Unicamp aprova cotas para pessoas trans, travestis e não-binárias

A Universidade Estadual de Campinas aprovou uma regra que reserva vagas de vestibular para pessoas declaradas transsexuais, travestis e não-binárias. Infelizmente, vemos cada vez mais a ideologia tomando conta da nossa educação.

A Unicamp, Universidade Estadual de Campinas, instituição que já foi um dia referência de excelência no ensino, agora se vê no centro de uma confusão ideológica. Quem diria que as universidades, centros de ensino superior e suposto ápice do desenvolvimento científico do país, se renderiam a uma política que, em nome da inclusão, acaba colocando pautas identitárias à frente do mérito e do desempenho? Parece até piada de mau gosto: enquanto alguns celebram a iniciativa como um avanço, a verdade é que estamos diante de uma intervenção estatal que transforma o ensino em um playground de ideologias.

Recentemente, o Conselho Universitário aprovou, de forma unânime, um sistema de cotas que reserva vagas para pessoas trans, travestis e não-binárias. Para cursos com menos de 30 vagas, é obrigatório que pelo menos uma seja destinada a esses grupos; para os cursos maiores, a regra é de duas vagas. A justificativa oficial é a de ampliar o acesso e corrigir injustiças históricas, mas a prática mostra um cenário em que a autodeclaração e os relatos pessoais substituem critérios objetivos e mensuráveis. Isso levanta uma série de dúvidas: como fazer uma seleção justa com base em algo tão subjetivo? É como tentar comparar maçãs com laranjas, onde o mérito e o desempenho, que deveriam ser as verdadeiras moedas de troca, são simplesmente ignorados em favor de uma narrativa ideológica.

A ideia de usar autodeclaração e relatos de vida como base de seleção é, no mínimo, duvidosa. Se antes os critérios para as cotas raciais já eram alvo de questionamentos, agora a situação se agrava. Imagine só: em vez de avaliar o desempenho em provas e o potencial acadêmico, a instituição passa a depender de relatos pessoais que podem variar conforme a interpretação de cada avaliador. Essa subjetividade não só desvaloriza quem se dedica aos estudos, mas também abre brechas para abusos e fraudes. Afinal, se o critério principal é uma simples declaração, onde fica a garantia de que o candidato realmente se enquadra na categoria? É um jogo perigoso.

A intervenção estatal na educação é uma verdadeira afronta à liberdade individual. A universidade, que deveria ser um ambiente de estudo e descobertas, e custa caro com a justificativa de que produz avanços para a sociedade, se transforma num palco para a imposição de uma agenda política muito perversa. O que era para ser um campo de batalha do conhecimento, onde cada um lutasse para conquistar seu espaço com base no mérito e sucesso acadêmico, vira uma disputa onde a identidade é a única regra do jogo em alguns casos. Essa situação provoca revolta, principalmente entre aqueles que acreditam que o acesso ao ensino deve ser garantido pela competência, e não por um simples enquadramento em categorias pré-determinadas, que na verdade não são nem mesmo objetivas.

E o que dizer do impacto dessa política no mercado de trabalho? Pois é, quando o ingresso na universidade passa a ser condicionado por critérios ideológicos e identitários, a formação dos futuros profissionais fica comprometida. Empresas e organizações que buscam talentos para enfrentar desafios e resolver problemas reais acabam encontrando um quadro de graduados que, muitas vezes, não possui a bagagem técnica ou a experiência necessária para se destacar. Isso gera um ciclo em que a confiança na formação acadêmica diminui, e os profissionais formados enfrentam dificuldades para se afirmar no mercado de trabalho.

A verdade é que o que está em jogo aqui não é apenas uma questão de inclusão, mas a própria essência do que significa buscar o conhecimento e se superar. Em um mundo onde o mérito individual deveria ser recompensado, a intervenção estatal que impõe cotas com base em critérios subjetivos desvaloriza o suor do estudante que passa horas estudando, se sacrificando e se dedicando para alcançar resultados expressivos.

Essa política, que se apresenta como um remédio para supostas desigualdades históricas, na verdade, cria novos problemas. Por que estudantes esforçados dos dias de hoje, que não têm culpa por problemas do passado, precisam de pagar algum tipo de reparação histórica a certas minorias? Quando o acesso ao ensino superior se torna um jogo de autodeclaração, o desempenho acadêmico fica em segundo plano, e o que se valoriza é a capacidade de se enquadrar em uma narrativa ideológica. E isso é extremamente perigoso, pois abre novos precedentes para que, no futuro, outras áreas sejam igualmente invadidas por critérios que não têm nada a ver com a competência real, distorcendo os objetivos da formação acadêmica. Fica a pergunta: será que você se sentiria seguro ao ser atendido por um médico ou enfermeiro que conseguiu essa posição no mercado de trabalho por se identificar com outro gênero? Ou você iria escolher um profissional de ponta?

