Conservadores e libertários podem não ter muitas referências no mundo dos quadrinhos, mas apesar do aumento do autoritarismo, surge um novo herói: Destro, a última resistência pela liberdade num Brasil cada vez mais comunista.
Indo na contramão da chatice da lacração progressista, que vem contaminando heróis tão consagrados da Marvel e da DC, finalmente surge um personagem heroico que representa a população indignada com o status quo e, ainda por cima o cara é um brabo brazuca!
João Destro é verdadeiro, corajoso e não se dobra ao politicamente correto e a uma vida de mentiras, e tem uma lição a todos nós: a liberdade não se negocia. A história, que se passa numa distopia comunista, tem várias lições a todos os brasileiros e expõe o marxismo e o autoritarismo oculto em várias instituições, incluindo nas Big Techs e instituições supranacionais. Aqui iremos falar sobre a história em seus detalhes, e caso não queira receber nenhum spoiler, recomendamos que veja primeiro a HQ que já conta com 2 volumes.
O projeto começou com um financiamento popular na plataforma "catarse", que arrecadou quase 5 vezes o valor inicial previsto. Além disso, a HQ pode ser comprada hoje em qualquer site de livrarias ou de vendas de livros.
Antes de comentar sobre a história em si, vale a pena ressaltar a extrema qualidade do material e da construção da narrativa. A paisagem desoladora, com as pessoas comendo ratos, numa São Paulo em ruinas, é realmente impactante. O fundo sempre vermelho ou muito escuro traz uma sensação tenebrosa. O cheiro de morte está em todo o lado. E a morte é para todos, seja a favor ou contra o regime, pois quem a está a favor do regime tem que morrer intelectual e espiritualmente, enquanto quem se posiciona contra o regime deve morrer fisicamente!
Em meio à paisagem desoladora repleta de ruínas, se vê imagens de Lula, Che Guevara e Lênin, além de cartazes que compelem à obediência e à denuncia de detratores do sistema. Chama a atenção também que em inglês traduziram o João Destro como Derek Hammer, algo como o martelo da direita.
Mas enfim, vamos à história que se passa no ano de 2045, na cidade de São Paulo. A pobreza imperava já que o Brasil tinha sido dominado por comunistas, e os sobreviventes tinham que comer cachorros, gatos e até ratos. Claro, a elite do Partido todo-poderoso vivia comendo do bom e do melhor e morando em seus apartamentos e palácios caros. A ameaça comunista se tornava cada vez mais global, mas alguns países como a Polônia, os grupos de resistência eram fortes já que eles passaram décadas sob o domínio soviético e conheciam bem os perigos do marxismo.
A situação estava tão caótica e violenta, que até argentinos famintos fugindo dos peronistas chegaram na capital paulista atravessando o Paraná. Para sobreviver a essa situação de miséria foi surgindo o mercado negro em vários setores da economia. Por outro lado, algumas pessoas tiveram que aceitar o trabalho forçado para ter algo para comer, era uma alternativa à fome absoluta. Essas pessoas ficavam em locais sendo vigiadas, não muito diferente dos Gulags soviéticos.
Se tornou difícil se esconder dos tiranos porque chips passaram a ser inseridos nas pessoas. Eles forneciam ao governo todo tipo de informação sobre a pessoa, tornando-a também rastreável. O regime tinha seus soldados em praticamente todos os lugares, além de usar tecnologias como drones e câmeras para perseguir e procurar os dissidentes.
Em dado momento de dificuldade para sobreviver, o protagonista da história começa a relembrar seu passado como militar. Sua esposa, quando estava dirigindo um carro foi abordada por um assaltante que a matou. O criminoso, que tinha treze passagens pela polícia, estava livre, e como sabemos, o judiciário brasileiro é muito brando com essas pobres "vítimas da sociedade". O protagonista reflete como isso tudo é um reflexo do aparelhamento dos comunistas, não só em universidades, mas em cargos importantes das cortes brasileiras. Nosso herói chega à conclusão de que a bandidolatria predominante no nosso país e o garantismo penal direcionado aos amigos do rei, foram responsáveis pela morte de sua amada.
Voltando ao presente sombrio da trama, o governo anuncia uma nova medida econômica para conter a inflação: se trata de uma nova unidade monetária. O Real passa a se chamar Real Rubro e a nota tinha estampada em seu centro o rosto de Che Guevara, considerado a grande referência do regime.
