Como será que estará o estado brasileiro e a organização social em 2323?
Você já sabe que toda quinta-feira, às 20h, horário de Brasília, nós do visão libertária estamos fazendo uma live com vários de nossos colaboradores para conversar e melhor apresentar as ideias e o propósito dessa nobre iniciativa. Então já fica o convite, não perca a próxima! Acompanhe ao vivo e venha discutir assuntos de nosso interesse. Pois bem, na segunda dessas lives, que estão disponíveis aqui no canal na aba “ao vivo”, cujo link você encontra na descrição, fomos perguntados em como estaria a sociedade e o estado brasileiro no ano de 2323.
Essa pergunta é tão inocente quanto capciosa e pode ser respondida de maneira simplista, como em uma conversa de mesa de bar. Mas neste vídeo resolvemos nos debruçar sobre essa questão e analisar alguns aspectos desse exercício de futurologia.
Na década de 1960, quando Stanley Kubrick pensava seu clássico “2001: Uma odisseia no espaço”, com Arthur Clark, fizeram um esforço de imaginação de como seria o mundo 40 anos à frente. Não parece muito tempo, mas a revolução tecnológica já havia começado e era difícil prever o que aconteceria em apenas alguns anos a mais.
Então pensaram uma coisa extremamente simples: olharam 40 anos para o passado e analisaram como era a vida na década de 1920, concluindo então que a vida não havia mudado tanto assim. O ser humano ainda vivia os mesmos dilemas e os costumes eram praticamente iguais, apenas chamando a atenção a explosão massiva das áreas urbanas. Então, seguindo a lógica desses gênios, para imaginar como estaremos daqui a 200 anos, podemos muito bem olhar para 200 anos atrás.
No início do século XIX o mundo já estava integrado por extensas redes de comércio marítimas. Progressistas e revolucionários acabavam de tomar o poder sob o comando de Napoleão, derrubando as últimas monarquias europeias. O sistema de educação compulsório, centralizado e a serviço da doutrinação estatal, fora inaugurado na Prússia. Já o Brasil se tornava independente de Portugal. Enquanto isso, o ancapistão grassava no velho oeste dos Estados Unidos da América, ambiente que estabeleceria as bases da mais poderosa nação do mundo hoje.
Então sempre é possível observar diversas dinâmicas ocorrendo, o difícil é saber quais delas serão mantidas e evoluirão no futuro. Assim, analisando cada uma dessas que citamos: no comércio marítimo houve adensamento, expansão e consolidação de rotas oceânicas, integrando o globo e tornando mundiais as cadeias produtivas. Já os progressistas e revolucionários, originaram os movimentos comunista, nacional-socialista e fascista; acabaram tomando o poder mundo afora e geraram as sociais-democracias que conhecemos hoje. A educação está mais centralizada do que nunca; aqui no Brasil está nas mãos do MEC, mas obedecendo a uma agenda global de cunho marxista e revolucionário. O Brasil se tornou um país independente de Portugal, mas escravo de suas oligarquias regionais, justamente o que mais temia Dom João VI. E os Estados Unidos vão pelo mesmo caminho, que, aliás, é o único resultado possível para qualquer democracia.
Agora, os processos que identificamos como importantes hoje, se continuados 200 anos à frente, obviamente gerarão profundas mudanças em nossa organização social. Basicamente o que vemos hoje é uma diminuição brutal no custo da informação, que por sua vez tem impactos diretos na redução dos custos de administração, oportunidade e transação. Com a redução desses custos, grandes estruturas hierárquicas, baseadas em coerção e planejamento central, tendem a se tornar extremamente ineficientes frente a pequenas organizações de cunho descentralizado e que exibam alinhamento correto de incentivos econômicos.
Além disso, há três coisas que ameaçam um poder centralizado: discordâncias internas, discordâncias externas e falta de apoio popular. Discordâncias internas e externas estão bem resolvidas com a estrutura de poder moldada pelas democracias modernas. Então, basicamente a única coisa capaz de desestabilizar um regime moderno seria a falta de apoio popular, que justamente cresce com a perda do monopólio da informação. E é por isso que querem censurar a internet!