Os esquerdistas adoram argumentar que as cotas são necessárias para corrigir injustiças históricas e garantir a inclusão de grupos marginalizados. Contudo, a solução não pode ser a simples criação de categorias que dividem o acesso ao conhecimento. Em vez de distribuir vagas com base em autodeclarações, o foco deveria estar em criar condições para que todos tenham a chance de se destacar, de acordo com sua dedicação e desempenho - mas isso nunca foi o objetivo do governo. Isso significa melhorar a qualidade do ensino desde os primeiros anos e incentivar uma cultura de competência e superação, que realmente faça a diferença na vida dos estudantes. Mas é claro que somente empresas privadas num sistema de concorrência teriam esse incentivo, ao contrário de orgãos públicos financiados com o dinheiro dos impostos.
E tem outra coisa que o Leviatã estatal brasileiro, ou melhor, o governo brasileiro, poderia fazer: parar de cobrar impostos excessivos e inflacionar a moeda, o que ajudaria muito os mais pobres e assalariados a ascender socialmente e melhorar de vida. O Brasil é um manicômio tributário e um inferno burocrático, que onera todos aqueles que desejam empreender e progredir. Se o pobre é impedido por lei e pelo Custo Brasil de empreender e enriquecer, de que adianta o mesmo governo depois criar cotas baseadas em critérios subjetivos, como se isso fosse resolver o problema? Não podemos perder de vista que, enquanto o Estado apresenta uma falsa solução, ele já criou centenas de problemas que pioram a vida das pessoas em todos os sentidos.

Mas o que mais incomoda é a maneira como essa política é imposta. Não é apenas reservar vagas, mas também uma narrativa onde o Estado se coloca no papel de árbitro de quem tem acesso ao ensino superior. Quando o governo decide quem merece ou não uma oportunidade com base em critérios que, na prática, podem ser manipulados, ele se coloca num caminho muito perigoso. É uma postura que, se levada adiante, pode minar não só a qualidade do ensino, mas também a competência dos profissionais no país, criando inúmeros outros problemas sociais. O sistema de ensino público que já é deficitário e sofre de inúmeras falhas, se torna então um sistema perverso que joga pessoas despreparadas no mercado de trabalho, apenas pela defesa de uma ideologia doente e anti-científica.

Além disso, essa intervenção cria um ambiente de desconfiança e revolta. Os estudantes que se dedicam e se esforçam para alcançar resultados expressivos se veem prejudicados por uma política que parece favorecer, de forma arbitrária, aqueles que se encaixam em determinadas categorias, independente de suas origens e condições financeiras. Essa sensação de injustiça não pode ser ignorada. Quando o esforço é desvalorizado e o talento é medido por parâmetros que não têm relação com o desempenho real, a motivação para estudar e buscar a excelência é comprometida. E as pessoas se tornam mais desconfiadas de um sistema de ensino que se deixou dominar por ideologias nefastas que distorcem a realidade e a própria ciência biológica.

O mercado de trabalho não pode se dar ao luxo de formar profissionais cuja qualificação foi determinada por ideologia e não por mérito. Empresas buscam pessoas que se destaquem pela capacidade de resolver problemas e contribuir de forma efetiva, visando fornecer bons serviços e produtos à sociedade. Quando o acesso ao ensino se torna um jogo de autodeclaração, a confiança dos empregadores é abalada, e os profissionais formados podem ter sua credibilidade seriamente questionada. Isso gera um ciclo de desvalorização, onde o próprio valor do diploma é posto em xeque.

Como é típico do Estado, uma medida que, em tese, busca corrigir desigualdades, na prática, acaba por criar novos obstáculos. Se continuarmos a permitir que a intervenção estatal determine quem merece ou não uma oportunidade com base em fatores subjetivos, estaremos abrindo caminho para um futuro onde a verdadeira igualdade de oportunidades é substituída por uma igualdade forçada e distorcida, que não valoriza o mérito, mas discrimina com base em fatores identitários e subjetivos. Podemos ver como nenhuma política pública vai criar justiça real e melhorar nossa vida, mas é uma forma demagógica de criar uma ilusão de que o governo está buscando melhorar nossa vida; tudo isso tem método, e o objetivo é o controle das mentes. E fica claro também que o principal objetivo dessas políticas de cotas é o de dividir a sociedade e fomentar o discurso de opressores contra oprimidos, uma tática defendida pelos marxistas para criar caos social e dar mais poder ao estado.

A revolta diante dessa política não é apenas uma reação emocional, mas um grito de alerta para todos aqueles que acreditam na importância de um ensino justo e de qualidade, que objetiva formar bons profissionais. Cada vaga distribuída sem critérios objetivos representa um passo em direção a um sistema em que o valor do conhecimento é posto em segundo plano. O que deveria ser um espaço de conquista e superação se transforma num campo minado de ideologias que, em vez de unir, dividem e enfraquecem os laços que deveriam fortalecer o espírito de aprendizado.

No fim, a questão se resume a um dilema fundamental: continuar por um caminho de intervenções que pioram o acesso ao ensino ou investir em um modelo que estimule o verdadeiro potencial de cada indivíduo? A educação não pode se tornar refém de modismos ideológicos que, apesar de proclamarem boas intenções, desvirtuam o que deveria ser uma busca constante pelo conhecimento e pela inovação. A verdade é que, enquanto o governo tiver o poder de ditar os rumos da educação em todo o país, continuaremos nessa situação deplorável e teremos cada vez mais instituições caras que não entregam o que prometem. A solução não virá da elite política e dos burocratas bem acomodados em bons cargos públicos; essas pessoas já estão corrompidas. A luz no fim do túnel virá de alternativas oferecidas por empreendedores do setor privado e por tecnologias disruptivas, como a internet.


Referências:

https://exame.com/esg/por-unanimidade-unicamp-aprova-sistema-de-cotas-para-pessoas-trans/