O mercado espera corte de gastos, mas o governo tem uma idéia diferente.

Na ultima semana Fernando Haddad anunciou que o governo estava pronto para apresentar um pacote de cortes de gastos. A semana passou e governo deixou todos que ainda tinham esperanças a ver navios.

Já faz algum tempo que, não apenas o mercado, mas a sociedade como um todo está a espera, aguardando pacientemente que o governo federal tome providências com relação aos desenfreados gastos da máquina pública. No começo da semana passada, o ministro da fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo estava mais do que preparado para apresentar um pacote de corte de gastos. Desde então todos nós ficamos na expectativa de um pronunciamento que nunca chegou, a cada dia que passava, ao invés de recebermos notícias sobre o tal corte de gastos, o que vinha a mídia era os relatos de extensas discussões em brasília, entre Lula e seus ministros, que duravam horas e horas, mas sem chegar a nenhuma conclusão concreta.

Ao que tudo indica o governo não está nem um pouco preocupado com os gastos públicos, na verdade, eles acham que estão certos em torrar o dinheiro do contribuinte e endividar o país. Recentemente o presidente Lula afirmou em entrevista a RedeTV que, abre aspas “Já venci o mercado uma vez, e vou vencer de novo” fecha aspas. Além desta fala, outra coisa que já é praxe desse governo foi dita: Lula disse que a culpa do atual quadro fiscal do país se dá pela gestão anterior.

Mais uma vez o governo Lula se comporta de forma desleixada, agindo como aquele cara alcoólatra (o governo) que é viciado em beber, mas que diz que pode parar quando quiser, então a esposa (mercado financeiro) diz que ele tem que parar com aquilo, que faz mal, que está acabando com todo o dinheiro deles, e então, para não ficar mal com a esposa ele diz que irá mudar, que irá melhorar, mas nunca muda de fato.

Vocês devem ter entendido muito bem a analogia: o governo gasta sem compromisso nenhum com a situação fiscal do país, o mercado cobra, eles dizem que irão “cortar gastos” apenas para inglês ver e nada muda. Como confiar em um governo que vê o país indo rumo ao abismo e finge que está tudo certo?

A realidade é que o governo petista realmente acredita que uma política de gastos e dívida elevados é o melhor para o país, como dito pelo próprio Lula: “Se o Brasil tiver que se endividar para crescer, não há problema”.

Enquanto isso, o dólar, que já chegou quase a 6 reais, e a mão invisível do mercado seguem cobrando. Como disse a ministra do Planejamento, Simone Tebet, em entrevista: “ Chegou o momento de levar a sério a revisão dos gastos públicos. Não podemos mais resolver a questão fiscal apenas aumentando a receita. O arcabouço fiscal está mantido. Não há previsão de mudanças.” Se agora é a hora de levar a sério, é porque antes não estava sendo levado a sério; até os ministros de Lula sabem que a coisa não está caminhando para o rumo certo.

O povo brasileiro já foi chacoalhado e virado de cabeça para baixo até não sobrar mais nada. O governo segue a cada trimestre batendo recordes atrás de recordes de arrecadação e mesmo assim falta dinheiro para sustentar o leviatã de brasília.

De acordo com a Instituição Fiscal Independente (IFI), a dívida pública bruta do Brasil, que inclui os três níveis de governo, deve atingir 80% do PIB ainda este ano. Recentemente, o IPCA (índice oficial de inflação) foi de 4,76%, superando as expectativas, que eram de 3%, com uma margem de erro de 1,5%.

Para piorar o principal causador da inflação, a impressão de dinheiro, segue aumentando ano após ano, mesmo sem estarmos em uma situação de “emergência” O governo mantém sua alta base monetária, para se ter uma ideia a base monetária atual do Brasil é de 430 bilhões, muito semelhante à base monetária que tivemos na época da crise sanitária. Isso significa que, mesmo sem crise e “motivo” aparente, o governo continua imprimindo muito dinheiro, e o preço que pagamos por isso é a alta inflação e a eterna desvalorização do nosso dinheiro.

