O maior delírio coletivo da indústria cinematográfica dos últimos tempos nos ajuda a entender a hipocrisia da agenda progressista mundial.
Emilia Pérez é, sem dúvidas, o maior delírio coletivo da temporada de premiações de 2025 - embora, de vez em quando, algo do tipo aconteça, não sendo, portanto, uma grande novidade. O filme começou como uma verdadeira incógnita - a começar pela sua produção. Trata-se, basicamente, de um filme francês, falado majoritariamente em espanhol da Espanha ou com sotaque americano, ambientado no contexto dos cartéis mexicanos. Isso tudo com quase nenhum ator nativo do México. Parece promissor?
Eu sei, não parece. Mas a verdade é que Emilia Pérez estreou como um verdadeiro furacão nas premiações. No Festival de Cannes, o filme arrebatou corações: venceu o Prêmio do Júri de melhor filme e também levou as premiações para atuações femininas. O sucesso estrondoso no festival francês se repercutiu também nas premiações do outro lado do Atlântico. Emilia Pérez foi indicado a inacreditáveis 13 categorias do Oscar - se igualando a obras como “E o Vento Levou” e “Oppenheimer”, e deixando para trás filmes como o clássico “Ben-Hur”, “O Poderoso Chefão: parte 2”, “Gladiador” e “O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei”. Coisa pouca, não é mesmo?
Mas, afinal de contas, qual é o motivo de todo esse estrondoso sucesso, pelo menos no ambiente das grandes premiações? Isso é simples de entender: Emilia Pérez tem tudo aquilo que os esnobes da indústria cinematográfica tanto amam. O cerne da história envolve uma cirurgia de redesignação sexual. A atriz principal é transexual - ou seja, é uma mulher que fez, ela própria, o processo de transição de gênero. A história, por sua vez, se passa em um país latino, e envolve questões relativas a minorias raciais. E, é claro, o filme também fala sobre tráfico de entorpecentes - e disso a galera do cinema gringo entende bem!
Ah, e o filme é um musical. Pois é, ninguém sabia disso até então. Mas você sabe como são as coisas: os críticos de cinema não resistem a um musical descompensado!
Tudo ia de vento em popa para o filme, até que algo estranho aconteceu: a obra finalmente saiu de sua jaula, no zoológico dos festivais, para se tornar acessível ao grande público. E aí, todos ficaram horrorizados, porque o filme mostrou ser uma bosta completa. Emilia Pérez é uma obra musical recheada de músicas horríveis, com letras que variam entre o clichê e o constrangedor, cantadas com o mínimo de inspiração que se possa imaginar. Obviamente, com as vozes corrigidas na pós-produção, para acertar pelo menos a afinação. Apenas procure pela música "La Vaginoplastia", aqui no YouTube, e você vai entender nosso ponto.
A propósito: Emilia Pérez concorre, dentre inúmeras outras categorias no Oscar, a melhor trilha sonora, e 2 de suas músicas horrendas concorrem na categoria de melhor canção original. Além de ser cega, a Academia também parece ser pelo menos um pouco surda.
De forma geral, o filme conta uma história boba, recheada de inexplicáveis furos de roteiro e com erros de montagem absurdos. É um filme sem pé nem cabeça, que causou verdadeira comoção ao ser assistido por gente de verdade, nos cinemas. Afinal de contas, todo mundo percebeu o óbvio, ao fim da sessão: nenhuma daquelas 13 indicações ao Oscar se justifica!
Pois é, já tem gente dizendo que pegamos pesado demais com o filme do Coringa… aliás, nós também já falamos sobre essa questionável obra aqui no canal, no vídeo: “CORINGA: DELÍRIO A DOIS fracassa em sua ESTREIA, enquanto FILME CRISTÃO bomba nas bilheterias” - link na descrição.
Só que os problemas de Emilia Pérez não se restringem à sua qualidade - ou melhor, à sua falta de qualidade. O povo mexicano odiou o filme, por considerar que a obra retrata, de forma irresponsável, o maior problema que hoje assola o país - a saber, os cartéis de traficantes. Agora já se sabe que o diretor, o francês Jacques Audiard, não pesquisou nada sobre o México, antes de abordar um tema assim tão sensível, ambientado no país latino-americano.
Emilia Pérez também foi odiado por pessoas trans, que consideraram a abordagem do tema da redesignação sexual superficial e, em alguns casos, desrespeitosa. De forma geral, portanto, o filme caiu em desgraça. Porém, felizmente para a Academia de Hollywood, publicações antigas de Karla Sofía Gascón - que interpreta a personagem que dá título à obra - foram desenterradas. E aí, a destruição de reputações começou a funcionar a todo vapor - mais ou menos como aconteceu com a nossa Fernanda Torres. Aliás, nós também já falamos desse tema aqui no canal, no vídeo: “FERNANDA TORRES foi REBAIXADA de QUERIDINHA DO OSCAR para CANCELADA por BLACKFACE do PASSADO” - link na descrição.
Os tweets antigos da atriz trazem opiniões tidas como polêmicas pela indústria de Hollywood - críticas à inclusão forçada de minorias em tudo que é canto, à migração em massa na Europa e ao Islã em si. Convenhamos, são opiniões que parecem ser apenas a orientação padrão de pessoas conservadoras de direita - o que não deveria ser tratado como um pecado, mas que tem sido colocado dessa forma pela mídia. Na verdade, em se tratando de uma atriz espanhola, opiniões contrárias ao crescimento do Islã na Europa chegam a ser compreensíveis - uma vez que a Espanha tem, em sua formação, séculos de luta contra os invasores mouros, evento conhecido como “Reconquista”.
