Rede de supermercados AUTÔNOMA irrita ESQUERDISTAS

Proteger empregos da tecnologia é como proibir a eletricidade para salvar as fábricas de vela.

Cada faceta da existência moderna foi um pouco alterada pela automação, e a transformação do local de trabalho é uma boa indicação de seu impacto. O supermercado, por exemplo, foi transformado, à medida que novas tecnologias são usadas para maximizar ou substituir o trabalho humano. Um dos primeiros grandes varejistas a fazer isso foi a Auchan, que adotou sistemas automatizados que permitiam que as pessoas comprassem produtos por meio de um processo de digitalização e pagamento com dispositivos automatizados em vez de depender da disponibilidade de caixas. Para aumentar o tráfego de clientes e limitar os custos operacionais, a rede francesa vem testando lojas totalmente autônomas aos domingos em algumas unidades no norte da França. A empresa diz que assim consegue aumentar o horário de funcionamento sem comprometer o descanso de seus funcionários. Essa evolução tem sido resistida, especialmente por sindicatos, que argumentam que isso levará à perda de empregos. Eles dizem que tal política apenas distribuiria o tráfego de clientes existente, "em vez de aumentar as vendas gerais".

Os sindicatos rejeitam as afirmações da gerência do varejista, que disse que a campanha "busca atrair novos clientes sem sobrecarregar os funcionários, principalmente após recentes cortes de empregos e fechamentos de lojas".

Talvez uma das narrativas mais comuns que surgem em tempos turbulentos seja a ideia de que a tecnologia pode ser a vilã e acabar com empregos, ameaçando os caminhos disponíveis para algumas profissões.

Mas se examinarmos a história da automação e do avanço tecnológico mais de perto, podemos ver que essas preocupações nunca são realizadas; em vez disso, novas ocupações são criadas ao longo do tempo como resultado de um ciclo interminável de avanço e adaptabilidade.

Isso reflete o que aconteceu com o ramo de supermercados, onde introduzir novas tecnologias de gestão e vendas nunca foi uma tarefa simples, no entanto, sempre foi a opção certa para impulsionar a produção. Os mercados eram basicamente apenas armazéns com balcões onde os consumidores pediam mercadorias que os balconistas pegavam das prateleiras ou geladeiras e entregavam a eles.

Embora essa abordagem fosse eficaz para pequenas empresas, ela tornou a expansão para grandes mercados impossível pois exigiria muita mão de obra para satisfazer as solicitações dos clientes. Para resolver esse problema, a ideia de autoatendimento foi introduzida no final da década de 1940, e os supermercados começaram a aparecer como um novo substituto. Os clientes agora podiam se servir, trazendo itens direto das prateleiras para o caixa. Havia menos balconistas e as prateleiras foram organizadas para tornar mais simples o acesso à mercadoria. Grandes varejistas conseguiram permanecer viáveis ​​como resultado da produtividade e eficiência aprimoradas do setor, além da redução de preços para o consumidor final. O trabalho do balconista, que antes era uma função essencial, se tornou obsoleto para muitos mercados, mesmo assim, o mercado foi ágil para recontratar esses trabalhadores. O modelo de supermercado extinguiu a demanda por balconistas, mas gerou uma nova demanda por caixas. Os antigos armazéns geralmente tinham apenas um caixa, já que eram um pequeno negócio regional. Com o advento dos grandes varejistas, a necessidade de uma linha de postos de caixa foi criada. Assim nasceu o moderno conceito de supermercado que temos hoje em dia, gerando muito mais comodidade e valor para a sociedade.

