Se a Márcia Tiburi fosse de direita e tivesse escrito o livro "Como Conversar Com Um Esquerdista", provavelmente essas ideias estariam no livro.
Márcia Tiburi, voltou a ser motivo de conversa em outubro, quando a justiça negou o pedido de indenização feito pela filósofa petista, contra o professor de filosofia, Aluízio de Araújo Couto Júnior. Tudo isso começou porque ela havia escrito no X o seguinte: “Muito bacana ver o Lula unindo a América Latina. Pena que isso desperta a ira fascista e neoliberal. Ira (ódio + raiva + inveja) é o afeto básico da extrema- direita”. Então, Aluízio teria retweetado dizendo o seguinte: "O legal da Marcia Tiburi é que você consegue numa boa imaginá-la dando uma aula pública para pedras e pinturas rupestres sentada em um aeroporto para Ets (os famosos discoportos) localizado no interior do Mato Grosso". Tiburi não respondeu, apenas entrou com um processo por difamação contra Aluízio, no qual o juiz disse que “o comentário do requerido [professor Aluízio] não ultrapassou a esfera crítica, não gerando ofensa indenizável, nem mesmo necessidade de retratação, por conseguinte”.
Márcia Tiburi, que adora se mostrar como a “sábia iluminada” pronta para civilizar os bárbaros de direita com suas teorias complexas e acadêmicas, na verdade, sempre fugiu de um debate público. Isso pode ser visto no simples fato dela não discutir com o filósofo, preferindo entrar com um processo contra ele. Mas a falta de diálogo acontece a muito tempo. Essa verdade ficou evidente quando ela simplesmente deixou um programa de rádio quando percebeu que teria um debate com Kim Kataguiri. A própria autora do livro intitulado “Como Conversar Com Um Fascista” foge quando se vê frente a alguém de opinião contrária. Será que é despreparo, falta de capacidade ou medo?
No fundo, sabe que suas ideias não são atraentes, especialmente fora de seus círculos sociais. Ao invés de encarar uma discussão, prefere o quê? Se vitimizar, dizer que o ambiente é “hostil” e correr para o abraço dos veículos de comunicação que ainda têm, como TVs abertas, jornais impressos, escolas e universidades nas quais predominam os cursos de humanas. Na cultura? Nem se fala. Tem novelas, música, teatro, tudo com aquele tom de “luta pela justiça social”, mas a prática é bem diferente. Afinal, defender uma ideia na bolha é fácil; difícil é enfrentar argumentos que não se dobram facilmente. Esse comportamento da galera de esquerda é típico. Quando a discussão esquenta, a primeira coisa que fazem é procurar a saída mais próxima.
Agora, já se perguntou por que pensa do jeito que pensa? Façamos um exercício mental: imagine que sua família tem ideias progressistas. A chance de seguir a mesma linha até a vida adulta é grande, correto? Então, chega a internet. Essa maravilha que descentralizou e distribuiu a informação. De repente, suas ideias começam a tomar um rumo diferente do esperado, e, agora, se torna o estranho na sala de jantar. Contudo, o que acontece, normalmente, é o contrário: a maioria das famílias é conservadora, de direita e religiosa. Essas famílias veem os filhos bombardeados por uma cultura dominada pela esquerda, por professores que se acham iluminados, e por um entretenimento que prega um discurso contrário aos valores que tentam ensinar em casa.
E não se engane: o alvo principal desse tiroteio ideológico são os jovens, aqueles que estão se formando e tentando entender o mundo. Enquanto isso, os “donos da virtude” apontam o dedo e transformam qualquer um que pense diferente em inimigo a ser combatido. Essa é a tática deles, pintar quem não está no mesmo lado como vilão da história. Sei que tem uma galera que pensa diferente por aí, com suas convicções, e até mesmo aquela “tia do zap” pode falar de maneira áspera com quem discorda dela. Acho que ninguém discorda que muitos dos mais convictos da direita enxergam seus oponentes como, digamos, “idiotas úteis”. Na pior das hipóteses, eles acham que esses caras são bandidos ou degenerados de caráter questionável.
Agora, você, caro espectador, me diz uma coisa: quando vê uma feminista toda desleixada, sem vaidade, ou aquele universitário que mais parece um hippie maconheiro maltrapilho: dá uma certa repulsa, não dá? Pois é, do outro lado, também sentem o mesmo da gente, principalmente quando sabem sobre nossos pensamentos. No fim das contas, estamos todos nesse mundo onde um grupo detesta o outro. Mas aí vem a pergunta: até que ponto essa animosidade toda vira um problema sério? Convenhamos, o radicalismo pode tomar conta de qualquer um dos lados. E aí é quando as coisas saem do controle e a galera começa a se exaltar a ponto de partir para agressão, cometer crimes ou simplesmente arrumar briga à toa.
