Nossos vizinhos estão percebendo a cada dia que a esquerda promete o paraíso e entrega o inferno. A Bolívia é o mais recente país a varrer a esquerda do governo e colocar no poder o candidato que prometeu "capitalismo para todos".
Pois é, parece que o vento começou a soprar de outro lado na América Latina. Enquanto o Brasil insiste em remar contra a maré, a vizinhança começa, finalmente, a acordar do longo pesadelo vermelho que a assombrou nas últimas décadas. A eleição de Rodrigo Paz na Bolívia — esse nome que talvez até pouco tempo atrás pouca gente aqui no Brasil conhecia — é mais do que uma simples troca de presidente. É um símbolo de mudança. Um sinal de que o povo boliviano cansou da velha retórica socialista, das promessas revolucionárias que só geram miséria e dos messias de palanque que se dizem “do povo”, mas vivem do dinheiro do próprio povo.
Rodrigo Paz, filho de ex-presidente e herdeiro de uma tradição política moderada, venceu as eleições com um discurso de centro-direita. E não, ele não é um libertário, nem mesmo tão de direita quanto gostaríamos. Mas, convenhamos, diante do que a Bolívia viveu nos últimos vinte anos, qualquer passo na direção da liberdade econômica e do respeito à propriedade privada já é um salto gigantesco. Depois de quase duas décadas sob o comando da esquerda autoritária, a simples ideia de um governo que promete respeitar as instituições, incentivar o livre mercado e parar de demonizar o lucro soa quase como uma revolução.
O que chama a atenção, no entanto, é o contexto em que essa vitória acontece. O continente sul-americano — que por tanto tempo foi o quintal do socialismo e o playground de caudilhos populistas — começa a se redesenhar. A direita, ainda que tímida em alguns lugares e confusa em outros, volta a ganhar espaço. A Argentina, com Javier Milei, rompeu o tabu e mostrou que há vida fora do peronismo. O Paraguai segue firme em seu conservadorismo, o Equador tem um presidente de centro-direita, Daniel Noboa, e agora a Bolívia decide virar a página. Enquanto isso, o Brasil… ah, o Brasil continua preso na década de 70, com um governo que parece ter saído direto de um panfleto sindicalista amarelado pelo tempo.
Lula, aquele que se acostumou a ser o queridinho do Foro de São Paulo, agora se vê cada vez mais isolado. Não apenas na América do Sul, mas no mundo todo. A esquerda internacional — que há poucos anos se orgulhava de formar uma espécie de “frente progressista global” — começa a derreter diante da realidade. Na Europa, governos de direita e centro-direita se multiplicam. A Itália com Giorgia Meloni, a Hungria com Viktor Orbán e a Alemanha com Friedrich Merz são apenas alguns dos exemplos. Aqui na américa, o maior exemplo são os Estados Unidos com Donald Trump. Mesmo na França o discurso conservador avança entre as camadas médias que se cansaram da arrogância estatal, da imigração descontrolada e das promessas ambientalistas que só servem para aumentar impostos.
Mas no Brasil, parece que ainda não chegou a notícia. Lula continua discursando como se fosse o grande porta-voz dos pobres do planeta, o último bastião da justiça social. O mundo mudou — e ele não percebeu. Ou talvez tenha percebido, mas finge não ver. Porque admitir que o socialismo faliu seria reconhecer que toda a sua narrativa de décadas não passa de uma ficção bem contada.
A vitória de Rodrigo Paz na Bolívia é mais um capítulo dessa mudança de era. O novo presidente, de perfil moderado e discurso conciliador, promete estabilidade econômica e diálogo — duas palavras que, traduzidas do dialeto político boliviano, significam: “chega de estatismo e de aventuras populistas”. É claro que Paz não é um anarco-capitalista, longe disso. Ainda defende a presença do estado em áreas-chave, ainda fala em “programas sociais” e “proteção aos vulneráveis”. Mas, veja bem, o simples fato de defender equilíbrio fiscal e de não tratar empresários como criminosos já é um sopro de sanidade.
E, convenhamos, sanidade é o que mais falta por aqui. No Brasil, o governo parece ter se especializado em perseguir qualquer um que pense diferente. O STF, esse verdadeiro superpoder não eleito, age como um comitê de salvação do regime. Cada decisão judicial, cada censura travestida de “proteção à democracia”, é um lembrete de que vivemos num estado onde a lei serve ao príncipe, não ao cidadão. O Congresso, submisso e covarde, assiste a tudo de braços cruzados, enquanto a imprensa finge normalidade — afinal, com a mídia o lema é “dinheiro na mão, calcinha no chão”.
Por isso, quando olhamos para o que acontece na Bolívia, não é apenas um alívio; é uma lição. A virada política do país vizinho mostra que a paciência dos povos com promessas socialistas e narrativas igualitárias tem prazo de validade. E que a informação descentralizada — essa força silenciosa da era digital — está abrindo os olhos das pessoas de um modo que o estado já não consegue controlar.
Antigamente, os governos moldavam a opinião pública por meio de suas TVs estatais, seus jornais subvencionados, suas universidades doutrinadas. Hoje, basta um celular na mão e um canal no YouTube para que a mentira seja exposta e a farsa desmascarada. A descentralização da informação é, talvez, o maior inimigo do socialismo moderno. Porque, uma vez que as pessoas percebem que foram enganadas, é impossível voltar atrás. A ilusão da igualdade prometida se desfaz quando a verdade se espalha em rede, quando alguém mostra, com números, que os países mais livres são também os mais prósperos — e que o “estado protetor” nada mais é do que um ladrão legalizado.