Só que essa é a desculpa perfeita para a Academia ostracizar o filme, evitando passar a vergonha de premiar uma obra que todo mundo odiou. Agora, Karla Sofía Gascon passou a ser tratada como persona non grata, sendo inclusive excluída da campanha de Emilia Pérez e dos materiais promocionais. Embora a atriz continue com sua indicação para o Oscar, suas chances, na prática, são nulas. E, ao que tudo indica, o filme vai naufragar junto com ela.
Mas os problemas de repercussão do longa não páram na citada atriz: o diretor também pisou bonito no tomate. Jacques Audiard afirmou, em uma entrevista, que o idioma espanhol é uma língua de países pobres e de migrantes. Unindo isso a sua declaração de que não precisava pesquisar nada sobre o México, por já entender bastante do país, sua imagem ficou também bastante queimada.
Toda essa polêmica, para além das notícias de que a qualidade do filme é mais do que questionável, já repercutiu na bilheteria. No México, Emilia Pérez teve uma estreia patética, ficando em 5º nas bilheterias em seu final de semana de estreia, perdendo até mesmo para “Interestelar”. Sim, Emilia Pérez perdeu para um filme de 2014, que teve relançamento recente no México. Já nos cinemas brasileiros, o filme-bomba está num patético 16º lugar nas bilheterias.
Posto que a obra custou a bagatela de 20 milhões de euros para ser realizada e, até o momento, arrecadou apenas US$ 13 milhões, é pouco provável que o filme se pague - principalmente levando-se em conta todas as polêmicas que envolvem a obra. Estamos diante, mais uma vez, de uma legítima punição pelo mercado: não importa quantas Palmas de Ouro, Kikitos ou Óscares uma obra receba. Se o público não curtir o que foi produzido, o público não vai comprar - e o flop virá a galope.
Veja, portanto, que o grande problema nessa história não é a polêmica envolvendo o filme - porque várias outras obras, embaladas em toda sorte de tretas, conseguiram sim ter resultados expressivos nas bilheterias. Acontece que, na verdade, Emilia Pérez é só um filme muito ruim - e por isso merece todo o fracasso do mundo, uma vez que não entrega o que o público quer assistir.
Porém, os tweets de Karla Sofía Gascón são, isso sim, a desculpa perfeita para a Academia. Agora, os esnobes do cinema têm um pretexto mais do que suficiente para não premiar Emilia Pérez em nenhuma das 13 categorias que o filme recebeu na maior premiação da sétima arte. Ou seja: a vergonha para a indústria de Hollywood será menor. Só falta a eles explicar, agora, como que um filme tão fraco chegou a ser indicado tantas vezes…
Isso nos mostra, mais uma vez, que o rei está nu. A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, há muito tempo, não se preocupa em premiar o talento, a superação, a inovação. Ela se tornou um antro de lacração, e nada mais. Mas disso nós já sabemos faz tempo. O que pode ser tratado como uma novidade é o fato de que, com o caso Emilia Pérez, a Academia demonstrou também que não entende nada de representatividade, minorias, inclusão e coisas do tipo. Ao tentar lacrar com um filme cheio de lacração, a Academia conseguiu apenas ofender mais os transexuais, os mexicanos e os latinos como um todo. Ou seja: esses esnobes do cinema não se importam de verdade. Eles apenas fingem se importar.
Mas, como sabemos, o mercado é implacável. Por isso, todos os envolvidos, de uma forma ou de outra, com Emilia Pérez, ficarão com suas carreiras manchadas. Diretor, atores, produtores e, é claro, os festivais que encheram o filme de prêmios e de indicações: todos precisarão, eventualmente, ter que enfrentar o constrangimento de fazer parte de uma tal palhaçada, de proporções cinematográficas.
Para encerrar este artigo, cito, em tradução livre, um dos tais polêmicos tweets de Karla Sofía Gascón, escrito após a atriz assistir à cerimônia do Oscar 2021: "Cada vez mais, os filmes do Oscar parecem uma cerimônia de premiação de filmes independentes e de protesto. Eu não sabia se estava assistindo a um festival afro-coreano, uma manifestação do Black Lives Matter ou o Dia Internacional da Mulher. Além disso, uma festa feia, muito feia. Eles só esqueceram de dar um prêmio para o curta-metragem do meu primo, que é ruim." Olhando sob esse prisma, podemos afirmar que a atriz nunca vai passar frio - porque ela está coberta de razão.
https://www.cnnbrasil.com.br/entretenimento/o-que-karla-sofia-disse-e-indesculpavel-diz-diretor-de-emilia-perez/
https://www.terra.com.br/diversao/entre-telas/agravando-polemicas-diretor-de-emilia-perez-diz-que-espanhol-e-uma-lingua-de-migrantes-e-pobres,9aed4e59b403fd6f78bf80b5c4843187rm9msr10.html
https://bcharts.com.br/t/mesmo-com-13-indicacoes-ao-oscar-emilia-perez-estreia-em-5-nas-bilheterias-do-mexico-situacao-das-salas-choca-atras-de-interestelar/336325
https://pt.wikipedia.org/wiki/Emilia_P%C3%A9rez
https://www.boxofficemojo.com/title/tt20221436/
Tweet de Karla Sofía Gascón:
https://midias.em.com.br/_midias/jpg/2025/01/31/8-45604297.jpg
CORINGA DELÍRIO A DOIS fracassa em sua ESTREIA, enquanto FILME CRISTÃO bomba nas bilheterias:
https://www.youtube.com/watch?v=_fccUBOUPFQ
FERNANDA TORRES foi REBAIXADA de QUERIDINHA DO OSCAR para CANCELADA por BLACKFACE do PASSADO:
https://www.youtube.com/watch?v=JyXtr_nuax0