Em resposta ao risco fiscal crescente e à pressão da alta do dólar, o Banco Central decidiu aumentar a taxa de juros em meio ponto percentual. Com isso, o Banco Central visa aumentar a demanda por reais, fazendo com que investidores queiram aportar seu dinheiro em índices atrelados a taxa de juros e limitar o aumento da dívida pública por parte do governo.

Porém, essa não é uma medida mágica. Se as coisas continuarem dessa forma chegará uma hora que, mesmo com as altas taxas de juros, os investidores externos não terão interesse em aportar seu dinheiro em reais, pois, devido à inflação e a constante desvalorização da moeda não valerá mais a pena. Esse é o caso de países como a Argentina e a Venezuela, que, mesmo com taxas de juros altíssimas, viram sua inflação subir de forma exorbitante.

Atualmente, o Banco Central é liderado por Roberto Campos Neto, que, ao contrário do que a ala esquerdista diz, tem mantido uma postura consistente desde o início de sua gestão. No final de 2022, por exemplo, mesmo estando em época de eleição, ele não hesitou em elevar as taxas de juros, mesmo sabendo que isso prejudicaria o candidato que o indicou ao Banco Central.

Mas, para a nossa surpresa, o futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, já declarou na sua sabatina no senado, que suas decisões serão alinhadas com a política do governo federal e que, para ele, a autonomia do Banco Central significa tomar medidas que estejam de acordo com as diretrizes do governo vigente. Além disso, para piorar, Galípolo pretende aumentar a quantidade e o salário dos funcionários do Banco Central. Ou seja, podemos esperar um presidente mais alinhado aos interesses escusos do PT.

Se Galípolo realmente seguir o que Lula quer, o Brasil assistirá a uma reprise do governo Dilma, com gastos descontrolados e juros baixos impostos sem medir as consequências. Como resultado disso, tivemos a pior recessão da história do nosso país.

Como puderam ver, as expectativas não são boas. O governo está, assim como antes, empurrando o problema com a barriga, esperando deixar a bomba para o próximo que vier em 2026.

O que nós podemos fazer é fortalecer as iniciativas de mercado e confiar no potencial das ações voluntárias e independentes para conter as pressões de um governo intervencionista. A busca por mais liberdade econômica, descentralização e autonomia do cidadão é o que realmente pode limitar o poder de qualquer governo, seja ele de esquerda ou direita. Quando olhamos para o cenário mundial, vemos um crescimento gigante da direita, por exemplo, com a vitória esmagadora de Trump nas eleições americanas, assim a esquerda está sendo varrida do mapa. Contudo, vale lembrar que a verdadeira transformação não virá de uma vitória eleitoral, mas da nossa capacidade de escolher alternativas fora das mãos do estado.

O modus operandi do governo petista já se demonstrou fracassado uma vez e não será diferente agora, ainda mais com o desaceleramento econômico da China. Acreditamos que, apenas com uma mudança de governo e com a entrada de um presidente de direita, o qual deve, idealmente, ter como meta reduzir o papel do governo e aumentar as liberdades econômicas. Porém, em vez de esperar por um novo governo, precisamos promover uma cultura de responsabilidade e autossuficiência, na qual indivíduos e empresas prosperem sem depender das decisões de Brasília.

Mas enquanto isso não ocorre, o Brasil seguirá a deriva, rumo ao abismo econômico, com um governo cada vez mais sedento por impostos e com cada vez menos compromisso com a situação fiscal do país e infelizmente, como sempre, seremos nós a pagar por essa conta.

Referências:

https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2024/09/27/divida-publica-chegara-a-80-do-pib-em-2024-e-continuara-crescendo-diz-ifi#:~:text=Em%20novo%20Relat%C3%B3rio%20de%20Acompanhamento,previs%C3%A3o%20do%20crescimento%20do%20pa%C3%ADs.
https://forbes.com.br/forbes-money/2024/11/ipca-chega-a-476-em-12-meses-e-supera-teto-da-meta-o-que-isso-significa/
https://www.bcb.gov.br/estatisticas/panoramabc
https://www.youtube.com/watch?v=XLLyzySkWmg
https://www.youtube.com/watch?v=mIDl-rGMYwQ
https://www.bcb.gov.br/estatisticas/estatisticasmonetariascredito