27 Mar. 2024
Escritor: riubilly
Revisor: Lord Caligula
Narrador: Lord Caligula
Produtor: Invest Bear

Enquanto a propaganda estatal molda opiniões, a iniciativa privada molda a realidade

Que idade você tinha quando descobriu que a história da Caneta Multimilionária da Nasa contra o simples Lápis Soviético era apenas um Mito?
Este é o Visão Libertária, sua fonte de informações descentralizadas e distribuídas.

Que o Estado vive apenas de Propaganda e Ilusões, já é fato notório de muitos libertários; mas é surpreendente como a propaganda estatal sempre foi capaz de moldar as opiniões do mundo todo. É como se o Ministério da Verdade, citado por George Orwell, em sua obra “1984”, não fosse uma previsão distópica, e sim a constatação de que o Estado molda nossa percepção de acordo com seus interesses, a fim ludibriar e enganar a população ‒ e o faz desde os primórdios da humanidade.
Uma dessas histórias que entraram com força no imaginário popular, e que somente agora reconhecemos como mito, fala sobre como a Nasa gastou anos de pesquisa e milhões de dólares tentando desenvolver uma caneta capaz de escrever em gravidade zero, enquanto a União Soviética usou o senso comum e resolveu o problema usando um simples lápis.

Pois é, essa história não passa de um mito, conforme descrito no artigo da revista Scientific American, cujo link está na descrição. A versão real é mais um exemplo de como a iniciativa privada, em sua saga atrás do lucro, tem sempre as melhores respostas para qualquer problema.
O artigo explica que, segundo os historiadores da Nasa, originalmente, tanto os astronautas da Nasa quanto os soviéticos usavam lápis. A agência espacial americana chegou a encomendar 34 lapiseiras especiais no valor de US$ 128,89 cada, o que gerou uma grande reação da opinião pública e fez a Agência procurar por opções mais baratas. Ainda segundo a autora do artigo, os lápis não eram mesmo a melhor opção, já que, além de serem inflamáveis, característica que a Nasa queria evitar desde o incêndio na Apolo 1, suas pontas soltavam fragmentos que flutuavam em gravidade zero e podiam machucar os astronautas ou danificar equipamentos.
Foi aí que a iniciativa privada entrou em ação e, em 1965, Paul C. Fisher e sua companhia, a Fisher Pen Company, vislumbrando uma grande oportunidade de marketing, desenvolveram e patentearam o que é comumente conhecida como a Caneta Espacial, ao custo um milhão de dólares de investimento próprio. No mesmo ano, Fisher ofereceu as canetas espaciais AG-7 à Nasa, que, depois de testes intensivos, resolveu usá-la em missões espaciais a partir do ano de 1967.

O artigo cita um relatório da Associated Press, de fevereiro de 1968, que indica que a Nasa comprou 400 canetas espaciais. Mesmo a União Soviética se rendeu à eficiência da iniciativa privada, encomendando 100 destas canetas. As duas superpotências acabaram recebendo um desconto de 40% pela compra em maior volume, ficando o preço final de cada caneta em módicos US$ 2,39, muito abaixo dos milhões de dólares aventados no mito.
É claro que a versão verdadeira não cabe na narrativa de superioridade do regime soviético. A origem do mito é incerta, mas é certo que ela moldou opiniões favoráveis em relação ao programa Russo, dando-lhe uma aura falsa de eficiência e genialidade. Nada que uma rápida pesquisa histórica não demonstre ser falso, como o acidente com a Soyuz 1, em 1967, onde, depois de vários atrasos e falhas no programa de lançamento, seu sistema de navegação falhou na reentrada atmosférica, obrigando o Cosmonauta Vladimir Komarov a pilotar manualmente. Porém, logo depois, apesar do sucesso da manobra, o pára-quedas da capsula não abriu, matando o cosmonauta ao se espatifar no solo.

Mesmo o programa espacial americano nunca foi um dos mais eficientes ou obteve grandes sucessos, gastando bilhões de dólares dos americanos em um programa que a iniciativa privada poderia ter feito muito mais barato e melhor, como é o caso da SpaceX e seus famosos foguetes que pousam em pé e vão ao espaço por uma fração do custo que a Nasa detinha.