Esse movimento de substituição do trabalho humano por máquinas ou métodos mais eficientes não é um fenômeno recente. Desde a Revolução Industrial, novos métodos têm sido desenvolvidos visando o lucro e a eficiência, estes geraram a atual sociedade em que vivemos, cheia de comodidades impensáveis até para reis de séculos atrás. Apesar de tudo, a resistência à automação tem sido uma constante durante todo esse período. Os ludistas, um grupo de trabalhadores da Inglaterra do século XIX, foram um dos primeiros grupos organizados a lutarem contra a modernização da produção. Eles destruíam máquinas por acreditar que estas estavam roubando seus empregos e seus meios de subsistência. Apesar dos esforços, o grupo obviamente não conseguiu frear o progresso, como a história nos mostrou, a inovação sempre prevaleceu. Apesar dos temores e dos conflitos, a automação trouxe benefícios indiscutíveis, criando novas oportunidades de trabalho em setores que sequer existiam antes. 

Não é de hoje que os políticos usam o medo da automação para propor leis que vão na direção de mais impostos e a interferência na economia, os quais acabam frequentemente tendo o efeito oposto ao pretendido.

Leis que protegem empregos da tecnologia, como aquelas que limitam o uso de certos equipamentos automatizados ou proíbem o autoatendimento, dão aos funcionários a ilusão de estarem seguros, mas na verdade não levam a nada além de maiores custos para todos. O empregador, agora, terá mais dificuldades ao tentar se modernizar, perdendo clientes para concorrentes no exterior. O empregado terá o seu salário reduzido em comparação a outros contratantes, já que a empresa estará arcando com mais custos do que sua concorrência. E o consumidor final terá um produto mais caro, já que este foi produzido usando métodos obsoletos para os padrões modernos. 

Vemos aqui que a aplicação de uma lei que restringe a automação a nível nacional acaba por danificar toda a cadeia de produção de um país, fazendo com que produtos de outros mercados possam varrer a indústria nacional. No Brasil, nós já temos uma lei parecida com as medidas que muitos dos contrários à automação promovem, a proibição do self service em postos e a obrigatoriedade do frentista. A lei brasileira exige a presença de frentistas, argumentando que a lei protege o emprego de milhares de pessoas no país. O resultado dessa normativa é óbvio aos que estão prestando o mínimo de atenção, os preços vão aumentar graças ao excesso de mão de obra demandada, e este custo será repassado no preço do combustível. Além disso, a legislação ainda diz que a presença do frentista é indispensável para a segurança durante o abastecimento de veículos. Para o estado, você é burro demais para abastecer o próprio carro, algo que é muito comum em países desenvolvidos, mas aqui você é obrigado a pagar para alguém fazer isso. 

Por mais que o discurso estatal tente te vender a ideia da criação de “proteções” para os trabalhadores, é evidente que esse tipo de intervenção só serve para perpetuar modelos de negócios ineficazes. A perpetuação de um sistema que impede o progresso e a melhoria das condições de vida de todos, enquanto políticos lucram com taxas e aplicação de multas a estabelecimentos que descumpram com a lei. 

Apesar de sempre pensarmos na automação feita através de robôs, o uso de Inteligências artificiais para a geração de imagens, áudios, textos e outros fins também tem sido muito criticada pelos mesmos setores da esquerda. “Em um país com tanta gente inteligente, pra que precisa de inteligência artificial?”. É isso que muitos destes regressistas parecem pensar ao defenderem a limitação, regulação e, nos casos mais extremos, o total abandono do uso dessas redes neurais, visando a proteção de certos profissionais. 

Propostas que sugerem a taxação de robôs, proibição de certos métodos ou exigências de cotas para humanos seguem essa mesma linha de pensamento criada por políticos e levada a frente pela massa de manobra composta por ONGs e movimentos sociais de esquerda. O aumento de impostos sobre as empresas, nesse contexto, tem o efeito colateral de desencorajar o investimento em inovação e encarecer preços para o consumidor final, consequentemente dificultando o crescimento econômico. Empresas que enfrentam altos custos tributários são menos propensas a investir em novas tecnologias e, portanto, acabam ficando para trás no mercado competitivo. Países que embarcarem nessa onda socialista e refrearem o desenvolvimento tecnológico ao taxar e limitar o uso de robôs ou IAs generativas, estarão condenando as suas economias ao subdesenvolvimento.