No entanto, quem poderá garantir que tal fenômeno realmente evoluirá? Nós aqui não somos nenhum tipo de mãe Diná ou João Bidu e seria extremamente temerário dar qualquer previsão, mesmo que seja para o curto prazo. Sim, nós vemos os processos se desenvolvendo e trabalhamos para sua manutenção, mas não seria honesto ficar fazendo previsões futurísticas. Se quiser ver mais sobre isso, leia o conto da “A Cartomante” de Machado de Assis.
De qualquer maneira, temos apenas duas certezas: quanto a nós, estaremos todos mortos, e quanto ao Brasil, nada podemos afirmar. Portanto, tudo o que vamos fazer deve-se basear apenas nessas duas verdades universais, tomando o resto como previsões ou especulações.
Então analisaremos primeiro o fato de não sabermos nada sobre o futuro do Brasil. Se não é possível prever absolutamente nada sobre o futuro do país, da sua cidade, ou até mesmo sobre o futuro de sua família, cabe a cada um de nós investir no nosso desenvolvimento pessoal. Poder-se-ia dizer que esse é o individualismo metodológico de Mises aplicado num exercício de futurologia. Mas, a meu ver, isso é puramente lógica! Se não dá para saber o que acontecerá com a coletividade, só resta algum controle sobre o que acontece conosco. Uma coisa que ainda é necessária afirmar a nós habitantes do planeta Terra, neste momento: só haverá Brasil em 2323 se hoje cada um de nós assumir a responsabilidade de ter filhos e criá-los para assumir suas responsabilidades e seu lugar neste mundo. O Brasil de hoje tem que criar o Brasil de amanhã! Portanto, a quantidade de filhos que estamos dispostos a ter e a qualidade da criação que destinaremos a eles é o que garantirá não só a sobrevivência, mas todo o ambiente do que será o Brasil do futuro.
E isso nos liga ao segundo ponto de nossas verdades universais sobre o longíquo futuro. Já que estaremos mortos, justamente devemos garantir que alguém não só ocupe o território, mas forje o Brasil do futuro e o constitua considerando a lógica, a ética universal e a lei natural. De qualquer forma, não será um lugar perfeito! Ainda que as sociedades evoluam considerando a lei natural humana, sempre haverá problemas, sempre haverá gente sacana, sempre haverá ladrões e bandidos, psicopatas, manipuladores e usurpadores de todo tipo.
No entanto, em um ambiente assim os incentivos estarão contra eles! E nós que compomos a parcela produtiva da sociedade, não seremos mais escravizados pelos valentões da escola. Nem nós, nem nossos descendentes. Mas essa conversa ainda tem outro lado! Se nada é possível afirmar ao Brasil do futuro, tudo o que podemos fazer é investir em nós mesmos hoje e na criação das futuras gerações, vale dizer que o ancapistão pode estar mais próximo hoje, na sua vida!
Você que está aí nos escutando entenda que não é o Brasil que precisa mudar, mas é você que, ao enxergar diferente do que vem sendo imposto por esta educação doutrinadora, pode se libertar e começar uma jornada de desenvolvimento que ruma no sentido de uma soberania do indivíduo, a sua soberania. Já é hora de dar uma banana para toda essa lógica que nos é enfiada goela abaixo e começar a moldar nossa própria realidade. Sobre isso gostaria de citar um pensamento do Olavo de Carvalho:
“Se você quer mudar o sistema, você é escravo dele. Então, o importante não é mudar o sistema, é você criar outro sistema para você mesmo e dizer: ‘eu vivo no meu sistema, o seu é irreal’. Ou seja, estão todos vivendo uma peça de teatro e eu saí da peça de teatro. Eu não reajo segundo as pautas de condutas que são as suas. Vocês não vão compreender o que estou fazendo e eu estou pouco me lixando se vocês compreendem ou não".
Saiba desde já que a jornada pela sua soberania começa agora e só terminará com sua morte, mas que poderá continuar com suas próximas gerações, se assim você ensiná-las. Apesar de parecer muita responsabilidade e trabalho, tudo valerá a pena. Ao menos, assim precisamos pensar.
Ao trabalho!
VISÃO LIBERTÁRIA AO VIVO #2
https://www.youtube.com/watch?v=bjUDsiXx01U
Sobre mudar o sistema – Olavo de Carvalho
https://www.instagram.com/reel/Cyb4ZMeppNz/?igshid=MTc4MmM1YmI2Ng%3D%3D