O motivo da articulação do atual governo estar tão ruim

Diante de todas as intercorrências políticas no Brasil, não estou suportando o ensurdecedor silêncio do Barba. Ele realmente é um articulador político tão bom quanto pintaram?

A turminha limpinha e cheirosa revelou sua patologia política e enviesada durante a leitura da carta da democracia que poderia ser classificada melhor como “panfleto de estatismo”. É possível ver a cara de cada um dos responsáveis no vídeo disponível no YouTube intitulado “Leitura da Carta aos Brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito”. No ápice catártico dos iluminados que sabem melhor que você ou eu em qual direção o Brasil deve trilhar, eles escolheram o coletivismo estatal representado pelo Lula.

Historicamente isto não é novidade que a elite aristocrática ou “intelectuais iluminados” desejarem o coletivismo estatal que se personifica pelo socialismo ou comunismo. Essas pessoas ficam desconfortáveis com o futuro, que está em constante construção, impossibilitando assim que meros mortais o prevejam.

Mises explica isso no livro “A Mentalidade Anticapitalista” quando diz: “A mente humana tem sempre a ilusão de uma existência imutável. O objetivo declarado de todos os movimentos utópicos é o de dar fim à história e de estabelecer uma calma final e permanente”. Ou seja, os iluminados socialistas não aceitam estarem na condição de seres limitados e querem que a realidade se curve à sua vontade. Para isso, sempre recorrem ao estado para forçar tais desejos por meio da agressão, leis positivistas, repressão e impostos.

Para coagir a realidade aos seus desejos, os iluminados socialistas precisam de uma marionete política. Neste contexto, não havia nenhum nome popular nas eminências das eleições de 2022 que atendessem a demanda deste grupo. Portanto, ressuscitaram o Lula que é era um nome em voga no imaginário popular de baixa renda e pelos magnatas monopolistas. Além do Barba abaixar a cabeça para os iluminados, como ficou evidente nos últimos governos, também estava atrelado a ele a imagem de um grande conciliador. Inclusive o Geraldo Alckmin saiu da centro-esquerda PSDBista, dando um passo à esquerda mais socialista para compor a, então chamada, Frente Ampla como vice.

O mesmo Alckmin que em 2017 disse: “depois de quebrar o Brasil, Lula quer voltar à cena do crime”. Nas eleições de 2022 ouviu e aplaudiu o hino da internacional comunista. Ainda, no campo político após o primeiro turno das eleições, o Barba conseguiu apoio da candidata Simone Tebet. Você provavelmente deve se perguntar, quem é essa? Talvez lembre dessa pessoa quando disse que o dinheiro para ajudar a catástrofe que aconteceu no Rio Grande do Sul não será entregue agora, pois os prefeitos não sabem o que precisam. Essa mulher, e qualquer outro, estava disposto a se colocar nos bastidores da política brasileira para deixar os holofotes para o Molusco.

Qualquer um no poder executivo que tentasse algum protagonismo era prontamente solapado. O Haddad tentava minimamente manter alguma austeridade fiscal? O Nove Dedos prontamente “desmentiu” qualquer rigor fiscal, afinal, a ordem do “Grande Irmão” era, na verdade, gastar como se não houvesse amanhã. Janones, deputado federal, ao tentar “abrir as asinhas” começou a ser manchete que o difamaram nos jornais. O status quo petista não deixaria passar batido ninguém. Apareceu um misterioso vazamento digno de cassação de mandato. Ou seja, no executivo é essa a mão de ferro. Já no poder judiciário não precisa de tanta intervenção. Uma vez que a maioria dos ministros foram indicados pelo próprio partido no poder, e outra parte sente saudades do teatro partidário da estratégia das tesouras entre PT e PSDB. Mas, e o legislativo?

Bem, aí a coisa muda. A maquininha do plimplim que elegeu barba no poder executivo, no legislativo elegeu uam quantidade grande de deputados e senadores de direita. Que fenômeno intrigante, não é mesmo? Enfim, sem um legislativo alinhado com o executivo, passar leis que favoreçam a perpetuação do poder petista é impossível. Pior ainda, o Molusco não está conseguindo passar leis que beneficiariam o PT, mas sem grandes alardes, como por exemplo, o projeto dos motoristas de aplicativos.

Tal projeto faria o governo petista obter caixa de uma verba não direcionada, ou seja, mais dinheiro para gastar com os companheiros. No entanto, um projeto como esse passaria fácil no governo Lula I. Então, o que está acontecendo com o governo Lula III? Aqui chegamos ao ponto central, no qual o Barba, não é mais o grande articulador. No governo Lula III, o querido presidente demonstrou que o trânsito e a comunicação com o legislativo está deixando a desejar. Para entender isso, precisamos compreender o contexto da chegada do PT ao governo.

Fernando Henrique Cardoso, ou FHC, fez uma verdadeira austeridade fiscal e tributária no Brasil. Assim, lançou o Real como a nova moeda desse modelo econômico. Das diversas medidas, uma que impactou bastante a economia foi a reforma bancária. Nela, ficou impedido que os bancos estaduais emprestassem dinheiro para os governos estaduais. Ocorria frequentemente do governo estadual se endividar, e para pagar as contas, pegava empréstimo com o banco estadual. O governo dava o calote no banco, e consequentemente a entidade financeira pedia socorro para o Banco Central do Brasil. Assim, artificialmente o governo estadual imprimia dinheiro.