É isso que está acontecendo na América Latina. Um continente inteiro, que durante décadas se ajoelhou diante de ideologias importadas de universidades européias e sindicatos cubanos, começa a abrir os olhos. O socialismo prometeu dignidade e entregou miséria. Prometeu justiça e gerou privilégio. Prometeu igualdade e produziu castas de burocratas milionários. E o povo, cansado de ser cobaia de utopias, começa a reagir.
Enquanto isso, no Brasil, a esquerda se agarra desesperadamente ao poder, usando as mesmas ferramentas de sempre: o medo, a censura e o clientelismo. Mas não vai durar para sempre. A história é cíclica — e a verdade sempre encontra um jeito de vencer. A próxima eleição, em 2026, será decisiva. Não apenas pela escolha do presidente, mas, principalmente, pela composição do Senado. Porque é ali, no Legislativo, que se pode colocar freio aos abusos de um Supremo que se julga acima da Constituição. Sem um Senado de direita, independente e firme, não haverá limite para a expansão do poder estatal. E, sem limites, o estado faz o que sempre fez: se alimenta da liberdade dos outros.
Rodrigo Paz venceu as eleições prometendo “capitalismo para todos”. É bonito de ouvir, mas, na prática, sabemos o que importa: se ele realmente permitir que o mercado funcione, se reduzir o intervencionismo e devolver à sociedade um pouco de autonomia, já terá feito mais pela Bolívia do que Evo Morales em todos os seus anos no poder. O simples ato de não atrapalhar já é, em política, uma virtude rara. E, sejamos honestos, num continente em que o estado costuma ser o maior obstáculo para o progresso, um governo que apenas “não atrapalhe” já seria quase utópico.
Mas a lição que fica vai além das fronteiras bolivianas. O crescimento da direita pelo continente é, em essência, um reflexo de algo maior: o cansaço global com o fracasso da esquerda. O mundo inteiro começa a perceber que não há almoço grátis, que redistribuir riqueza é apenas um nome bonito para roubar o que é dos outros. As pessoas estão percebendo que liberdade individual, propriedade privada e responsabilidade pessoal não são “privilégios burgueses”, mas os únicos caminhos possíveis para uma sociedade justa e próspera. E isso está acontecendo não porque governos ensinaram — mas porque a informação descentralizada permitiu que as pessoas aprendessem sozinhas.
É por isso que a direita precisa aprender com a esquerda em um ponto específico: cooperação internacional. Sim, a esquerda é mestre nisso. Seus líderes, ONGs e fundações se ajudam mutuamente, trocam narrativas, compartilham estratégias e financiam causas comuns. A direita, em contrapartida, ainda opera como se cada país fosse uma ilha. Está na hora de mudar isso. Se queremos que o avanço da liberdade continue, é preciso criar pontes, compartilhar conhecimento, fortalecer redes e dar visibilidade a cada vitória, por menor que pareça. A Bolívia precisa saber o que está acontecendo na Argentina, assim como o Brasil precisa entender o que se passa na Europa ou nos Estados Unidos. A liberdade é uma causa global, e a batalha é cultural antes de ser política.
O socialismo se impôs no século XX pela cooptação da cultura — e é exatamente aí que a liberdade precisa reconquistar espaço. Escolas, universidades, mídias, artes — tudo isso foi dominado pela retórica estatista, e está sendo lentamente reconquistado pela força das ideias e das vozes independentes. A descentralização não é apenas tecnológica; é filosófica. É a quebra do monopólio da verdade, o fim do poder de quem se achava dono da narrativa.
E aqui chegamos ao ponto mais profundo dessa história: a vitória da direita na Bolívia — e em tantos outros lugares — não é o ponto final. É apenas o começo. Porque, assim como a descentralização da informação revelou o fracasso da esquerda, ela também há de revelar, em breve, as limitações da própria direita. Sim, governos de direita são preferíveis aos de esquerda — porque, em geral, roubam menos, regulam menos e atrapalham menos. Mas ainda são governos. Ainda são estados. E o estado, por definição, é a negação da liberdade plena.
Hoje, a maré direitista traz esperança. Amanhã, a mesma maré nos mostrará que a verdadeira liberdade não está em escolher quem manda, mas em não precisar de ninguém mandando. O libertarianismo — esse ideal tão ridicularizado pelos estatistas de todas as cores — é a consequência lógica de uma sociedade que aprendeu a pensar por si mesma. Quando as pessoas entenderem que não precisam de um “salvador” nem de um “protetor”, mas apenas do direito de viver em paz, de trabalhar, de negociar e de ser donas de si, então o ciclo estará completo.
A Bolívia pode ter dado apenas o primeiro passo. Mas é um passo na direção certa. Enquanto isso, o Brasil insiste em caminhar para trás, tropeçando nos próprios burocratas. Talvez ainda demore um pouco, mas a verdade é paciente. E quando ela chega, chega para ficar.
Por ora, celebremos a vitória de Rodrigo Paz como um sopro de ar fresco no continente cansado da fumaça socialista. E lembremos: a informação descentralizada libertou o mundo da ilusão de que a esquerda era a solução. Em breve, essa mesma força há de libertar o mundo da ilusão de que o estado é necessário. E aí, meu amigo, quando esse dia chegar, nem Lula, nem Milei, nem Paz, nem nenhum outro político terá mais o poder de decidir por nós. Porque seremos, finalmente, donos de nossas próprias vidas.
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/10/20/quem-e-rodrigo-paz-eleito-presidente-na-bolivia.ghtml
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/10/20/esquerda-x-direita-veja-como-esta-o-mapa-da-america-do-sul-apos-a-eleicao-presidencial-na-bolivia.ghtml