Trump impede a criação de uma CBDC do Federal Reserve: uma batalha vencida, mas a guerra contra o controle financeiro estatal está longe do fim.
O mais novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acabou de tomar uma decisão impactante ao proibir o Federal Reserve, o Banco Central americano, de criar sua própria moeda digital, conhecida como CBDC. Essa escolha mostra uma preocupação real com o aumento do controle monetário pelo governo e os riscos que as moedas digitais podem trazer para nossa liberdade financeira e privacidade. Ao contrário do que se fala sobre conveniência e modernidade, uma CBDC pode realmente ameaçar nossa privacidade e independência, dando ao governo um controle sem precedentes sobre nossas finanças, incluindo o congelamento do nosso dinheiro. O novo decreto assinado por Trump proíbe "a criação, a emissão ou a promoção de qualquer moeda digital de banco central" e exige que "todos os projetos relacionados a isso sejam encerrados".
A proposta de um dólar digital foi avaliada pelo Fed, porém não houve uma decisão final. A administração do ex-presidente Joe Biden apoiava a ideia, pois via nela benefícios e oportunidades, que cá entre nós, só iria dar mais poder ao governo. Por outro lado, os diretores do Fed sempre demonstraram ceticismo em relação à viabilidade de um CBDC em dólar. Em março do ano passado, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que o banco central ainda estava "bastante distante" de adotar um dólar digital. De toda forma, a intenção do decreto de Trump é promover as criptomoedas nos Estados Unidos, incluindo o Bitcoin, e não a moeda estatal digital. O documento sugere a formação de um grupo de trabalho responsável por ponderar sobre o assunto e apresentar sugestões ao Congresso americano e ao presidente.
Trump demonstra muito interesse nesse nicho de moedas digitais, por ter lançado uma criptomoeda, a $TRUMP, em 17 de janeiro, três dias antes de tomar posse como presidente. Esta é uma "memecoin", uma criptomoeda baseada na fama de alguém ou em um fenômeno viral, não muito diferente de outras shitcoins consideradas mais "sérias", como o Ethereum. A criptomoeda do presidente americano foi lançada no mercado por US$ 7, algo em torno de R$ 42, e chegou a valer US$ 34,72 (R$ 210).
Mas, o que é uma CBDC e por que temos tanto temor disso ser implementado? Basicamente, é uma moeda digital emitida pelo banco central de um país, que seria como uma versão eletrônica do dinheiro tradicional, como o dólar, o euro ou o real. Diferente das criptomoedas descentralizadas, como o Bitcoin, que funcionam sem intermediários ou controles governamentais, a CBDC está diretamente ligada ao governo e aos bancos centrais. Isso quer dizer que seu valor, emissão e regulação são controlados pelos poderosos no estado, que passam a ter total controle sobre essa moeda. Além disso, as transações com CBDCs são totalmente rastreáveis, permitindo uma vigilância constante sobre as finanças das pessoas e empresas, e isso abre vários precedentes, sobretudo para governos que perseguem seus adversários. Portanto, nas mãos de qualquer ditador, uma moeda de banco central poderia se tornar um grande instrumento de engenharia social e de destruição de opositores do regime e de suas famílias.
O conceito de CBDCs não é mais só teoria ou algo distante; países como a China estão colocando isso em prática, com um controle significativo sobre seus cidadãos. A ideia é acabar com o dinheiro físico, promovendo um sistema totalmente digital onde todas as transações passam por plataformas controladas pelo ente estatal. Na China, por exemplo, o yuan digital já é usado para monitorar o comportamento das pessoas e até puni-las por ações mal vistas pela máfia central. O governo chinês pode, por exemplo, impedir que um cidadão compre passagens de avião, faça compras em certos lugares ou limite os produtos que ele pode comprar, tudo baseado em um "score social". Imagine um cenário em que seu dinheiro é programado e só pode ser utilizado para determinados fins, como alimentos, enquanto outras necessidades do dia a dia ficam de fora. Esse é o tipo de futuro sombrio que surge conforme a tecnologia das CBDCs avança, algo que faria qualquer regime ditatorial do passado, seja na União Soviética ou o Terceiro Reich alemão, se parecer com um mar de rosas.
