Elão vs Xandão - O que se pode aprender dessa briga de titãs?

A nova disputa entre Elon Musk e Xandão nos revela que estamos num novo paradigma cada vez mais disruptivo e pró-liberdade, no qual ditadores como Xandão não tem tanto poder quanto achávamos.

Antes da análise em si, só um pouco de contexto.

Acho que você deve estar sabendo da briga entre o senhor Musk, nosso novo herói favorito, que aqui será chamado somente por Elão, e nosso ditador togado, o careca mais amado do Brasil (contém ironia). Já que é dos carecas que elas gostam mais, o único, o inigualável, o justo, o defensor da demogracinha bananense, o grande Xandão. Nosso rei Sol, sapientíssimo, magistradíssimo, supremíssimo, nosso capataz preferido, cujas chibatadas explodem em amor nas nossas costas. Tamanha é nossa admiração por ele, que se falássemos outra coisa poderíamos responder por processos na justiça.

Enfim, esse pessoal do alto escalão do estado brasileiro resolveu medir seus bíceps e, como num braço de ferro que vai e vem, inúmeros capítulos emocionantes têm surgido, com reviravoltas dignas de novela brasileira. Baita dramalhão sem nexo.
Entretenimento garantido pra você e sua família! Já que não há censura de idade para essa programação.

Mas quem falou em censura? Foi o Elão que começou com isso, revelando ao mundo o que está acontecendo no Brasil: a censura de inúmeras pessoas que apenas diziam o que pensam e criticavam o STF. Mas Xandão, nosso glande imperador, estava somente defendendo as instituições de seu curral, que naturalmente só aceitam as opiniões permitidas pelos 11 iluminados. Por incrível que pareça, se você defender as próprias leis brasileiras atualmente, será considera um extremista e inimigo da democracia. Quem descumpre todas elas de forma descarada, é considerado um defensor da democracia, um ser iluminado que sabe o que é melhor para centenas de milhões de pessoas.

Vamos tentar analisar o que está por trás das aparências cambiantes, que atônitos, temos visto passar diante de nós.

Para isso, precisamos entender que, após a Revolução Francesa, o estado-nação cresceu em poder e em proporções nunca antes imaginada pelo pior dos psicopatas corporativos. Concentrando poder, centralizando decisões, destruindo a individualidade e as instituições intermediárias, abolindo a lei natural humana e alçando os piores ao poder, o estado-nação se tornou o mais horrendo e faminto dos Leviatãs, infelizmente como previsto por Hobbes.

Aos burocratas, políticos e operadores dessa instituição deturpada e ilegítima são dados os favores. A você é dada a lei! Não a lei natural, como desejava o político e economista francês, Fredéric Bastiat, mas a lei escrita pelos próprios mafiosos que reinam indefectíveis em suas cátedras erigidas sobre cadáveres. E para piorar, hoje em dia nem mesmo a lei, até porque, muitas injustiças tem violado a própria Constituição brasileira. Isso só nos revela que as leis estatais são rabiscos que são utilizados de acordo com a conveniência e quando não servem aos interesses dos poderoso, são rapidamente descartados.

Mas como nada é eterno nessa Terra e como grande parte dos fenômenos físicos e sociais que conhecemos obedecem às ordens cíclicas, o aparente todo-poderoso estado-nação, após conhecer seu auge, começa a ruir sob seu próprio peso. Inclusive, há um índice para medir a falência dos estados, uma iniciativa do “Fragile States Index”, promovida pela “The Fund For Peace”, o link para verificar os dados e os mapas seguem na descrição.

Um dos problemas verificados pelo pessoal do “Fragile States Index” é que quando um estado-nação começa a falir, há uma forte tendência de surgir outro estado ainda pior, que funcione em paralelo e dispute poder e território com o estado-nação.

No ciclo de falência atual do estado-nação moderno brasileiro, os operadores deste se veem ameaçados por um narcoestado. Na verdade, por um ou mais narcoestados, que também disputam território entre si, ou seja, são organizações criminosas concorrentes. Sendo que, qualquer um desses narcoestados funciona de maneira semelhante ao estado-nação moderno: com planejamento central, sistema de leis, domínio de uma porção de território por coerção e submissão da população desse território à sua justiça. É o que acontece em locais violentos, onde o estado brasileiro evita atuar diretamente.

