Confederação Brasileira de Skate é desfiliada pela federação internacional

Desafios e Controvérsias na Gestão do Skate Brasileiro Rumo às Olimpíadas de Paris 2024

Uma significativa reviravolta no cenário esportivo brasileiro tem gerado perplexidade diante adoradores, atletas e simpatizantes do Skate Brasileiro. No final de 2023, após a World Skate comunicar ao Brasil a necessidade de unificação das representatividades devido à proliferação de comitês no país, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) decidiu por assumir o controle da gestão e organização da categoria de skate e incluí-la na Confederação de Hóquei em Patins (CBHP), pelo menos, até as Olimpíadas de 2024 em Paris.

Em carta enviada pela World Skate às confederações e comitês brasileiros, sugeria que o Brasil optasse por somente uma confederação, seja pelo Comitê Brasileiro de Skate (CBSK) ou pelo Comitê Brasileiro de Rollers e Patins (CBHP). Contudo, ambos não poderiam se cadastrar na World Skate, nem participar de maneira independente nos campeonatos. O COB decidiu agregar o CBSK ao CBHP, uma medida considerada antidemocrática pela CBSK e seus afiliados, que se recusaram a se unir a uma federação "guarda-chuva" como a CBHP.

Desde 2017, ambas as categorias estão envolvidas nesse embate, mas foi somente após o skate se tornar um esporte olímpico que, de acordo com os administradores, a CBHP demonstrou um interesse mais pronunciado. Segundo Eduardo Dias, o orçamento do skate atualmente ocupa a quarta posição no cenário brasileiro. Adicionalmente, a CBSK se destaca como líder em transparência e prestação de contas.

A principal fonte de indignação surge da tentativa de mesclar esportes que, ao longo da história, sempre foram distintos: Patins e Skate. Os skatistas brasileiros estão profundamente indignados com essa proposta, uma vez que enxergam os 24 anos de história como uma verdadeira família, marcada pela singularidade de cada modalidade.

Os Jogos Olímpicos de 2024 em Paris se aproximam, e a CBSK perdeu a representação legal dos atletas brasileiros, gerando uma corrida contra o tempo para classificar os competidores nas categorias. Com uma estimativa de 88 vagas em jogo, o Brasil, historicamente reconhecido como uma potência no skate, enfrenta o desafio de garantir a classificação de seus atletas. O sentimento geral dos atletas e envolvidos com o esporte é de descaso, destacando a falta de justiça e a desvinculação do skate do foco principal da CBHP.

Ao contrário de outros países como Canadá, Holanda e Suécia, onde as federações de skate foram reconhecidas e separadas como devem ser, o COB levanta dúvidas sobre a legitimidade da CBSK, permitindo a junção com os patins. Vale ressaltar que hoje o Skate é considerado um esporte olímpico e a categoria Roller/Patins ainda não.

Em determinado momento das discussões acaloradas, a CBSK propôs uma alternância de representatividade olímpica entre as entidades, porém, a oferta foi recusada pela CBHP. A CBSK questiona a legalidade da desfiliação, enfatizando seu compromisso com a gestão do skate e apontando a falta de apoio do COB em defender a categoria.

Apesar da controvérsia, a CBSK mantém transparência em suas finanças, com auditorias independentes e divulgação regular de documentos.

Recentemente houve uma movimentação nas redes sociais com Eduardo Musa, presidente da CBSK, criticando o COB pelo atraso no pagamento das inscrições preliminares para o Mundial de Skate. O COB, por sua vez, alega estar dentro do prazo, gerando indignação diante da falta de foco nas atividades esportivas.

A falta de consenso entre as entidades e a intervenção do COB têm gerado controvérsias, colocando em risco a representação dos atletas brasileiros e a reputação do país como potência no skate internacional. A situação poderia ter sido resolvida de maneira mais fácil se o COB estivesse verdadeiramente ao lado do esporte desde o início. No entanto, a entidade máxima do esporte no Brasil, que é o Ministério do Esporte, também não se pronunciou ou manifestou apoio diante as reclamações dos Skatistas, mesmo depois da Confederação ter enviado um ofício ao Ministro durante um evento em Santos.

Essa falta de comunicação e clareza nas decisões cria um cenário de incerteza e deixa a CBSK sem saber exatamente quem deve ser consultado ou reconhecido como a entidade máxima no esporte no Brasil.