Nosso herói explica como a tirania cresceu. Ele lembra que as coisas foram piorando com a eleição de um presidente de direita nos Estados Unidos, o que fica claro ao leitor da HQ ser Donald Trump. Como os poderosos que fazem parte da elite oculta não o queriam na Casa Branca, eles tomaram a decisão de intervir com mais rigor em vários países. Assim, Brasil, Itália, Hungria, Polônia, Grécia, Finlândia, Turquia e a Suíça foram tomados por governos revolucionários marxistas. O relato de Destro nos mostra que já havia um grande domínio marxista em vários setores como a mídia, a arte e a cultura em geral e podemos ver como essa estratégia gramsciana estava bem avançada. Mas vemos na HQ como a esquerda política, apesar de suas narrativas bonitas de salvar o planeta e combater os extremistas, só queria o poder absoluto. E para isso, essa elite resolveu mudar a linguagem para confundir e controlar as pessoas mais facilmente.
Citando o protagonista da história, João Destro, ele nos conta:
“Quando as palavras perdem o seu real sentido, a sociedade entra em colapso. A esquerda precisa do caos. No caos, é mais fácil tomar as estruturas e subvertê-las. Redesenhar a sociedade”.
Esse é o grande plano para dividir todas as pessoas, torna-las cada vez mais inimigas uma das outras pois assim a elite governante consegue criar narrativas de opressores contra oprimidos, e ocultar quem realmente oprime. Vemos também como as Big Techs usaram de seu poder de controlar a informação para subverter a civilização ocidental, buscando sabotar os conservadores e impedir o avanço dessas ideias. E foi exatamente assim que essas grandes corporações passaram a sabotar todos os candidatos de direita em diversos países.
Ao ser descoberto por um bio-drone, o ‘Insurrecto’, como era chamado pelo sistema, João Destro precisou fugir. A missão de eliminar o dissidente era importante para servir de exemplo para todos os outros. Essas pessoas que buscavam a liberdade e desafiavam as leis tirânicas do regime eram consideradas contrarrevolucionários e inimigos do povo. Nada diferente do que já acontece em países comunistas. Três divisões armadas foram enviadas para caçar o misterioso homem de capuz que tinha habilidades incríveis de luta, fuga e tiro. Mas após chegar reforços, um soldado encontra o herói no telhado de um prédio, indo pular para outro telhado e atira, o tiro derruba Destro.
Ao cair numa residência com os ossos quebrados, um misterioso soldado aparece e diz: “Mantenha a calma, vou tirá-lo daqui”.
A partir daí Destro apaga totalmente, já enfraquecido pela fome e pela queda. Após acordar, nosso herói se vê deitado com um garoto do seu lado lhe explicando que ele ficou desacordado por três dias e agora está seguro no subsolo. É revelado ao Destro que quem o salvou foi um homem considerado por muitos uma lenda urbana, conhecido como "O Doutrinador", um misterioso soldado que faz justiça.
Esse grupo clandestino que vive escondido, se trata de pessoas não chipadas que buscam a liberdade fora do controle do regime, por isso, formaram uma sociedade no subsolo da cidade. Os membros do grupo que estavam por trás de seu resgate eram uma equipe chamada "A Insurreição" que já o estava monitorando. João conhece então o padre Marcel que fazia parte desse grupo clandestino. O padre lhe entregou seu crucifixo e citou a passagem bíblica de Jeremias, capítulo 15, versículo 20:
“'Eu farei de você uma muralha de bronze fortificada diante deste povo. Lutarão contra você, mas não o vencerão, pois estou contigo para resgatá-lo e salvá-lo'. Seja esta muralha, João Destro."
Meses se passam e João continua escondido com seus companheiros de luta. O padre os revela uma pilha de livros, entre eles a própria Bíblia, a obra “O ópio dos intelectuais” de Raymond Aron, além de inúmeros outros títulos, dentro os quais constam os de Thomas Sowell. O plano era escanear um por um para colocá-los novamente na internet e permitir que as pessoas voltem a ter acesso a tantas obras que agora eram proibidas.
