Diga ADEUS as notas verdinhas de UM REAL

A cédula de 1 real, que deixou de ser produzida em 2005, está prestes a sair de circulação. Segundo o Banco Central, é devido a estarem velhas. Mas será que é por isso mesmo?

A cédula de um real está com seus dias contados, segundo o Banco Central. A autarquia alegou que as notas estão desgastadas e são muito fáceis de serem falsificadas. Entretanto, nós, libertários, sabemos que a verdadeira razão é a inflação, resultado direto das políticas monetárias equivocadas adotadas pelos altos cargos do executivo aqui no Brasil.

Muitos pensam, erroneamente, que a inflação é o aumento generalizado dos preços. As pessoas ficam preocupadas quando vão no mercado e os alimentos estão mais caros, bem como os vestuários e remédios, principalmente aqueles de uso contínuo. A imprensa ajuda a propagar esse mito. No entanto, isso não é verdade. De acordo com Henry Hazlitt, a inflação acontece porque o estado aumenta a quantidade de dinheiro em circulação sem que a produção de bens e serviços cresça na mesma proporção, diminuindo seu poder de compra. Pense assim, a sociedade tem mil unidades de dinheiro para mil unidades de produtos. Portanto, uma unidade de dinheiro, compraria uma unidade de produto. Entretanto, o governo vai lá e imprime mais dinheiro que não acompanha o aumento da produção. Depois de um tempo temos, duas mil unidades de dinheiro para mil e quinhentas unidades de produtos. No fim, uma unidade do produto acaba sendo mais cara do que anteriormente, porque temos mais dinheiro para menos produtos. As pessoas acreditam apenas na hipótese dos produtos estarem mais difíceis para serem produzidos, ou seja, de estarem mais escassos. Contudo, o que acontece, normalmente, é o contrário e o inverso: o dinheiro está ficando mais abundante.


É como se você tivesse um balde de água. Se o balde está cheio, você não valoriza tanto cada gota. Mas se o balde está quase vazio, cada gota passa a valer muito mais. Com o dinheiro, é o mesmo: quando tem muito, ele vale menos, e os preços sobem porque precisamos de mais para comprar os mesmos produtos. E aí, todo mundo sente no bolso o efeito dessa inflação que vai se espalhando por toda a economia.

Olha o exemplo da cédula de 1 real: criada em 1994 para tentar estabilizar a economia brasileira, logo foi corroída pela inflação. Só para você ter uma ideia, o poder de compra de 1 real em 1994 equivale a quase 7 reais atualmente. Isso mostra o fracasso da política econômica. Em 2005, decidiram substituir as cédulas de 1 real por moedas metálicas devido à desvalorização da moeda. As moedas duram mais, é verdade, mas o cerne do problema é a desvalorização, contínua, firme e forte. O real perde valor a cada dia, e trocar cédula por moeda é como colocar um band-aid em uma hemorragia: não resolve o problema, só o esconde por um tempo.

A situação só piorou durante os governos petistas, que seguiram adotando políticas fiscais e monetárias bem irresponsáveis, o que acabou acelerando ainda mais a inflação. Eles aumentaram a oferta de dinheiro para cobrir os gastos do governo, como aumento de salários para os funcionários públicos e para cobrir os rombos nas estatais ou nos fundos de pensão. Entretanto, não se preocuparam com o que isso faria com o poder de compra das pessoas. Por isso dizemos que a inflação é como um imposto disfarçado, que corrói lentamente, mas paulatinamente a riqueza da população, especialmente daqueles que têm menos condições de se proteger. Quem já tem pouco sente o baque mais forte, porque cada real que possuem passa a valer menos. É como dizem as filósofas do Xibom Bombom: é que o de cima sobe, e o de baixo desce. Os pobres que não possuem capital para investimentos, sofrem com a desvalorização, enquanto os ricos que conseguem tirar o dinheiro do Brasil, mantém seu poder de compra, deixando seu patrimônio em um local mais protegido.

