Deputada Sâmia Bomfim afirma que BILIONÁRIOS não deveriam existir

Cansada de destruir lanches do McDonalds, a deputada Sâmia Bomfim, agora, quer destruir as grandes fortunas.

Uma publicação feita recentemente pela deputada federal Sâmia Bomfim, do PSOL - aquela mesma, conhecida por devorar lanches de fast-food como se realmente morasse em um país comunista - chamou a atenção nas redes sociais. No tweet em questão, a deputada psolista levanta, mais uma vez, o tema das “grandes fortunas”. Para ela - como é de praxe, em se tratando de socialistas - os mais ricos ficaram ainda mais ricos, nos últimos 3 anos, às custas dos mais pobres. De cara, já podemos afirmar, sem medo de errar, que a nobre deputada é nota 10 quando o assunto é detonar um Mc Lanche com batata-frita e Coca-Cola, mas nota 0, em se tratando de economia.

Sâmia Bomfim baseou suas afirmações nos dados mais recentes divulgados pela ONG Oxfam Internacional, em seu relatório anual, lançado mais ou menos na época daquele famigerado Fórum de Davos. De acordo com esse novo relatório, 63% da riqueza do Brasil, atualmente, se concentra nas mãos dos 1% mais ricos do país. Por outro lado, os 50% mais pobres do país detêm apenas 2% do total da riqueza brasileira.

Sempre que o relatório da Oxfam é divulgado, seus números causam todo um frenesi entre a grande mídia e a patota progressista de esquerda. Contudo, os dados revelados por essa ONG sofrem pesadas críticas, por conta de sua metodologia falha - que gera distorções graves nos resultados finais. De forma geral, esse é um relatório mais do que questionável. Porém, para a deputada em questão, isso pouco importa.

Portanto, e com base nos mais recentes números divulgados pela Oxfam, a rechonchuda deputada afirmou, em sua conta no X: “Nunca foi tão necessário falar sobre taxação das grandes fortunas, justiça social e tributária!”. Sâmia Bomfim sentencia a questão, com um grito de ordem que poderia, muito bem, ser entoado do púlpito de algum palco fascista: “Bilionários não deveriam existir!”. Pois é: parece que o discurso de ódio só é criminalizado, quando é feito do lado de cá do espectro político. Isso quando surge, de fato, algum discurso agressivo de algum político de direita, mas o que temos visto na prática é apenas a criminalização do que os representantes da direita dizem, sendo distorcidos em suas falas.

É óbvio que muita coisa pode ser questionada, a partir das afirmações da deputada. Em primeiro lugar: o que ela considera como sendo uma pessoa bilionária? Veja que isso é muito relativo: ter 1 bilhão de reais em patrimônio não faz de você um bilionário, aos olhos de um norte-americano. Podemos, inclusive, ir mais longe, nessa comparação. Pense em termos de pesos argentinos: é plenamente possível ser um bilionário nessa moeda, tendo um patrimônio equivalente a apenas R$ 6 milhões. De qualquer forma, vamos pressupor que, para Sâmia Bomfim, os valores sejam mensurados em dólar.

Mas esse é apenas o primeiro ponto. A deputada também esqueceu de considerar, por exemplo, que a fortuna dos bilionários, se medida em moeda estatal, aumenta nominalmente por conta da inflação. Ou seja, é natural que os bilionários de hoje pareçam ser muito mais ricos que os bilionários de 100 anos atrás. Se formos levar em conta esse fator, então chegaremos à conclusão de que Elon Musk e Jeff Bezos precisam comer muito arroz com feijão para alcançar a fortuna de John Davison Rockefeller - que, ajustada pela inflação, seria equivalente a quase meio trilhão de dólares atuais.

Só que os erros não param por aí! Sâmia Bomfim incorre em um equívoco muito comum - o de achar que os bilionários guardam todo o seu patrimônio em um grande cofre, como o do Tio Patinhas. Nada mais longe da realidade! De fato, a maior parte do patrimônio dos sujeitos mais ricos do mundo está ligada às suas participações em empresas com grande valor de mercado. Essa fortuna, tipicamente, é medida em ações dessas empresas - que, de forma geral, não podem ser liquidadas imediatamente, para se transformar em dinheiro. Ou seja: trata-se de um patrimônio que, sob muitos aspectos, é puramente especulativo.

Pense, por exemplo, no caso do Eike Batista. O amiguinho da Dilma e do Lula chegou a ser o homem mais rico do Brasil, e o 7º mais rico do mundo, em 2012 - com uma fortuna estimada em US$ 34,5 bilhões pela revista Forbes. Sua fortuna se devia, então, às suas participações em suas badaladas empresas - que possuíam grande valor de mercado, naquela época. Contudo, quando sua casa começou a cair, e o mercado viu que aquelas empresas eram, na verdade, um barco furado, as ações despencaram, até valer poucos centavos. Com isso, a fortuna do Eike evaporou no ar. Hoje, estima-se que seu patrimônio seja de alguns milhões de doletas - ou seja, uma fração daquele valor bilionário.