É claro, houve grandes avanços científicos e tecnológicos advindos da corrida espacial ocorrida no período da Guerra Fria ‒ muitos deles são utilizados pela companhia espacial do bilionário Elon Musk ‒, mas talvez muito dinheiro e vidas humanas poderiam ser poupados caso tais empreendimentos fossem realizados pela iniciativa privada e seus interesses econômicos.
No caso da SpaceX, o incentivo econômico adveio da busca por formas mais baratas de se colocar satélites no espaço, procurando reaproveitar os foguetes de lançamento em várias missões. Isto reduz muito o custo de cada lançamento, já que basta apenas abastecer o foguete e mandá-lo para o espaço novamente, sem a necessidade de se construir um foguete novo para cada missão.
O programa também tem buscado desenvolver formas mais baratas de viagem espacial onde, com o desenvolvimento da Starship, nave espacial capaz de carregar astronautas, satélites e equipamentos, e seu foguete propulsor, o Falcon Heavy, o maior e mais poderoso do mundo, têm por objetivo levar os seres humanos à Lua novamente e, em um futuro próximo, talvez para Marte.
Estes veículos passaram por seu terceiro e, até agora, mais bem sucedido teste de decolagem, no dia quatorze de março, obtendo sucesso em colocar a nave em órbita, que ainda foi capaz de dar meia volta no planeta terra antes de reentrar na atmosfera e cair no Oceano Índico.
A saga da SpaceX em busca de novas fronteiras espaciais e nas riquezas que possam surgir disso, nos lembram os tempos das grandes navegações, das caravelas e da colonização da América, onde os burgueses, seus grandes financiadores, investiram nas viagens marítimas em busca de mercadorias e acabaram auxiliando na descoberta de novos mundos, mudando para sempre o mapa terrestre.
A ganância burguesa levou não só à abertura de novas rotas de comércio, mas também ao desenvolvimento de novas embarcações e formas de navegação que expandiram as fronteiras da Terra, comprovando, na prática, que nosso Planeta era redondo, e não plano como alguns fanáticos de hoje insistem em afirmar.
Foi o que Fernão de Magalhẽs e sua tripulação provaram há mais de 500 anos quando, em setembro de 1522, chegaram ao porto espanhol de Sanlúcar de Barrameda, depois de três anos no mar e uma viagem conturbada. Uma viagem cujo objetivo era encontrar novas rotas até o Oceano Índico, custando a perda de quatro das cinco embarcações e muitas vidas humanas, mas que entrou para a história como a primeira circum-navegação completada na história. Segundo o artigo que se encontra na descrição, o Próprio Fernão não chegou a terminar a travessia, morrendo em confrontos em alguma ilha próxima ao que chamamos hoje de Indonésia.
Apesar de a empreitada ter “falhado” em seu propósito de encontrar uma rota de comércio alternativa viável, o feito do navegador Português e sua tripulação majoritariamente espanhola mudou drasticamente nossa visão do mundo e cravou seus nomes na história. Da mesma forma, Elon Musk e outros empreendedores que se aventuram na corrida espacial em busca de lucro, podem, mais uma vez, expandir as fronteiras da humanidade como nenhum Estado conseguiu até hoje.

Não são raros os exemplos da superioridade da iniciativa privada em resolver os problemas da humanidade em várias áreas de conhecimento e da vida humana, melhorando a vida e trazendo mais conforto e riqueza para homens e mulheres ao longo dos tempos. Assim como não são raros os casos em que tal avanço foi usurpado por governos, a fim de atingir seus interesses, propagando-os como vitórias de seus regimes, e não da simples ação de um homem tentando obter lucro ao resolver um problema para seus clientes.
A sociedade tem evoluído aos poucos no sentido das trocas voluntárias e da divisão de trabalho, e devemos repudiar as tentativas de retrocesso e de ataque à simples vontade natural de todo homem de crescer e prosperar, buscando o lucro ao prestar serviços e vender produtos, que melhoram a vida e o conhecimento do ser humano.

Referências:

https://www.rbth.com/science-and-tech/327410-dark-side-of-space-program https://www.washingtonpost.com/technology/2024/03/14/spacex-starship-test-flight/ https://www.naval.com.br/blog/2019/09/17/ha-500-anos-comecava-viagem-que-provou-que-a-terra-e-redonda/ LIvro: 1984 - George Orwel

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