O Bitcoin finalmente atingiu o marco dos 100 mil dólares, nos mostrando como nem mesmo a mais forte das moedas estatais se compara à moeda descentralizada.
Como bem sabemos, tudo o que o governo faz, as entidades privadas podem fazer melhor, mais barato e com mais eficiência. E com o dinheiro isso não é diferente. No finalzinho do dia 4 de dezembro de 2024, o Bitcoin, uma moeda descentralizada, atingiu o incrível valor de 100 mil dólares.
Isso evidencia como o dinheiro estatal tem se mostrado ineficiente, e até mesmo o dólar que é uma moeda forte e a mais utilizada no comércio mundial, é incapaz de preservar seu valor frente ao bitcoin, pois tem sobre si aquilo que chamamos de “imposto invisível”, ou inflação.
Não apenas o dólar, mas todas as moedas fiduciárias sofrem com a infinita perda do poder de compra, já que os governos desvalorizam propositalmente suas próprias moedas na intenção de bancar seus gastos descontrolados.
Uma alegoria comumente utilizada para se referir aos gastos do governo, é aquela da casa, de que não podemos gastar mais do que ganhamos, pois uma hora a conta irá chegar, e a única saída será vender nossos bens para quitar a dívida. Contudo, esta é uma falsa equivalência, já que diferente de nós mortais que não podemos nos dar ao luxo de criarmos dívidas infinitas, o governo pode, e na maioria das vezes o faz.
Quando olhamos para as maiores economias do mundo, podemos notar algo muito interessante: muitas delas possuem uma dívida pública imensa, na maioria das vezes maior do que o próprio PIB do país. Vejamos alguns exemplos: a dívida pública do Japão é de cerca de 255% do PIB, a dos EUA cerca de 122%, a da China cerca de 83%, a da Índia cerca de 81% e a da Alemanha cerca de 60% do PIB. E esses são apenas alguns casos, já que a maioria dos grandes países encontra-se em um estado semelhante. As consequências dessa dívida pública exorbitante são muito claras: inflação e aumento de impostos.
Uma prática comum dos governos que é considerada crime caso seja feita pela população é a impressão de dinheiro. O governo está constantemente imprimindo mais e mais dinheiro para arcar com os custos que ele mesmo cria, assim, dando origem ao imposto invisível da inflação que é cobrado de todos nós que utilizamos a moeda estatal. Além da inflação, outra forma de financiar a dívida pública é através da arrecadação (leia-se roubo) de impostos, pois o governo pode aumentar as alíquotas de seus cidadãos para arcar com seus custos.
Tudo isso só é possível graças ao controle que os governos exercem sobre o dinheiro utilizado por nós. Olhando brevemente a história do dólar, podemos verificar como esse tipo de interferência foi prejudicial para o bem estar da sociedade ao longo dos anos.
No dia 15 de agosto de 1971, o presidente dos EUA fez um pronunciamento que mudaria a economia mundial para sempre: foi anunciado o fim “temporário” do padrão dólar-ouro, que garantia que, para cada dólar existente, existia também uma quantidade equivalente em ouro guardada pelos cofres americanos.
O padrão ouro garantia que o dinheiro dos cidadãos americanos - e principal dinheiro utilizado no comércio mundial - teria um lastro em ouro, inibindo assim a possibilidade do governo dos EUA imprimir dólares ao seu bel prazer. Tal lastro fazia com que o valor da moeda fosse preservado ao longo do tempo.
O site “WTF Happened In 1971?”, que em tradução livre e adaptada para o YouTube quer dizer algo como “O que diabos aconteceu em 1971?”, reúne uma série de gráficos e informações sobre o fim do lastro do dólar em ouro, nos mostrando com clareza os impactos negativos do fim do padrão ouro na sociedade americana.
Antes do fim deste padrão, existia uma correlação entre o crescimento da produtividade e a compensação por hora, mas após 1971 o que vimos foi um crescimento muito menor da compensação do que da produtividade.
Outro gráfico a ser destacado é o que nos mostra o crescimento da renda média entre diferentes classes sociais. Nele podemos notar que após 1971 houve uma queda, e em seguida uma estabilização da renda média da população.
Além desses dados, há diversos outros disponíveis neste site que mostram os impactos negativos do fim do padrão ouro.
Com o fim do padrão ouro, os governos se viram completamente livres para desvalorizarem o quanto quisessem a moeda através da impressão de dinheiro. E graças às políticas imediatistas dos governantes, que fazem de tudo para dar a impressão de que a economia vai bem enquanto estão no poder, o que vemos é a eterna desvalorização do dinheiro, que apenas beneficia o governo e pune quem deseja acumular capital. Por isso somos obrigados a recorrer a outras formas de preservação de patrimônio, que não sejam através da moeda estatal diretamente, mas através de ativos que tendem a se valorizar com o tempo, como por exemplo imóveis, joias e pedras preciosas.
Apesar de termos formas de preservar o nosso patrimônio sem que estejamos à mercê da desvalorização da moeda, tais formas ainda são muito perigosas, pois a qualquer momento o governo pode criar uma lei permitindo tomar tudo o que é nosso, como já foi feito anteriormente no governo Collor com a poupança, e como está explicitamente permitido em nossa constituição no Art. 5 item XXIII que diz: “a propriedade atenderá a sua função social; ”.
Tal função social é um valor subjetivo e completamente contrário à propriedade privada. Uma propriedade privada deve poder ser utilizada da forma e para os fins que o seu dono bem entender, contanto que não afete outra propriedade privada. A verdade é que o Brasil já é um estado socialista, basta olhar para nossa constituição: a palavra social aparece 234 vezes nela!
Considerando tudo isso, fica mais do que clara a superioridade do Bitcoin, não apenas como moeda, mas como um ativo para garantir a preservação de nosso patrimônio e como um sistema nos proporcionará a verdadeira liberdade contra o estado.
Diferente do padrão ouro que num piscar de olhos pode ser extinto pela intervenção de um governo, o Bitcoin não sofre do mesmo problema. Apesar do limite de 21 milhões de Bitcoins poder ser modificado, em tese, através de seu código fonte, dificilmente os desenvolvedores e mineradores aceitariam esse tipo de mudança que dependeria não da aprovação de uma entidade, mas sim de todo um ecossistema descentralizado de contribuidores.
O Bitcoin é um marco tecnológico de inovação, ele é um dinheiro que não está à mercê de um banco central nem de qualquer entidade governamental, e não depende da custódia de qualquer banco para ser guardado. A sua escassez e descentralização explicam perfeitamente o motivo dele valer muito mais do que qualquer moeda governamental.
Da mesma forma que a desvalorização das moedas estatais não possui fim, a valorização do bitcoin também não terá fim, pois não é apenas o bitcoin que está se valorizando, mas também as moedas fiduciárias estão perdendo o seu valor. São dois extremos: de um lado a moeda com infinita impressão e sob controle de uma entidade central, e do outro uma moeda descentralizada e com um limite definido de 21 milhões de unidades.
Muitas pessoas dizem que nascemos tarde demais para desbravar os oceanos e cedo demais para desbravar as estrelas, mas eu digo que nascemos no momento certo para desbravar o bitcoin e tudo que a sua tecnologia tem a nos oferecer.
https://wtfhappenedin1971.com/
https://cointimes.com.br/ha-51-anos-atras-o-fim-do-padrao-ouro-no-dolar-e-o-choque-nixon-entenda-o-que-aconteceu-em-1971/