Lula não corta gastos da elite, mas quer cortar dos pobres!

O governo brasileiro está batendo recordes de arrecadação, mas mesmo assim os déficits econômicos continuam a destruir a credibilidade de Lula.

Como todo gastador irresponsável, o governo Lula está enfrentando sérios problemas para cumprir as metas fiscais, mesmo com a arrecadação tributária batendo recordes no primeiro semestre deste ano. De fato, não há dinheiro de imposto que consiga cobrir os rombos criados pelo PT. Partido dos "trabalhadores" adora esbanjar e torrar o dinheiro público com luxos e bobagens, sejam viagens, móveis de luxo, campanhas políticas ou cargos para acomodar seus aliados em ministérios. Como o PT rejeita de todas as formas cortar os luxos, privilégios e gastos desnecessários, as despesas só continuam aumentando, e isso está ameaçando a regra fiscal.

A verdade é que Lula e os petistas nunca se importaram com a ideia de equilíbrio fiscal e com a realidade matemática. Isso porque eles sabem que todo problema financeiro será direcionado para o bolso da população produtiva, que paga impostos e sustenta toda essa realeza que é o estado brasileiro. Para vocês terem noção de como essa realeza custa caro, de janeiro a junho deste ano, o governo sugou da sociedade mais de R$ 1,2 trilhão, valor que representa um acréscimo real de mais de 9% em relação ao mesmo período do ano passado. Esse número exorbitante representa a maior receita para um semestre desde o início da série histórica, em 1995, de acordo com dados da Receita Federal.

E mesmo com toda essa arrecadação, recentemente o governo do amor decidiu cortar na própria carne estatal... Mas seria um corte dos luxos, do cartão corporativo, o fim das emendas parlamentares ou o tão sonhado fim do fundo eleitoral e partidário? Não! O ministro taxador anunciou que os cortes serão no Ministério da Saúde, no valor de 4,4 bilhões de reais, e no Ministério das Cidades, no valor de 2,1 bilhões de reais. Enquanto isso, no primeiro ano do governo Lula, em 2023, foi aprovado o orçamento do fundão que vai financiar as eleições municipais de 2024, no valor de quase 5 bilhões de reais! Faz sentido, né?

Por tudo isso, o economista americano Thomas Sowell já dizia:

"Ninguém entende de verdade a política até compreender que os políticos não estão tentando resolver os nossos problemas. Eles estão tentando resolver seus próprios problemas - dentre os quais ser eleito e reeleito são número 1 e número 2. O que quer que seja o número 3 está bem longe atrás".

Quanto ao desempenho da arrecadação, podemos entender que foi graças a um conjunto de fatores. Com a expansão do mercado digital e novas formas de ganhar dinheiro fora do mercado tradicional, nos últimos anos surgiram novas fontes de renda, o que acelerou em certa medida a economia brasileira. Com isso, o governo taxador do PT logo viu oportunidades de apertar ainda mais o bolso do trabalhador brasileiro. O governo voltou com a tributação do PIS/Cofins sobre os combustíveis, e logo surgiram outras medidas arrecadatórias, como a taxação de fundos offshore, aprovadas no Congresso Nacional em 2023.

Apesar disso, as projeções de despesas totais da União foram aumentadas em R$ 19,4 bilhões após uma revisão feita no fechamento do terceiro bimestre, levando as contas públicas ao limite permitido pela meta do novo arcabouço fiscal. No relatório bimestral, o governo estimou um déficit de R$ 28,8 bilhões, o máximo permitido pela regra fiscal para este ano.

Os resultados já observados são preocupantes: com uma receita líquida de R$ 1,051 trilhão e despesas primárias de R$ 1,120 trilhão, o governo encerrou o primeiro semestre com um déficit primário de R$ 68,7 bilhões, o pior desde 2020. Apenas no mês de junho, as despesas superaram as receitas em R$ 38,8 bilhões, conforme informado pelo Tesouro. Isso mostra que o PT é pior que um lockdown na economia.

Não se pode esquecer do rombo da previdência pública, esse sistema de pirâmide que ainda engana muitos brasileiros que acreditam que, daqui a 30 anos, irão se aposentar. O aumento de gastos foi fortemente influenciado neste ano pela previdência social e levou ao bloqueio de cerca de 11,2 bilhões de reais no orçamento. Além disso, o governo teve que promover um contingenciamento de R$ 3,8 bilhões, visando cumprir a meta anual de resultado primário. Assim, o montante a ser congelado será de R$ 15 bilhões.

Outro problema deste ano é que se trata de um período eleitoral. Como a parte do orçamento que é discricionária, ou seja, de livre manejo, é pequena, e mesmo com esses recursos o governo os usa visando beneficiar sua base eleitoral, as coisas ficam piores do que já estão. Para um governo irresponsável e gastador que só se preocupa com eleição e ganhos políticos, fica praticamente impossível cumprir a meta do arcabouço fiscal. Assim, restou ao Lula mexer na revisão de gastos, incluindo aí os gastos com benefícios sociais, aqueles mesmos que são destinados à população mais pobre.

O governo do molusco tem tentado combater fraudes nos benefícios sociais para ter onde tirar dinheiro que é gasto com o povo de baixa renda. Podemos citar aqui, dentre os programas sociais, o auxílio-doença, o Benefício de Prestação Continuada (BPC), o seguro-defeso, pago a pescadores artesanais, e o Proagro, espécie de seguro para agricultura familiar.

