Governo LULA vai usar o BNDES para abaixar o preço das PASSAGENS AÉREAS

O PT promete dar passagem pública, barata e de qualidade para todo mundo. O que ele vai nos entregar, porém, é um setor aéreo com ainda mais problemas.

Muita gente tem percebido que, de uns longos meses para cá, o preço das passagens aéreas têm subido com consistência no Brasil. Em 2023, durante o governo Lula 3.0, esse fenômeno se tornou ainda mais evidente. Para se ter uma ideia da dimensão desse aumento, apenas no mês de novembro, o salto no preço das passagens aéreas chegou a quase 20%, em relação ao mês anterior. Sim, essa subida toda ocorreu em apenas 1 mês!

Esse, contudo, não é um fenômeno exclusivamente brasileiro - é algo que se observa em quase todo o mundo. Na União Europeia, por exemplo, são observados preços de bilhetes aéreos 20 a 30% mais altos do que aqueles praticados no período anterior à crise sanitária. Em nível mundial, os preços das passagens de avião subiram, em média, 27,4%, se comparados com o começo de 2022. Em resumo: não importa em que parte do mundo você esteja, voar se tornou algo muito mais caro.

Diversos motivos são apontados pelas companhias aéreas para explicar esse fenômeno. De fato, existe um visível aumento na demanda por passagens aéreas no período após a citada crise sanitária. Uma maior demanda sempre leva a preços mais altos, como bem nos ensina a correta ciência econômica. Esse evento de escala global, por sua vez, também causou uma deficiência na cadeia produtiva de itens utilizados pelas companhias aéreas. Isso também acabou impactando no preço final dos tickets. Além disso, por conta do “fecha tudo, a economia a gente vê depois”, essas companhias acabaram amargando prejuízos durante muito tempo. Agora elas precisam cobrir o rombo que foi acumulado entre os anos de 2022 e 2021. Seus altos lucros atuais estão sendo usados, em parte, para essa finalidade.

Porém, se você é brasileiro, você não precisa se preocupar com isso: o governo Lula tem uma brilhante solução para esse problema! A solução, obviamente, é subsidiar o setor aéreo com dinheiro público, tomando de todos para bancar alguns. Exatamente: todos os brasileiros vão pagar pelas passagens aéreas que umas poucas pessoas consomem. Como ninguém pensou nisso antes, não é mesmo? É simplesmente genial!

Aliás, essa ideia de jerico é tão óbvia que o próprio governo Lula já havia sugerido isso no início deste ano. Trata-se de um projeto que chegou a ser chamado de “Voa Brasil”, que acabou não indo muito para frente. Nós, inclusive, falamos sobre esse tema na época, no vídeo: “GOVERNO LULA quer PASSAGEM de AVIÃO a R$ 200 para ESTUDANTES, APOSENTADOS e FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS” - link na descrição.

A bem da verdade, a nova proposta do governo PT não é muito diferente desse antigo projeto. A diferença é que, agora, o governo vai usar o Fundo Nacional da Aviação Civil (FNAC), formado por parte das tarifas aeroportuárias e pela grana arrecadada com a concessão de aeroportos, para formar uma linha de crédito pelo BNDES. Essa linha, por sua vez, vai ser destinada ao subsídio das companhias aéreas. De acordo com Silvio Costa Filho, ministro de Portos e Aeroportos do governo Lula: “Vai ser um instrumento que vai ajudar as aéreas a fortalecer do ponto de vista de capitalização de recursos, e partir daí buscando o custo de redução de passagens”.

Tal como aconteceu com o citado “Voa Brasil”, a ideia seria chegar a uma tarifa fixa de R$ 200 por passageiro, mais a taxa de embarque, para a ocupação de lugares vazios. A preferência, nesse caso, seria para os aposentados, os bolsistas do ProUni e as pessoas que recebem benefícios assistencialistas, como o Bolsa Família. Contudo, não há nada que indique que esse programa não poderá ser estendido para outros públicos.

Antes de comentarmos as repercussões econômicas desse caso em si, vamos colocar um pouco o chapéu estatista. O fato é que a ideia por trás do BNDES é sim interessante. Esse banco tem por objetivo fornecer crédito subsidiado a novos empreendimentos, ou a expensão de negócios existentes. O estado arca com o custo do dinheiro, aplicando juros mais baixos do que os praticados no mercado, além de correr o risco da inadimplência com negócios que não vão para frente. Em troca disso, ele recebe a grana dos pagadores adimplentes e arrecada mais impostos no futuro, oriundos desses novos empreendimentos. Já a sociedade também é beneficiada com a geração de mais emprego e renda. Parece tudo muito bonito, não é mesmo?