Como Ludwig von Mises coloca, os orçamentos deficitários surgem quando o governo gasta cada vez mais e de forma descontrolada, a ponto de não conseguir cobrir esses gastos apenas com o dinheiro arrecadado através dos impostos. E é neste momento que entra a inflação, como uma forma de tentar tapar esse buraco. Uma inflação prolongada nunca servirá para impulsionar a economia. Na verdade, ela bagunça toda a estrutura produtiva, forçando a produção e o emprego a se direcionarem para áreas que, mais cedo ou mais tarde, se mostram inviáveis. É como construir em terreno arenoso: mais cedo ou mais tarde, tudo desaba. Isso acaba gerando prejuízos, desperdiçando recursos que já são escassos e, no fim das contas, aumentando o desemprego. É uma estratégia que só agrava os problemas em vez de resolvê-los, deixando a economia ainda mais fragilizada.

O Brasil é um exemplo perfeito de como a intervenção do governo na economia pode ter efeitos catastróficos, especialmente quando se trata de manipulação da moeda. Nossa história monetária está cheia de desvalorização, inflação e trocas de moeda, tudo causado pelas estúpidas políticas econômicas. A introdução do Cruzeiro em 1942, substituindo o Real Brasileiro, foi uma das primeiras tentativas de resolver o problema da inflação, apenas tirando alguns zeros, sem mudar a política de expansão monetária. Depois disso, veio o cruzeiro novo, o cruzado, o cruzado novo e, finalmente, o cruzeiro real.

Nos anos 1980, o governo brasileiro mostrou o quanto era incapaz de controlar a crise monetária que ele mesmo provocou. Provavelmente, vários de vocês, espectadores, eram crianças ou jovens, e iam ao mercado com os pais para fazer a compra do mês. Todo mundo ia de manhã, porque, se fosse no período da tarde, os preços, muitas vezes, já subiam. Durante esses anos, o Brasil experimentou uma hiperinflação que beirou o absurdo, com taxas anuais ultrapassando os 2.000%. Só em 1994, com o Plano Real, o governo conseguiu conter a inflação. Mesmo assim, a impressora do Banco Central continuou funcionando, trabalhando intensamente. Mas, fazendo o jagunço... Quer dizer, o advogado do diabo aqui, precisamos lembrar que a culpa não é apenas desta autarquia. O sistema bancário atual também gera dinheiro do nada, devido ao que chamamos de reservas fracionárias.

Funciona assim: quando depositamos nosso dinheiro no banco, a instituição não o pega e guarda em um cofre. Na verdade, só deixam uma pequena parte do montante, emprestando o resto para outras pessoas. Esse dinheiro emprestado, por sua vez, pode ser depositado em outro banco, que faz o mesmo — guarda uma parte e empresta o resto. Esse processo se repete várias vezes, fazendo com que o dinheiro se multiplique artificialmente na economia. Então, mesmo que tenha depositado, digamos, R$1.000, o sistema bancário consegue criar muito mais dinheiro através desses empréstimos. Só que este novo dinheiro, é criado apenas como saldos bancários, não em forma de notas ou moedas. É como se o banco estivesse aumentando o dinheiro existente na economia, mas, na verdade, tudo está baseado em dívidas e na confiança de que todo mundo pagará o que deve.

Assim, enquanto o Brasil não adotar uma política econômica que realmente priorize a estabilidade da moeda, diminua a interferência do governo na economia e tire do Banco Central o poder de emitir dinheiro sem controle, e o sistema bancário seguir criando mais dinheiro através do mecanismo das reservas fracionárias, continuaremos presos nesse ciclo vicioso de desvalorização e inflação. Isso só piorará a vida de todo mundo. A grande lição aqui é bem clara: enquanto o estado mantiver o controle sobre a moeda, a inflação e a desvalorização do dinheiro vão continuar sendo inevitáveis. Sem mudanças reais, essa história se repetirá indefinidamente, com consequências cada vez mais complicadas para a população.

Felizmente, desde 2009, temos uma opção de dinheiro no qual é livre do tormento da inflação, pois nenhum governo pode mudar sua política monetária. Estamos falando do bitcoin, a moeda criada por Satoshi Nakamoto, que tem um montante definido de mais ou menos 21 milhões de unidades. Portanto, cabe ao espectador saber o que faz com o seu dinheiro. Quer deixar no Brasil, com a inflação deste governo, no dólar, com a inflação do FED, ou no bitcoin, que tem um limite garantido pelo seu código e pela matemática? A escolha é sua!

Referências:

https://rothbardbrasil.com/o-basico-sobre-a-inflacao/

Ludwig von Mises. As seis lições. IMB.