E se acha que isso é exagero, olha só o que a esquerda anda aprontando. Ataques contra o Trump? Teve. E a facada no Bolsonaro em setembro de 2018, já esqueceu? Tem uma mais recente ainda: lembra do Pablo Marçal, aquele candidato à prefeitura de São Paulo? Tomou uma cadeirada do Datena durante um debate ao vivo, antes dele flertar com Boulos em uma live. Isso é o nível do “debate” que alguns defendem. E olha que não para por aí. Criadores de conteúdo de direita como “mamãefalei”, o MBL, vivem se metendo em rolos em territórios dominados pela esquerda e acabam levando umas boas bordoadas. Aí, claro, tudo vira material para ser explorado politicamente. Pode apostar que esses políticos e canais de direita capitalizam cada agressão que sofrem. Tudo não passa de um teatro, se é que me entende. E o que dizer das instituições públicas? Ah, essas são um show à parte. Em muitas universidades de humanas, por exemplo, se der a mínima bola para alguém de direita, já se prepara para virar o alvo. Será tratado como um pária, perseguido pelos professores e retaliado de todas as formas possíveis. A esquerda adora viver numa bolha, e isso se aplica até para quem não está a fim de falar de política.
Agora, essas instituições que se trancam no lado ideológico, querem pautar todo mundo, tanto os de dentro quanto os de fora. Tem gente que entra sem interesse em pauta moral ou política, mas acaba cedendo às pressões do ambiente. E o que era um sujeito normal, religioso, sonhando em construir uma família, vira um típico drogado, desleixado, que começa a achar que o próprio pai é um “fascista opressor”. Porém, isso não acontece do dia para a noite. Eles são espertos demais para isso. Não é jogando na cara que a pessoa que te criou com amor é o inimigo. Isso acontece gradualmente, em um convívio cheio de bombardeios ideológicos, com sofistas empurrando ideias absurdas disfarçadas de argumentos “virtuosos e lógicos”. Doutrinar gente desavisada é parte do plano.
O que está pegando para eles, é que as ideias de direita começaram a ganhar terreno, principalmente com a informação descentralizada e distribuída da internet. O que antes era um cenário confortável para a esquerda, já que não precisavam debater suas ideias, virou um campo de batalha. Agora, meu amigo, não dá mais para sair correndo e se esconder. No debate, a esquerda é um desastre em usar lógica. E se tem uma coisa que falta para eles, é a capacidade de lidar com ideias de direita, especialmente as conservadoras e as libertárias. Para essa turma, qualquer um que ouse discordar já é carimbado como “extrema-direita”. Mas eles nunca são “extrema-esquerda”. Guilherme Boulos, por exemplo, raramente leva esse rótulo, né? O senso comum foi tão manipulado que a extrema-esquerda parece quase uma esquerda moderada. Enquanto isso, a centro-direita já é vista como “ultra radical master blaster puxa-puxa pokemon” de direita. E eu nem quero imaginar o que essa turma pensa do anarcocapitalismo ou do libertarianismo.
A grande questão é: como lidar com essa intolerância e o ranço que os esquerdistas carregam? Porque não é pouca coisa, não. A primeira coisa a entender é que, para muitos deles, a ficha não caiu ainda. Diálogo? Ah! Esquece, é impossível com essa galera. O que dá para fazer é focar no pessoal de centro, o qual é a maioria. Mas a centro-esquerda também é cheia de sensibilidade. E aí mora o perigo de tentar debater com essa turma. A tarefa é simples: identificar o nível de progressismo e, com base nisso, saber como lidar com cada um. Afinal, uma abordagem errada, e você já perdeu antes mesmo de começar.
Vamos destrinchar essa aula prática de como lidar com diferentes tipos de vieses político-ideológicos. Se a pessoa for de direita, conservador, centro-direita ou libertário:
Aqui, não tem muito mistério, é quase uma zona de conforto. Para ser sincero, a gente nem precisa de estratégia elaborada, porque a maioria já concorda em muita coisa. No máximo alguma divergência sobre drogas ou direitos autorais. Acredito que o foco neste debate é evitar que mais gente caia no papo furado da esquerda, ou seja, a tal da guerra cultural.