Porém, é óbvio que nós estamos falando do estado. Nesse caso, a realidade é cruel: não adianta ter uma boa ideia, se os incentivos forem ruins. O resultado que nós temos, na prática, é exatamente o oposto do objetivo inicial. Hoje, nós vemos o BNDES oferecendo subsídios para grandes empresários amigos do rei, financiando ditaduras no exterior e dando dinheiro para programas que são pura politicagem populista - como essa história de passagem aérea pública, subsidiada e de qualidade.

Em sua concepção original, o BNDES representaria um ganho para todos os brasileiros. Na realidade, porém, todos nós pagamos a conta da péssima gestão que esse banco de fomento possui. No caso desse subsídio fornecido pelo estado por meio do banco para as companhias aéreas, todos irão pagar a conta - principalmente aquelas pessoas mais pobres, que tipicamente não andam de avião.

Mas os problemas não param por aí: a interferência estatal nesse setor traz uma série de outras consequências não planejadas. Ao subsidiar as passagens aéreas, o governo vai distorcer a economia, maquiando o alto preço dos bilhetes. Ou seja, a demanda por esse serviço caro vai continuar aquecida, o que é um total contrassenso. Isso, por sua vez, vai retroalimentar o ciclo: mais gente voando de avião significa uma maior demanda e, portanto, um maior preço para as passagens aéreas. Num cenário como esse, é pouco provável que as companhias se esforcem para abaixar seus custos, se tornando mais competitivas.

Mas, afinal de contas, se a solução estatal para esse caso é uma porcaria, qual é a resposta que nós, libertários, damos para esse problema? Bem, a coisa é bastante simples: precisamos de mais liberdade econômica no Brasil, para esse setor. Em primeiro lugar, o setor aéreo brasileiro é bastante restrito: temos pouca concorrência, algo que, inevitavelmente, leva a serviços de baixa qualidade, com preços altos. Dado o alto grau de burocracia que envolve o setor - que nada mais é do que uma barreira de entrada para novos concorrentes, - empresas estrangeiras deixam de se instalar no Brasil. Esse é o caso, por exemplo, da Virgin Atlantic, que já fez diversos planos para se instalar em terras brasileiras - todos eles abandonados, por conta do cenário bastante desfavorável.

Num livre mercado, a alta de preços atrai novos ofertantes, que enxergam no setor uma oportunidade de auferir grandes lucros. Empresas já existentes ampliam seus negócios, e outras novas adentram nesse nicho de mercado. O resultado desse aumento na oferta é uma inevitável redução nos preços, por conta da concorrência maior. Por outro lado, os preços mais altos tiram o incentivo para que as pessoas viagem com mais frequência. Ou seja, a demanda cai, pressionando os preços para baixo. Em resumo: preços altos, numa economia livre, inevitavelmente conduzem a preços mais baixos.

Porém, se o governo Lula levar adiante sua ideia genial, o problema original não será resolvido. O mercado continuará extremamente cartelizado, por conta da burocracia opressiva que impera neste país; a concorrência, portanto, não vai crescer. Com o subsídio, as empresas aéreas não terão os incentivos corretos para diminuir seus custos - algo que, efetivamente, reduziria o custo final do serviço. E os passageiros continuarão voando com a mesma frequência - ou até numa frequência maior, aumentando a demanda e fazendo com que os preços, de forma geral, subam mais.

A solução estatal para as crises econômicas não resolve nada, apenas cria problemas adicionais. Toda essa brincadeira de usar o BNDES para financiar passagens baratas poderá significar, no fim das contas, uma dívida estatal maior, que terá que ser custeada pelo pagador de impostos. Grande parte dos contribuintes brasileiros, por sinal, nunca voaram de avião na vida, mas terão que arcar com esse custo. E o preço das passagens vai continuar alto, por conta das distorções econômicas causadas pelo governo. Eventualmente, novos subsídios terão que ser distribuídos, para mitigar o problema causado, desta vez, unicamente pelo estado. Esse caso evidencia, mais uma vez, uma realidade que todos os brasileiros percebem cada vez mais: o governo PT é, sob todos os aspectos, um manicômio econômico.

Referências:

https://www.youtube.com/watch?v=EkXxAE6ClHc

https://oantagonista.com.br/economia/preco-das-passagens-aereas-dispara-1903-em-novembro/

https://www.terra.com.br/economia/o-que-esta-por-tras-da-alta-do-preco-das-passagens-aereas,fece83778429957eeca1e7cdc7622b60lidkkm5x.html

https://aeroin.net/virgin-atlantic-suspende-novamente-inicio-de-voos-para-o-brasil/#google_vignette