No Brasil, também estamos testemunhando algo parecido com a criação do Drex, uma moeda digital do Banco Central, vendida como um avanço no sistema financeiro nacional que visa trazer supostas facilidades e transparência. O Drex, em muitos aspectos, é como um "Pix melhorado", mas com uma estrutura muito mais complicada e, para muitos, assustadora. Diferente do Pix, que é uma plataforma aberta e transparente, o Drex opera com um código fechado, o que significa que ninguém pode auditar e verificar o sistema de forma independente. A confiança que se coloca nesse sistema depende inteiramente da boa-fé dos políticos e banqueiros que o implementam, e todos sabemos que esses não são lá os melhores grupos de interesse em quem podemos confiar. Isso cria um grande risco para manipulações e problemas de segurança que podem passar despercebidos, comprometendo a privacidade e a liberdade dos usuários.
Mas, como sempre, quando o governo lança uma nova medida ou agência, as promessas são as mesmas velhas ladainhas de sempre. Todas elas vão na linha de “democratizar o acesso”, “facilitar o sistema” ou “melhorar a segurança e a vigilância”. Essas promessas são o discurso típico usado para justificar a implementação de qualquer nova medida financeira tresloucada que apenas beneficia o governo em detrimento da população. O objetivo é sempre o mesmo: convencer a população de que a tecnologia será um meio de melhorar a vida das pessoas, quando, na realidade, ela serve apenas para centralizar mais poder nas mãos da elite estatal.
No caso do Drex, a privacidade dos cidadãos fica seriamente comprometida, uma vez que as transações realizadas com essa moeda serão, em grande parte, monitoradas e controladas por uma autoridade central. Tal controle nas mãos do estado brasileiro, mais ainda durante um governo como o atual, significa uma capacidade tributária quase onisciente: o sonho molhado de Taxxad e companhia. Uma vez implementado, o CBDC daria ao governo um grande incentivo para proibir o uso de papeizinhos coloridos, hoje usados como moeda corrente. Já que se tratam de uma maneira não rastreável de realizar transações monetárias, fugindo de impostos e regulações. No Brasil, já observamos ações nesse sentido, como o Projeto de Lei 4068/20, proposto pelo deputado Reginaldo Lopes, do PT de Minas Gerais. A proposta estabelece que todas as operações financeiras sejam realizadas exclusivamente por meio digital. A posse de cédulas será permitida apenas para fins de registro histórico, ou seja, para o colecionismo.
A lei ainda prevê proibir a produção, circulação e utilização de notas de valor superior a R$ 50 até um ano após a sua aprovação. O período para as notas de valor inferior será de até cinco anos. Não é de se surpreender que um a criação de uma CBDC seja um passaporte para a estruturação de uma realidade distópica nas mãos do estado.
Embora o Drex tente te dar a sensação de autocontrole ao oferecer uma opção de autocustódia, o que significa poder armazenar seus próprios recursos sem depender de outras instituições, há uma pegadinha escondida aí. Essa opção não passa de uma ilusão, pois, na prática, a custódia será intermediada por outras instituições, como bancos, que continuarão a exercer grande influência sobre o seu dinheiro. E, claro, o governo poderá facilmente monitorar seus gastos e, em cenários mais extremos, confiscar o que está em sua carteira digital, tornando eventos como foi o plano Collor Muito mais prováveis de serem repetidos por gestões desesperadas. Apesar das semelhanças no que tange a interface de usuário e seu funcionamento no dia a dia, a principal diferença entre um CBDC e o Bitcoin está atrelada ao grau de centralização da plataforma. A blockchain é o principal diferencial do Bitcoin, oferecendo uma camada de proteção contra a intervenção de qualquer autoridade central. Com sua estrutura imutável e criptografada, a blockchain garante que as transações sejam seguras e quase impossíveis de serem alteradas.