O desfecho dessa situação ainda permanece incerto, e a comunidade esportiva aguarda por resoluções que garantam a justiça e a continuidade do desenvolvimento do skate no Brasil. A entidade precisou buscar assessoria jurídica em um escritório fora do país para poder se defender.

Lamentavelmente, diante de todas as circunstâncias envolvendo a CBSK, fica evidente que a Confederação aprendeu da maneira mais dura sobre a dificuldade de confiar em órgãos governamentais.
Em uma entrevista para um podcast sobre skate, Eduardo Dias expressa a opinião de que o COB deveria ser um parceiro da CBSK, e não um adversário que não contribui para o esporte.

No entanto, parece ser um erro comum para aqueles que estão acorrentados às sombras da benevolência governamental, percebendo da pior forma possível que gestão a pública está mais interessada em retirar recursos do que em apoiar verdadeiramente o esporte. Como os próprios dizem, eles estão enfrentando o ônus de ser um esporte Olímpico. Ou seja, interesses políticos interferindo mais uma vez.

O conflito de interesses entre os que apenas buscam explorar e os skatistas engajados na promoção e evolução do esporte no Brasil é palpável. De acordo com relatos de alguns skatistas, a CBHP não possui uma fonte de receita tão sólida quanto a do skate, o governo parece estar mais interessado em parasitar do que em proteger o Brasil de entidades internacionais do esporte.

Para os skatistas que dedicam tempo e esforço na administração do ambiente do skate no Brasil, essa situação reforma qual o verdadeiro papel do Governo na sociedade, ou seja, tomar a força algo que com muito sacrifício foi construído.

Nesse contexto, a mensagem libertária ressalta a importância da privatização e do empreendedorismo como meio de assegurar a autonomia e preservar o que é conquistado pelos próprios atletas e entusiastas. Analisando a documentação, o site e o portal de transparência da CBSK, fica claro que os skatistas estão trilhando um caminho sólido e já alcançaram o sucesso em seu negócio.

Diante do preconceito e da imagem negativa que os skatistas sempre enfrentaram, a nossa recomendação é que invistam de forma privada no esporte, garantindo, assim, que ninguém de fora possa interferir ou tomar o que é legítimo do skate. Afinal, como estão percebendo, o dinheiro dita as regras, e investir de maneira independente pode ser a chave para preservar a essência do esporte e do skate. Todo skatista é, de certa forma, libertário, porém, muitos ainda estavam iludidos pela ideia de boa vontade por parte do governo. Agora que despertaram, uni-vos à causa e compreendam que vocês têm força dentro da visão libertária para resistir contra qualquer imposição governamental.

Os skatistas brasileiros são muito respeitados no Mundo todo, nomes importantes como Giovanni Vianna, Pedro Barro, Leticia Bufoni, Tiago Lemos, Rayssa Leal, Raicca Ventura, Gabi Mazetto e o lendário Bob Burnquist conhecido por suas conquistas nas modalidades de vertical e mega rampa fizeram parte do CBSK e contribuíram muito para a história desse esporte.

É importante salientar que vocês, no papel de gestores e empreendedores dessa modalidade, não precisam do dinheiro governamental, pois esse apoio, mais cedo ou mais tarde, iria se dissipar. Principalmente, quando deixassem de ser relevantes ou começassem a causar incômodos, como estão experienciando atualmente. Embora seja desafiador, é possível seguir em frente!

Essa experiência reforça a visão libertária de que a iniciativa privada e a liberdade de gestão são cruciais para o desenvolvimento sustentável do esporte como um negócio. A lição aprendida é que a verdadeira força está na autonomia e na capacidade de se manterem fiéis à essência do skate, sem depender excessivamente de entidades governamentais que, eventualmente, podem se tornar instáveis e imprevisíveis.

Libertários skatistas, uni-vos!

Referências:

https://www.cnnbrasil.com.br/esportes/confederacao-brasileira-de-skate-e-desfiliada-pela-federacao-internacional/
https://www.cbsk.com.br/noticia/2844/carta-aberta-autonomia-do-skateboarding-brasileiro-em-risco
https://www.cbsk.com.br/transparencia/74/demonstracao-de-resultado
https://www.youtube.com/watch?v=sVojM8_-FZ0
https://filiados.cbsk.com.br/_uploads/uploads/repositorio/somostodoscbsk-a-historia-da-confederacao-brasileira-de-skate.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=OuQf3Pwg31I