Outro ponto importante foi uma reforma fiscal que controlou a impressão de dinheiro, obrigando o governo a pagar a sua dívida diretamente. Gerou-se a necessidade de colocar a dívida no mercado, na forma de títulos públicos pré-indexados e pós-indexados. Assim o próprio sistema freou a emissão monetária que destruiu diversas moedas das terras Tupiniquins. Só um adendo: posteriormente em 2002, o Barba, então presidente, permitiu que pessoa física investisse nestes títulos por meio do programa Tesouro Direto, fazendo a arrecadação do governo aumentar absurdamente. Isso aconteceu, pois pessoas leigas que buscam apenas rendimentos melhores que a poupança e que não entendem que estão financiando o estado, começaram a comprar esses papéis. Mas, voltando à linha dos fatos. Essa austeridade fiscal, em conjunto com as privatizações, forneceram ao PT a oportunidade de alinhar diversos partidos para formar uma oposição, que contava com as melhores mentes da esquerda para a tomada de poder.

Neste contexto, o PT e os partidos coligados contrataram o João Santana e o Duda Mendonça. Eles criaram a campanha que o Brasil estava sendo roubado pelas privatizações realizadas pelo PSDB. O comercial “Xô corrupção” mostrava um rato vilipendiando a bandeira do Brasil e sendo levada a escuridão de uma toca. Que irônico não? Como diria Lênin: “acuse-os do que você faz, chame-os do que você é”. Se por meio da propaganda centralizada o PT conquistou os corações e mentes, bastava, então, alinhar com o legislativo. Para isso, Lula tinha mentes brilhantes como José Dirceu, Palocci, Genoino, Delúbio entre outros que faziam todo o meio de campo. Era costurada a estratégia e os capatazes que faziam as coisas acontecerem. Os recursos sórdidos para obtenção de apoio resultaram nos casos do Mensalão, Petrolão e, a mais icônica de todas, a operação Lava Jato.

E o que o Molusco fez nos governos anteriores? Ele era o garoto propaganda. O rosto nos pôsteres, panfletos e comerciais. Era preciso aprovar alguma reforma? Era criado uma distração de marketing político, e o Barba fazia sua aparição com frases desconexas, com os capatazes alinhando com o legislativo a aprovação. É perceptível que com a prisão de João Santana e Duda Mendonça nenhum profissional com o mínimo de talento quis se envolver com políticas duvidosas. Toda aparição do presidente em evento público é um desastre de estratégia política. Um exemplo disso, foi a sua visita ao estado do Rio Grande do Sul devido à calamidade pública. Uma das primeiras coisas que o presidente falou foi sobre a disputa entre os times de futebol Grêmio e Internacional, ignorando completamente a dor da população que estava embaixo d'água. Isso mostrou que não há nenhuma assessoria pública de como alavancar sua presença. O que ajuda ele é a Janja, que está fazendo esta parte. Não é muita coisa, mas é melhor que assessoria nenhuma.

Na costura política as coisas não estão boas. Ninguém quer ser operador do direcionador de votos do partido. Este cargo tem um alvo nas costas e corre grande risco de ver o sol nascer quadrado. O barba pode confirmar. Mas, façamos justiça. A emenda do relator tirou o poder do executivo de liberar verba para o legislativo. Sem o Molusco controlando o registro de dinheiro do governo, dificulta-se alinhar os interesses. Para piorar tudo, a cuidadora de idosos, primeira dama e a verdadeira vice-presidente, isola seu marido de todos que julga prejudicial para sua carteira ambulante. Em contrapartida, ele aparentemente só confia nela.

O Barba nunca foi o grande articulador que os iluminados socialistas tanto ventilaram. Ele está com suas capacidades físicas e cognitivas na pior fase. Tudo que fez no passado foi com apoio de outros que tinham talentos de verdade, e não eram meros garotos propaganda. Estes articuladores foram maculados por investigação exaustivas e prisões que respeitaram o devido processo legal. Por isso, qualquer um que tenha mais de dois neurônios funcionais não aceitariam tal cargo no governo petista. Janja vê atualmente o marido como uma pata de ovos de ouro. Ninguém tirará isso dela, exceto se ocorrer um impeachment. Aí veremos quanto durará o amor.

O que nós libertários falamos sobre isso? O de sempre. O estado só agrega o que há de pior na sociedade. Onde mais essa estirpe de gente poderia afetar tão negativamente uma sociedade? Como eles poderiam vilipendiar o futuro de tantas pessoas para satisfazer suas necessidades mais nefastas, se não houvesse estado? O Brasil é uma eterna fábrica de criar libertários. O Barba, assim como a presidenta que saúda a mandioca, fará uma nova leva de libertários, conservadores e pessoas abismadas com tanta soberba e apatia do estado para com a sociedade brasileira. Só nos resta saber se seremos o suficiente para, nas próximas eleições, podermos mudar a situação assim como fizemos com Bolsonaro. Afinal, aparentemente o estado ficará por aí, ao menos por algum tempo, chicoteando o lombo do brasileiro, antes que imploda devido à sociedade não aguentar mais o tamanho deste parasita.

Referências:

Leitura da cartinha da demogracinha:
https://www.youtube.com/watch?v=Ro5pCU03t6o

“Depois de quebrar o Brasil, Lula quer voltar à cena do crime”, diz Alckmin em vídeo de 2017 :
https://www.youtube.com/watch?v=so5-reK_daA

Em congresso do PSB, Lula e Alckmin ouvem e aplaudem ‘A Internacional Socialista’:
https://www.youtube.com/watch?v=SaZUokTUzi4

No dia em que Lula puxa orelha de Haddad e Alckmin, ministros e líderes reclamam do presidente pela ausência na articulação política:
https://g1.globo.com/politica/blog/gerson-camarotti/post/2024/04/22/no-dia-em-que-lula-puxa-orelha-de-haddad-e-alckmin-ministros-e-lideres-reclamam-do-presidente-pela-ausencia-na-articulacao-politica.ghtml

Xô Corrupção - Campanha de Lula para presidente, 2002:
https://www.youtube.com/watch?v=-0-gFNGtARk