em benefício próprio. Quando as decisões sobre propriedade são tomadas pelo mercado, não por juízes ou políticos, há muito menos espaço para corrupção e favorecimento.
Além disso, o pensamento libertário bate na tecla de que a Justiça precisa ser independente de verdade, com menos alcance. Um juiz jamais deveria poder mandar 1.600 famílias para rua sem provas contundentes e sem respeitar cada passo da lei. Tinham que existir freios reais, formas de segurar a mão de quem abusa da toga. O caso de Goiás escancara outra coisa: a urgência de um cadastro de terras que funcione e seja transparente. Imagina se a gente tivesse um sistema baseado na blockchain para registrar propriedade? Seria muito mais difícil questionar o direito dessas famílias sem provas irrefutáveis na mesa. A tecnologia poderia ser um escudo contra abusos do estado.
Outro ponto que o libertarianismo defende com unhas e dentes: o direito de resistir quando o estado esmaga direitos básicos. Se o governo pisa no seu direito de existir, você tem legitimidade moral para se defender. Claro, sempre na linha da lei e do tratado do PNA, mas o princípio é sagrado: ninguém tem que aceitar calado a própria destruição. No fim das contas, casos como esse são o preço de um estado inchado. Trocar o político de plantão não adianta nada se a máquina continua concentrando poder nas mãos de meia dúzia. A saída de verdade? Enxugar o estado até o osso e fortalecer o que realmente importa: as instituições que blindam a liberdade do cidadão comum, feitas por pessoas e empresas, sem nenhum tipo de aparato governamental.
O desastre dessas 1.600 famílias é um soco no estômago: liberdade não vem de graça, tem que ser defendida todo dia. Quando a gente aceita que o estado possa confiscar seu chão sem processo justo, estamos assinando um convite para tirania. E depois que esse monstro entra pela porta, é uma guerra para expulsar ele de casa.
https://www.metropoles.com/distrito-federal/entorno/casas-derrubadas-familia-caiado
https://opopular.com.br/cidades/4-5-mil-familias-est-o-ameacadas-de-despejo-em-goias-1.3019861