O problema é que a organização Open Globe, liderada por Alexander Saczek, estava desenvolvendo um plano maligno de implantar nas pessoas um novo chip subcutâneo para controle, além de um novo bloqueador cerebral para os trabalhadores dos Gulags. Alexander alegava que essas tecnologias tem a ver com segurança e direitos humanos, e que o controle trazido por essas novas tecnologias evitaria crimes violentos e roubos de armamentos do estado. Mas durante o discurso, João Destro o assassinou de longe usando uma arma de longo alcance. Isso deixou todas as lideranças mundiais chocadas! Era o início de uma nova guerra entre os insurgentes e a elite dominante.
Os rebeldes d'"A insurreição" continuam fazendo novos ataques contra instituições e pessoas do sistema globalista. Eles colocam bombas na torre da empresa Life Moves, em São Paulo, e destroem o edifício. Após o atentado, vários governantes de diferentes países ficam preocupados com as ações violentas desses grupos considerados por eles e pela mídia como “terroristas”. A partir daí, novas ordens de aumentar a repressão nas ruas e esmagar todo e qualquer grupo contrarrevolucionário é posto em prática. O primeiro dos insurrectos a ser preso é o padre Marcel que foi encontrado no estado do Pará.
Nesse momento chama a atenção em como os autores apresentam uma elite que combina suas ações mundo afora, unindo povos árabes, europeus, chineses, americanos e brasileiros, no intuito de aumentar seu poder sobre as pessoas e consolidar o status quo. Lendo a trama, realmente fica factível a existência de grupos dispersos no globo, mas que se unem em torno de objetivos comuns.
A próxima e grande missão dos Insurrectos era a de chegar até a central principal dos servidores do governo. O objetivo era hackear o sistema e dessincronizar todos os servidores. Mas é nesse momento que um poderoso soltado, chamado Zhuge, que trabalha para a elite e parece um androide, começa a espancar João Destro. Ai termina o volume 1 de forma misteriosa, pois enquanto esse soldado biônico espanca Destro, surge uma mulher misteriosa pedindo-o para não matar João.
Com a captura de nosso herói, a continuação da história se dá no segundo volume.
No posfácio da HQ, após clamar sobre a importância da direita brasileira tomar de volta o setor cultural, sequestrado pelos revolucionários marxistas, encontramos um importante recado de Guillermo Federico Ramos:
“Destro nos traz a ideia de que um conservador não é e nunca pode ser um covarde; ele tem na coragem uma de suas maiores virtudes. Por mais ‘Destros’ no Brasil.”
Enfim, João Destro não é apenas um herói comum que defende os valores morais e a cultura da antiga sociedade, mas acima de tudo, ele defende a liberdade alheia e sabe que ela não tem preço. Essa HQ representa um rompimento com uma cultura woke que está cada vez mais politicamente correta e tediante, e dá voz aos valores que a direita defende. Vemos na história todos os problemas que assolam a sociedade brasileira, desde a violência e a pobreza, até a leniência do sistema de justiça e o aparelhamento das mídias e grandes corporações por militantes de esquerda. Os dissidentes do regime eram totalmente caluniados pela propaganda do governo e vistos como terroristas.
O controle da população era mantido por uma forte propaganda e por novas tecnologias como os chips implantados. Mas a grande lição da história é que mesmo uma minoria de dissidentes com princípios inegociáveis pode fazer a diferença e resgatar um povo da servidão num mundo de mentiras.
Da trama, chama a atenção em como a elite socialista vai dominando cada vez mais aspectos da vida privada, sempre com uma desculpa politicamente correta. Monitoramento, manipulação genética e regras anti-humanas são a paisagem natural dessa São Paulo de 2045, onde quem não concorda com o sistema ou foge para as profundezas ou morre. É como que uma junção de "1984" com "Admirável Mundo Novo". Já a parte do controle da mídia e dos livros remete à "Fahrenheit 451".
Enfim, nessa HQ assustadora e genuinamente brasileira, são fartas as referências a grandes obras da literatura e do cinema. Triste mesmo é só o fato de ter que concordar com ela.
Destro HQ - Num mundo onde o socialismo venceu, ele é a última chance para a liberdade.
https://www.catarse.me/destro
Enciclopédia do Libertarianismo - Destro
https://wikilibertaria.fandom.com/pt-br/wiki/Destro
https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/luciano-trigo/historia-em-quadrinhos-de-direita-mostra-pais-devastado-pelo-socialismo/?ref=busca