Portanto, para o “Fragile States Index” a simples existência de organizações criminosas - e sua expansão acelerada - é um forte indicador que o estado brasileiro está falido. Alguém surpreso até aqui?

Mas nesse ambiente de disputas por poder, influência, recursos e território, nada melhor que uma pessoa que consiga um diálogo cabuloso entre o estado-nação e o narcoestado. E lembra quem era o advogado do PCC? Ah meu querido, bem-vindo ao Xandaquistão!

Sim, o Xandaquistão inaugura o narco-estado-nação. Seria como foi o Evo Morales na Bolívia? Não sei, mas aqui no Brasil parece que foi agora que houve essa junção de maneira explícita e inquestionável. Veja, eles perderam totalmente o pudor! Nem tentam esconder mais suas ligações espúrias e seu passado comprometedor. É ministro entrando em regiões controladas por facções criminosas como se fosse a casa da mãe Joana!

E assim como na justiça do tráfico, Xandão é a vítima, o denunciante, o acusador, o juiz e o executor da pena - da mesma forma que acontece em muita favela por aí dominada pelas mais cruéis facções criminosas. Mas que cara fominha, parece aquele jogador que cobra o escanteio e quer correr na área para cabecear!

Se algum dia você se perguntou de onde vêm tanto poder, se você não entendia o porquê ninguém tinha coragem de desobedecer ao imperador absoluto do Brasil, fica a dica: ele uniu interesses do estado formal e do narcoestado no Brasil. E isso não é pouca coisa!

Agora tente imaginar que tipo de pessoa seja essa? Qual o nível de psicopatia e narcisismo necessários para alcançar todo esse poder dentro de dois sistemas perversos e violentos? É algo como o Mike Tyson que ganhou o título mundial de três confederações de boxe distintas. Você teria coragem de lutar contra Mike Tyson?

Mas quando estava tudo dominado, quando tudo era no estado, tudo para o estado e tudo pelo estado, surge a internet, cuja natureza descentralizada é contrária à filosofia do estado moderno altamente centralizador. E com as redes sociais, o estado moderno - que antes tinha o controle da informação, começa a sofrer uma derrota nesse campo de batalha. Seus conglomerados midiáticos, totalmente submissos aos agentes da alta cúpula da política brasileira, perdem forças para os novos concorrentes. As pessoas começam a interagir entre si, sem o intermediário orwelliano da Rede Goebbels de televisão que tentava moldar a mentalidade e o imaginário de toda a nação brasileira.

E sim, na cabeça desses mafiosos, tudo se resume a jogos de poder, pouco importando o que se deve fazer para conquistá-lo e mantê-lo. Até hoje quem melhor descreveu isso foi Nicolau Maquiavel.

Então, na atual configuração, vemos um representante de um narco-estado-nação lutando contra um representante corajoso e bem-sucedido da internet, o dono do X. O senhor Elão, o famoso bilionário dono da Space X, achou estranho as condutas ilegais cometidas pelo careca, que é a cara do regime ditatorial que vigora no Brasil. Elão revelou coisas absurdas como o fato de que o Lex Luthor brasileiro estava ameaçando prender os funcionários do X, antigo Twitter, se eles não cumprissem as ordens inconstitucionais exigidas pelo carecão.


Mas se de um lado há a coerção, a força bruta pura e simples, o hardpower estatal inteiro direto na sua cara, do outro está o softpower, o voluntarismo e a prestação de serviços voltada em atender a anseios de mercado.

De um lado nós não temos nada a ganhar. Do outro, podemos ao menos escolher. E a luta pela informação não é pouca coisa. Estrategistas, mundo afora, observam que há 3 formas de desestabilizar um governo:

1. Por golpes ou traições - que mantém o mesmo grupo e o mesmo sistema, apenas trocando os peões;
2. Por guerras interna ou externa - que tende a mudar o grupo no poder, mas a manter o mesmo sistema e;
3. Por disseminação de informação - que tende a mudar o sistema e o grupo hegemônico no poder.
Este último é o que estamos testemunhamos.