Além disso, a criação de impostos sobre a automação não leva em conta os benefícios gerados pela redução de custos ao consumidor final e o aumento da produtividade. A automação permite a criação de produtos mais baratos e acessíveis, o que, por sua vez, gera uma maior demanda. Isso pode ser visto claramente em momentos históricos, como a Revolução Industrial, quando a introdução de novas máquinas e métodos de produção não só aumentou a produtividade, mas também reduziu o risco para os trabalhadores, eliminando profissões perigosas e aumentando a expectativa de vida. Em muitos casos, os trabalhadores que foram deslocados pelas máquinas encontraram novas ocupações, mais seguras e menos exaustivas, já que a automação vem gerando demanda para trabalhos remotos.

Se o estado realmente quisesse ajudar na criação de empregos, ele deveria abandonar as arcaicas leis trabalhistas que criam custos adicionais para os empregadores. Exigências como o salário mínimo, impedem que certos serviços sejam realizados a custos mais baixos, limitando as oportunidades para trabalhadores menos experientes ou para aqueles que buscam trabalhos temporários. Ao eliminar essas barreiras, o mercado seria capaz de funcionar de maneira mais eficiente, mantendo mais vagas para trabalhadores humanos, já que estes não seriam mais um peso tão grande nas contas dos empregadores. Mas, como já sabemos, o estado tende a criar um ambiente em que os custos são elevados e a ineficiência é quase palpável, mas gerando arrecadações cada vez mais altas para o Leviatã.

No final das contas, as medidas arrecadatórias que o estado chama de “direitos trabalhistas”, apenas agravam de maneira artificial e desnecessária, o desgaste que uma troca de métodos de produção geraria no mercado. 

É verdade que a automação significa perda de empregos em algumas áreas, mas outros empregos são criados em outras áreas. Onde a automação acontece, ela cria redundância de força de trabalho, que pode ser usada de forma mais eficiente em alguma outra ponta da economia. Ao longo do tempo, os benefícios serão cada vez maiores e os malefícios menores, com o mercado alcançando a solução equilibrada para a distribuição de empregos. Todos os trabalhadores, acima de tudo os mais pobres, serão beneficiados por um mercado mais dinâmico com ofertas de empregos mais variadas e a melhor melhoria geral nas condições de vida.

A narrativa frequentemente propagada por setores da esquerda, de um futuro cyberpunk onde massas empobrecidas lutam para sobreviver sem empregos em um mundo dominado pela automação, reflete apenas o desconhecimento dessas pessoas sobre economia e o verdadeiro funcionamento do capitalismo. A automação nunca vai tomar o lugar das pessoas no mercado de trabalho, sempre haverá trabalho remunerado para pessoas, já que o sistema econômico precisa do consumo. Se todas as pessoas perderem seus empregos para robôs e IAs, para quem o "capitalista malvadão" vai vender seus produtos fabricados sem o auxílio humano, se ninguém mais tiver salário? O capitalismo se baseia no lucro, mas este advém do consumo, que não existiria em uma sociedade onde pessoas não são remuneradas, causando um colapso do sistema econômico. Este pequeno exercício de imaginação já faz cair por terra qualquer um desses argumentos simplistas da esquerda, demonstrando que humanos nunca serão totalmente substituídos.

Portanto, como já dizia o grande empreendedor brasileiro Irineu Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá: “O melhor programa econômico do governo é não atrapalhar aqueles que produzem, poupam, investem, empregam, trabalham e consomem.” O estado deve, de fato, ficar fora de cogitação quando se trata de questões econômicas, permitindo que o verdadeiro vetor do progresso atue: o livre mercado.

Referências:

https://www.nit.pt/comida/gourmet-e-vinhos/auchan-ja-tem-3-supermercados-sem-funcionarios