É de fato um absurdo um governo que aumentou de 23 para 37 ministérios e bateu recorde de gastos com emendas parlamentares, agora querer cortar esses benefícios. No entanto, não podemos considerar isso uma política de ajuste estrutural que de fato irá sanar os rombos nas contas públicas. Isso, na verdade, nem deveria ser levado a sério como se fosse corte de gastos, mas apenas uma política de gestão responsável. O governo tem que lidar, por outro lado, com as políticas de crescimento automático de despesas, sobretudo a política de valorização do salário mínimo, que afeta diretamente os benefícios previdenciários, como o BPC, seguro-desemprego e abono salarial. Mas o governo não está interessado em desvincular o salário mínimo dessa política de valorização, já que se trata de uma política muito importante para o PT.

A situação tem piorado, e para mascarar seus erros e incompetência, o governo Lula tem responsabilizado o presidente do Banco Central por tudo de impopular que acontece na economia brasileira. Os petistas têm acusado Roberto Campos Neto de ser o responsável pelo alto patamar da taxa de juros, chegando a dizer que Neto não respeita a população pobre e que recebe salário mínimo.

Mas esse mesmo governo do amor tem feito de tudo para beneficiar poderosos empresários, como os irmãos Batista, em detrimento do trabalhador mais pobre. A terrível Medida Provisória 1.232 pode favorecer uma empresa dos já condenados pela justiça brasileira, Wesley e Joesley Batista. Essa medida terá como consequência o aumento na conta de luz não só da população de baixa renda, mas também dos consumidores de alta tensão, como a indústria, do Norte e Nordeste do país. Essa informação é o resultado de um estudo da TR Soluções, uma empresa de tecnologia especializada no setor elétrico. Esse aumento pode chegar aos impressionantes R$ 600 milhões em relação a anos anteriores e impactar os próximos cinco anos, de acordo com o relatório da TR Soluções.

Esse encarecimento é resultado de mudanças que a MP faz nas regras de rateio da energia e da transferência de dívidas que caberiam a uma companhia dos irmãos Batista, mas que serão pagas pela população.

A empresa dos irmãos, chamada Âmbar, comprou 13 usinas da Eletrobras. Desse número, 12 estão no Amazonas, numa aquisição que no momento é avaliada pelo Tribunal de Contas da União. Assim, graças à MP publicada pelo governo do amor, os débitos que são dessas usinas não serão pagos pela poderosa Âmbar, mas, infelizmente, repassados aos pobres consumidores. A história fica mais estranha quando sabemos que a compra das 13 usinas aconteceu no dia 7 de junho, ou seja, apenas dois dias depois que Geraldo Alckmin, o vice da Janja, assinou a medida provisória em questão. Por isso, a suspeita aquisição, seguida da assinatura da MP, chamou atenção até mesmo da extrema imprensa brasileira, o que levou o TCU a pedir esclarecimentos sobre possíveis vantagens à Âmbar e o consequente prejuízo ao povo brasileiro.

Essa terrível MP diz que a dívida das usinas no Amazonas deve ser paga por meio de Contratos de Energia de Reserva, que são rateados entre os consumidores. E não fica só por isso, já que a medida prorrogou por 120 dias o prazo para a Amazonas Energia registrar perdas em problemas de punição na justiça. Assim, a Eletrobras se viu livre de inadimplências bilionárias, e os bilionários amigos do Lula, os irmãos Batista, ganharam uma compensação única para o negócio. Enfim, já deu para entender essa história. O que temos aqui é o corporativismo petista, o partido que tem "trabalhadores" no nome, mas ama beneficiar grandes empresários que lhes agradam com propinas bastante recheadas.

A essa altura do campeonato, muitos eleitores do PT e todos aqueles que não são de esquerda, mas ajudaram a eleger o Lula, estão chocados com a bomba que colocaram no poder. As pessoas estão começando a perder a crença e a esperança de que o presidente petista conseguirá de fato melhorar a economia e fazer o Brasil voltar a crescer, e isso explica a queda na popularidade de Lula. Quando a economia vai bem, é fácil um político ser adorado pelo povo e ser bem avaliado, mas as coisas não melhoraram absolutamente nada, e o pobre só ganhou imposto para pagar, como a famosa taxa das blusinhas.

A grande verdade é que todo governo de esquerda adota a mesma receita econômica, e foi exatamente assim na Argentina: aumento de gastos, irresponsabilidade fiscal, estatização da economia, aumento de impostos, fechamento de vários setores ao mercado internacional, subsídio a estatais ou grandes empresários e agigantamento da máquina pública. A consequência disso é uma grande dívida que será herdada pelas futuras gerações e um país estagnado que não consegue se desenvolver. Os brasileiros irão pagar por tudo isso, e a próxima década, mais uma vez, será outra década perdida, com milhões de sonhos destruídos e empreendimentos levados ao cemitério.

Referências:

https://www.gazetadopovo.com.br/economia/arrecadacao-bate-recorde-mas-nem-assim-governo-tira-contas-do-vermelho/
https://www.gazetadopovo.com.br/energia/favor-do-governo-aos-irmaos-batista-deve-elevar-a-conta-de-luz-de-pobres-e-da-industria/
https://www.gazetadopovo.com.br/economia/ministerios-dizem-que-aumento-de-despesas-com-previdencia-contribuiu-para-bloqueio-no-orcamento/?ref=link-interno-materia