Deus nos advertiu sobre o estado e suas consequências negativas. Mas, assim como pecadores, o povo tende a não escutá-lo, preferindo os grilhões em seus pés.
Há mais de 3 mil anos, o Altíssimo alertou sobre os perigos de confiar cegamente nos governantes terrenos. Por meio do profeta Samuel, Ele preveniu que entregar o próprio destino a um Rei, um estado totalitário, levaria a graves violações de direitos, servidão e sofrimento. Até mesmo Deus, mostrou que as amarras estatais não são seu ensinamento.
Deus começou falando assim para Samuel, no capítulo 8 versículos do 9 ao 22.
“Agora atenda-os; mas advirta-os solenemente e diga-lhes quais direitos reivindicará o rei que os governará”. Samuel transmitiu todas as palavras do Senhor ao povo, que estava lhe pedindo um rei, dizendo: “O rei que reinará sobre vocês reivindicará como seu direito o seguinte: ele tomará os filhos de vocês para servi-lo em seus carros de guerra e em sua cavalaria, e para correr à frente dos seus carros de guerra. Colocará alguns como comandantes de mil e outros como comandantes de cinquenta. Ele os fará arar as terras dele, fazer a colheita, e fabricar armas de guerra e equipamentos para os seus carros de guerra. Tomará as filhas de vocês para serem perfumistas, cozinheiras e padeiras. Tomará de vocês o melhor das plantações, das vinhas e dos olivais, e o dará aos criados dele. Tomará um décimo dos cereais e da colheita das uvas e o dará a seus oficiais e a seus criados. Também tomará de vocês para seu uso particular os servos e as servas, e o melhor do gado e dos jumentos. E tomará de vocês um décimo dos rebanhos, e vocês mesmos se tornarão escravos dele. Naquele dia, vocês clamarão por causa do rei que vocês mesmos escolheram, e o Senhor não os ouvirá”. Todavia, o povo recusou-se a ouvir Samuel, e disse: “Não! Queremos ter um rei. Seremos como todas as outras nações; um rei nos governará, e sairá à nossa frente para combater em nossas batalhas”. Depois de ter ouvido tudo o que o povo disse, Samuel o repetiu perante o Senhor. E o Senhor respondeu: “Atenda-os e dê-lhes um rei”.
Infelizmente, a humanidade não deu ouvidos ao conselho divino. Em todos os cantos da Terra, povos abraçaram estados cada vez mais poderosos, arrogantes e opressores. E padeceram exatamente dos males contra os quais haviam sido prevenidos. Donos da força, os governantes passaram a pilhar os frutos do trabalho alheio. Homens e mulheres tiveram seus filhos sequestrados para engrossar exércitos em guerras injustas. As melhores terras e rebanhos foram apropriadas pela elite dominante. Pesados impostos, antes inimagináveis, tornaram-se uma rotina opressiva.
Servidão e escravidão em larga escala foram instituídas e consideradas normais. Toda forma de tirania tornou-se possível quando o povo entregou seu poder, liberdade e responsabilidade nas mãos de um estado onipotente. Mas a opressão tomaria uma feição ainda mais sombria. Ao longo dos séculos, governos golpeariam as mais profundas convicções do espírito humano: a liberdade de consciência e crença. Começou assim a história sangrenta das perseguições religiosas. Do Império Romano aos regimes comunistas do século XX, passando pela Inquisição, incontáveis atrocidades foram cometidas contra minorias espirituais. Quando o estado controla a fé, ele a deturpa para justificar a própria tirania. Surge uma religião oficial, compulsória, que não tolera dissidentes.
Cristãos foram lançados aos leões ou queimados na fogueira. Judeus enfrentaram massacres e guetos. Muçulmanos, hindus, budistas e tantos outros crentes também provaram do fel amargo da intolerância estatal. A lista de vítimas inocentes parece não ter fim. A perseguição aos primeiros cristãos pelo Império Romano é um marco sinistro desta era de ódio. Por professar fé em Jesus, homens e mulheres foram executados de formas brutais, como crucificação, queima viva e exposição a feras selvagens nos circos. Estima-se que 700 mil cristãos tenham sido martirizados antes de o Edito de Milão legalizar o cristianismo em 313 d.C. Em meados do século XIII, o Papa Inocêncio III deu início à Inquisição para combater hereges na Europa. Milhares de cátaros, valdenses e outros grupos dissidentes foram torturados e mortos sob acusação de heresia e bruxaria. Calcula-se que a Inquisição tenha vitimado ao menos 40 mil pessoas até o século XVI.
Mais recentemente, durante a era stalinista na União Soviética, líderes religiosos e fiéis sofreram perseguição impiedosa. Dezenas de milhares de sacerdotes cristãos foram executados ou enviados a gulags, e mais de 10 mil igrejas foram fechadas ou destruídas apenas na década de 1930. O genocídio de 6 milhões de judeus durante o holocausto na Alemanha nazista representa o ápice do ódio religioso patrocinado por um estado. Amparado por leis raciais, o regime do bigodinho levou adiante a "Solução Final" para exterminar totalmente os judeus na Europa por meio de câmaras de gás, fuzilamentos em massa e campos de concentração.
Infelizmente, a história não é coisa apenas do passado. Ainda hoje igrejas são fechadas, liturgias proibidas e fiéis perseguidos em dezenas de países. Na China, desde que o Partido Comunista assumiu o poder em 1949, autoridades têm prendido e torturado cristãos, fechado igrejas e queimado bíblias. Estima-se que ainda existam cerca de 50 mil prisioneiros religiosos na China. No Paquistão, a minoria cristã sofre constantes ataques e discriminação. A lei anti-blasfêmia é usada para perseguir falsamente esses fiéis, que chegam a ser linchados por turbas enfurecidas. Entre 1987 e 2017, foram registrados mais de 1.500 casos de abuso dessa lei contra cristãos.
Na Coreia do Norte, qualquer prática religiosa fora da adoração obrigatória aos líderes Kims é estritamente proibida. Dezenas de milhares de budistas e cristãos clandestinos são torturados em campos de trabalhos forçados sob condições desumanas. Liberdade religiosa e limitação do poder estatal andam lado a lado. Onde uma avança, a outra também prospera. E onde uma é oprimida, a outra inevitavelmente definha. Esta lição da história precisa ser aprendida antes que mais sangue inocente seja derramado.
Que as palavras do Onisciente ecoem novamente em nossos corações, nos inspirando a construir uma sociedade de paz, justiça e tolerância. Onde a fé seja vivida em liberdade e ninguém tema as garras opressoras do estado. Ainda estamos a tempo de provar ao mundo que a advertência divina não foi em vão.
Bíblia em Samuel 8: 9-22