Caso a outra pessoa seja de centro, ou seja, a grande maioria:
Aqui a coisa começa a ficar mais interessante. O pessoal de centro é geralmente equilibrado, mas se o sujeito não gosta de política, não seja chato. Entre no assunto só quando houver abertura. Lembre-se: esse povo não se empolga com discursos explosivos do tipo “Dr. Enéas” ou “Bolsonaro raiz” — exceto se estejam no limite do estresse e com o bolso vazio como um universitário no fim do mês. Eles não são inimigos da direita, mas se escandalizam fácil com discursos radicais como “viva la libertad carajo” do Milei. Eles adoram liberdade, mas só até falar que certos serviços públicos não são “direitos básicos” como saúde ou educação. Vai entender. Adoram essa demagogia, mesmo sabendo que vem com um preço alto e uma matemática que não fecha.
Quer ganhar um argumento? Espere a pessoa reclamar que tudo está caro, e puxe o papo sobre inflação e como os políticos adoram destruir o patrimônio das pessoas com este imposto oculto. Quando eles acham que essa coisa de pronome neutro é frescura, aí, sim, mencione pautas identitárias e mostre como a esquerda está por trás disso. Mas vá com calma, sem ser aquele “conservador mala” que só repete chavões. A ideia é ganhar o cara, não o espantar. Essas pessoas têm um grande potencial para se aliar à direita — só precisa saber como falar.
Se o outro interlocutor for de esquerda, socialista ou progressista:
Aqui as coisas complicam. Mudar a cabeça de um esquerdista é como ensinar matemática avançada a quem não aprendeu a tabuada. Difícil? Muito. Você pode ter um irmão jovem que acha que pagar boleto é ficção científica ou uma avó que adora o Lula só porque sim. A verdade é que essas pessoas precisam de uma coleção de decepções antes de começar a abrir os olhos. Às vezes, esbarramos em um ex-esquerdista que finalmente acordou. E, para esse pessoal mais jovem, é ter paciência, porque ainda há chance de crescerem e deixarem de ser tão inocentes.
Nada é mais desolador do que ver alguém que ama apoiando ditaduras como Cuba ou Venezuela. E, por mais tentador que seja entrar em desespero, o truque é tratar isso como se um parasita tivesse comido o cérebro da pessoa. A esperança é que um dia o cérebro se regenere. Quando é alguém próximo, evite bater de frente; finge que concorda, mas sempre planta uma dúvida que martela na cabeça da pessoa. A ideia é deixar o progressista com uma pulga atrás da orelha e, quem sabe, perceber as falhas nas suas ideias.
A arte de lidar com esquerdistas é quase uma terapia inversa. Não espere resultados rápidos, porque é um trabalho de longo prazo. Mas, com jeitinho, dá para tentar colocar um pouco de realidade na cabeça deles. Se adotar uma postura irreverente e amigável, mostrando que joga no mesmo time, pode até ver esse esquerdista migrar para a centro-esquerda ou se tornar um “esquerdinha light”. Agora, esqueça a grosseria e não o chame de tudo que ele claramente é, porque isso não adianta.
E se acha que isso não há nenhuma capacidade de mudar o pensamento das pessoas, lembre-se de quando não era libertário. Lembre-se das vezes que defendeu com unhas e dentes políticos, e que disse que o SUS era bom, mas o que estava errado era a corrupção. Nós, em algum momento, fomos iludidos com as ideias que hoje sabemos estarem erradas. Inclusive, o próprio Bolsonaro disse que quem até os 20 anos não foi de esquerda não tem coração. Precisamos conversar com o outro lado, e, principalmente, com aqueles indecisos, para ajudá-los a entender como as coisas realmente funcionam. E por fim, lembre-se da frase célebre de Ludwig von Mises: “Ideias e somente ideias podem iluminar a escuridão”.
https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/justica-nega-pedido-de-indenizacao-de-marcia-tiburi-por-piada-no-facebook-em-2021/
https://revistaogrito.com/64100/
https://www.institutoliberal.org.br/blog/8-estrategias-para-lidar-com-esquerdistas/
https://www.eco.unicamp.br/midia/o-que-e-ser-de-esquerda-hoje-o-que-fazer-aqui-e-agora
https://pt.wikipedia.org/wiki/Marcia_Tiburi
https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2022/07/06/quem-ate-os-20-nao-foi-de-esquerda-nao-tem-coracao-diz-bolsonaro.htm