Por isso que, do ponto de vista da manutenção do poder, a Coreia do Norte é o regime moderno de maior sucesso! Lá, o controle da informação é brutal. Essa é a única saída para os mafiosos dos estados-nação atuais, calar sua boquinha e criar uma única narrativa a ser aceita por todos - quem ousar questionar, cadeia. Portanto, a pergunta aqui não é se eles vão partir para censurar a internet, mas apenas quando vão fazê-lo. Realmente, eles tentaram a todo custo, em 2023, passar o PL da censura, o famoso PL 2630, mas por enquanto - e felizmente - isso não tem aprovação pelo povo brasileiro, em geral, e isso pressionou os deputados.

Assim, o embate entre o estado-nação e as empresas de mídia na internet fica claro e até óbvio. O avanço de um, tira poder do outro. A disputa é clara e os interesses irreconciliáveis. E como essas são características intrínsecas de cada parte, elas vão se chocar. Bem, na verdade, já se chocaram e essa colisão foi muito forte.

Portanto, para os mafiosos de plantão o pior cenário é o de disseminação da informação, que invariavelmente deixa o rei nú - ou seja, as verdades expostas e a tirania desmascarada. Só assim as pessoas podem se libertar da linguagem orwelliana imposta há alguns anos no Brasil, em que “democracia” passou a significar ditadura do judiciário, e “extrema-direita” passou a significar pessoas que defendem a liberdade. Essa mentalidade libertária que reconhece o sistema pelo que ele realmente é, é o que chamamos recentemente de Red Pill. Mas nós do Visão Libertária já passamos dessa, nós estamos no Black Pill: o estado moderno é uma gangue, salve-se quem puder! Use Bitcoin, fortaleça laços, desenvolva a si mesmo e busque formas de aprender habilidades úteis, inclusive para fugir do país.

E veja, nós estamos justamente neste paradigma: estamos usando as redes sociais para disseminar informações de maneira descentralizada, cujo propósito é ajudar a se defender desse sistema opressor.

Então, fica claro que pela própria natureza da coisa, nós já adotamos um lado nessa briga. Não que o senhor Elão seja o único defensor da liberdade de expressão. Não que Elão seja o profeta de um futuro de paz e justiça, como se fosse um salvador. Não que Elão vá fundar um ancapistão. Ninguém aqui é tão comunista para acreditar em um paraíso na Terra e em soluções simplistas. Mas o nosso herói americano é um dos operadores desse sistema disruptivo, que tem as melhores chances de suplantar o estado moderno. Enquanto estiver de acordo com a lei natural humana, terá nosso apoio.

A nós, parece que estamos no meio de uma grande mudança de paradigma. Os operadores do paradigma antigo vão usar de todo seu poder e influência para manter o atual status quo, a saber, a ditadura da toga e o corrupto sistema social-democrata. Já os operadores do novo paradigma, à medida que crescem e se fortalecem, começam a fazer sombra e criam essa espécie de guerra fria. É o que estamos vendo.

E sendo esses paradigmas de natureza muito diferente, tendo pouco ou nada em comum, o que se espera é um processo de substituição. Como sempre, quem teve sucesso no paradigma anterior, será destronado pelo que está se afirmando.

Invariavelmente, as organizações evoluem para sistemas cada vez mais eficientes, portanto, inexoravelmente o estado-nação como o conhecemos hoje tende a ruir, devido sua total ineficiência. Isso abrirá espaço para novas organizações que apresentem soluções aos problemas que o estado moderno foi incapaz de resolver ou que os resolve a um custo exorbitante.

Pensamos nisso de maneira idealizada, pois é possível que outras organizações, ainda piores que o estado moderno, ascendam ao poder, transformado nossa vida miserável num inferno completo. Já se ventilam soluções de massificação digital com moedas globais, reconhecimento pela íris do olho, chips cerebrais, entre outras bizarrices que espantam só de pensar - tudo defendido pelo senhor Klaus Schwab, o ditador do Fórum Econômico Mundial. Justamente por isso, que não podemos perder nenhum minuto sequer para fortalecer a nós mesmos e criar laços profundos com nossa comunidade e com aqueles que compartilham uma visão de mundo semelhante.

E já que falamos em mudança de paradigma, para continuar nesse assunto assista agora ao vídeo “Bitcoin: o novo paradigma financeiro”, cujo link segue na descrição.

Referências:

Bitcoin: o novo paradigma financeiro
https://www.youtube.com/watch?v=Hdoup7jb0ow

Fragile States Index
https://fragilestatesindex.org/