A centralização no modelo CBDC e a capacidade do governo de exercer controle absoluto sobre ele levantam sérias preocupações sobre as implicações para a privacidade em uma era em que estamos cada vez mais digitalmente expostos. Se o Drex fosse implementado com a mesma velocidade com que o PIX tem sido adotado, estaríamos entrando em uma era de controle financeiro absoluto, onde o governo seria capaz de determinar como, quando e onde você pode gastar seu próprio dinheiro.
O Bitcoin, por sua natureza descentralizada, é transparente, seguro e inviolável, sendo o antídoto natural contra a intervenção dos governos. Cada transação realizada com Bitcoin é registrada em um livro contábil público, mas não contém informações pessoais que possam ser usadas para rastrear ou identificar os indivíduos envolvidos. Com uma boa senha e uma sequência de 12 ou 24 palavras, sua chave privada e seus satoshis estarão protegidos de qualquer investida contra seu patrimônio.
A blockchain ainda garante a segurança e a inviolabilidade das transações, tornando impossível para qualquer governo ou entidade alterar, ou confiscar os fundos de um usuário sem o seu consentimento.
Ao contrário do que muitos estadistas propagam, a criação de uma CBDC como o Drex não é uma inovação em direção ao futuro. Mas sim um passo em direção a um regime totalitário, onde o governo exerce controle sobre todos os aspectos da vida dos cidadãos. Como já vimos na China, os governos podem utilizar as moedas digitais para restringir liberdades, controlar comportamentos e punir todos aqueles que não seguem as regras estabelecidas pelo bandido estacionário. Portanto, é inegável que a decisão de Donald Trump segue na direção certa, e visa realmente proteger a liberdade financeira dos americanos, apesar disso, esta não é uma solução definitiva. Donald Trump se opôs a criação de um CBDC, mas e quando os democratas retornarem ao poder? E se uma ala autoritária do partido republicano reconsiderar essa decisão e lutar pela instauração do dólar digital? Por isso, só teremos liberdade e autonomia se permanecermos vigilantes e cobrarmos dos políticos para que tomem as decisões corretas: menos estado e mais indivíduo.
É claro que não podemos ficar à mercê de governos que vem e vão, e muito menos confiar na palavra e honestidade de políticos que vivem de dinheiro roubado da sociedade. Também deveria ser óbvio que as shitcoins não representam uma alternativa viável para a proteção de patrimônio no longo prazo. Elas são apenas cópias capadas do Bitcoin, feitas para obter lucros rápidos sem muitos compromissos com segurança e transparência, isso quando não se tratam de golpes. Em um cenário como este, a melhor maneira de proteger seu patrimônio pessoal contra a interferência do governo é usar uma criptomoeda descentralizada, como o Bitcoin. Com seu sistema seguro e transparente, e a possibilidade de autocustórdia, o Bitcoin se destaca como a única moeda que realmente oferece uma defesa sólida contra o controle estatal.
A boa notícia é que nenhum governo, por mais que tente usar a tecnologia para o mal, conseguirá impedir o avanço de um sistema financeiro descentralizado e transparente que realmente atenda aos anseios populares por mais liberdade e segurança. O futuro da liberdade financeira está nas mãos de quem tem a visão de um mundo onde o dinheiro não é controlado por governos ou bancos centrais, mas pelo indivíduo. A revolução do futuro está ocorrendo agora, basta que todos percebam que já estão participando dela.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2025/01/24/trump-proibe-que-bc-dos-eua-desenvolva-uma-moeda-digital.ghtml
https://www.gazetadopovo.com.br/economia/trumpcoin-sob-criticas-nova-moeda-digital-incrementa-mercado-cripto/
https://iclnoticias.com.br/economia/trump-aumenta-pressao-federal-reserve/