Mas, colocados esses erros conceituais, Sâmia Bomfim comete ainda um erro mais fundamental: o de acreditar que a economia é um jogo de soma zero. Embora ela não tenha afirmado isso de maneira categórica, podemos perceber essa falácia tanto no seu tweet, quanto no próprio relatório da Oxfam. Esse erro consiste em acreditar que, se alguém ficou mais rico, é porque alguém, ou um grupo de pessoas, ficou mais pobre. Não é preciso ser um gênio para compreender o erro por trás dessa ideia: se a coisa fosse mesmo assim, e a economia não crescesse, então estaríamos todos ainda vivendo dentro de cavernas.

Contudo, o real objetivo por trás da afirmação equivocada e falaciosa da deputada psolista é, de fato, tentar emplacar, mais uma vez, a narrativa do imposto sobre grandes fortunas. Essa forma de tributo, inclusive, não é um desejo só dos políticos brasileiros: outros países também tentam, a todo custo, impor mais esse fardo à população. O discurso é sempre o mesmo, embora apareça, vez ou outra, requentado, com outra roupagem. A ideia por trás desse imposto seria aquilo que os progressistas chamam de “justiça tributária” - como se pudesse haver justiça em algo que é, basicamente, roubo institucionalizado!

A história, contudo, não deixa qualquer dúvida a esse respeito: tributar grandes fortunas sempre dá errado, em qualquer parte do mundo - isso, se levarmos em conta os pretextos dados pelo estado para realizar essa tributação. Nós libertários já conhecemos bem a verdade sobre isso: o que o governo realmente quer, bem como seus aliados, é roubar ainda mais a população, por meio de mais impostos. Nessa intenção, políticos como Sâmia Bomfim, e ONGs como a Oxfam Internacional, são meros joguetes, nas mãos do estado.

E como citamos, en passant, o libertarianismo, vale a pena frisar o nosso ponto a esse respeito: não existe nada de errado em ser um bilionário, se você conseguiu seu patrimônio de forma legítima. Se você enriqueceu praticando comércio de forma livre, sem roubar e sem fraudar ninguém, então a grana é sua, e de mais ninguém. E dane-se se existe gente mais pobre que você: isso não é problema seu. Sua única preocupação é como torrar sua grana! Se você quiser ter um cofre de dinheiro, como o do Tio Patinhas, ou uma mansão de ouro, como em um episódio de Os Simpsons, é você que decide. Tudo belo e moral!

Portanto, o imposto sobre grandes fortunas, como qualquer outro imposto, é antiético, por ser um roubo estatal. Porém, além disso, tributar os mais ricos é uma atitude burra, por parte do estado. Afinal de contas, desde quando o governo é capaz de resolver o problema da pobreza, ou qualquer outra coisa? Até parece que dar mais dinheiro na mão de político vai tirar as pessoas da miséria… o governo está há décadas dizendo que vai fazer isso, e até agora, nada!

Pelo contrário: é justamente o livre mercado que faz a riqueza surgir e se espalhar pela sociedade. Nesse processo, todos ficam mais ricos: os que já são muito ricos, e também os mais pobres. E o que não faltam são exemplos da mágica do livre mercado resolvendo o problema da pobreza! Na verdade, o estado é o verdadeiro concentrador de riquezas na nossa sociedade. Duvida? Pois veja exemplos de países comunistas, como Cuba e Coreia do Norte. Por lá, a população vive na igualdade da miséria, enquanto toda a riqueza disponível está concentrada nas famílias dos grandes líderes.

Porém, Sâmia Bomfim esbarra em uma verdade que, infelizmente, ela não desenvolve. Em seu tweet, citando o estudo da Oxfam, ela aponta para o fato de que a riqueza ficou mais concentrada a partir de 2020, enquanto a pobreza cresceu de lá para cá. De fato, segundo os dados da ONG, a fortuna dos 5 mais ricos dobrou de lá pra cá, enquanto 60% da população mundial ficou mais pobre. Hum… o que será que aconteceu nesse período, para termos esse cenário tão desfavorável?

Pois é: as estúpidas medidas estatais, tomadas por ocasião daquele famoso micróbio chinês que chegou no Brasil em 2020, agora cobram o seu preço - especialmente dos mais pobres. Sabe aquele papo de “a economia a gente vê depois”? Parece que os defensores desse discurso não tão nem aí para isso. Nós, libertários, fizemos o vaticínio: essa história iria dar ruim para a parcela mais vulnerável da população. Para nós, isso era claro como o sol do meio-dia. Contudo, a esquerda progressista é incapaz de fazer essa correlação.

Em contrapartida, essa gente faz a correlação mais equivocada que existe - a de acreditar que os ricos se tornaram mais ricos porque os pobres ficaram mais pobres. Ao repercutir os questionáveis dados publicados pela Oxfam, Sâmia Bomfim demonstra que sua especialidade, realmente, não é a economia. Se a nobre deputada gastasse menos tempo devorando seus X-Tudo, e se dedicasse mais a estudar os fundamentos da economia austríaca e do libertarianismo, talvez ela não cometesse esse tipo de erro. Melhor ainda: talvez, ela deixasse de ser uma psolista, e passasse a defender aquilo que realmente é capaz de tirar as pessoas da pobreza - o livre mercado.

Referências:

https://twitter.com/samiabomfim/status/1746914036908732678