Estes são os 13 MOTIVOS que levarão os ESTADOS UNIDOS a uma RECESSÃO ECONÔMICA

E você que pensava que o número 13 dá azar apenas para os brasileiros!

Já há algum tempo, muitos têm especulado sobre uma possível crise econômica, que poderia se iniciar nos Estados Unidos - e nós, aqui do Visão Libertária, nos incluímos nesse grupo. Embora as previsões variem bastante, é certo que alguns afirmam, inclusive, que esta poderá ser a pior crise econômica da história. E, levando-se em conta o histórico de recessões e crashes, com suas consequências desastrosas, especialmente a partir do século 20, isso não é dizer pouca coisa.

Contudo, seja isso puro catastrofismo ou análise racional dos fatos, a verdade é que muitos sujeitos dos mercados financeiros estão observando diversos indicadores que são, no mínimo, suspeitos. Dentre esses nomes, encontramos David Rosenberg, um pesquisador da área econômica que avaliou uma grande quantidade de dados fornecidos pelo Federal Reserve, o FED. A conclusão foi que, sim, estamos caminhando, a passos largos, para uma crise econômica.

De forma sistemática, Rosenberg analisou o chamado “Livro Bege” do FED - um documento publicado 8 vezes por ano, contando com a avaliação da situação econômica norte-americana, feita por banqueiros e grandes empresários. Numa aproximação grosseira, seria algo como o Boletim Focus do Banco Central, aqui do Brasil. A ideia de Rosenberg era comparar as publicações atuais com aquelas que antecederam as grandes crises do passado, para tentar identificar um padrão. E, adivinha só: o cenário é o pior possível. Nas palavras do pesquisador: “Não há como você ler esse Livro Bege e não concluir que a economia já está começando uma recessão”.

Mas, afinal de contas, o que Rosenberg viu de tão assustador nas publicações do FED? Bem, o pesquisador resumiu sua avaliação em 13 pontos que indicam que - em sua análise - os Estados Unidos estão fatalmente caminhando para uma recessão que, em última instância, poderá se estender para o mundo todo.

1. O falso crescimento do PIB dos Estados Unidos

De acordo com dados oficiais, o PIB norte-americano cresceu 2,5% no ano de 2023 - em valores reais, já descontando a inflação. Porém, outro indicador, o GDI - que demonstra a quantidade real de renda interna criada no país em determinado período - recuou 7%. Ou seja, há uma discrepância evidente entre os dois indicadores, demonstrando que, embora os números da economia pareçam positivos, a riqueza total, na verdade, encolheu consideravelmente.

2. Pousos suaves costumam anteceder grandes crises

No início de 2024, a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, afirmou que o governo Joe Biden conseguiu fazer com que a economia do país fizesse um “pouso suave”. Ou seja, a inflação foi controlada, sem que o aumento na taxa básica de juros arruinasse a atividade econômica. Contudo, o histórico nos aponta para o fato de que um “pouso suave” na economia costuma anteceder, por poucos meses, uma profunda recessão econômica. Duvida? Pois deixamos, na descrição deste vídeo, um artigo demonstrando que, na sequência de períodos em que a mídia fala com mais frequência a respeito de um “pouso suave”, o mundo enfrenta uma recessão econômica.

3. A teta estatal está secando

No período da pandemia, e nos meses subsequentes aos fins das restrições, o governo norte-americano injetou uma grande quantidade de dinheiro na economia, a título de incentivo às empresas e aos consumidores. Estima-se que ⅔ do crescimento do PIB dos Estados Unidos em 2023 se referem a resquícios dessas medidas governamentais. Ou seja, o crescimento econômico observado no último ano está sendo bastante maquiado com muito incentivo estatal. Contudo, a torneira secou, e o resultado econômico norte-americano não contará com essa “ajudinha” no presente ano. Daí, o impacto no crescimento da atividade econômica no país vai ser considerável.

4. O índice de inadimplência está subindo

No pós-pandemia, o nível de inadimplência nos Estados Unidos atingiu seu patamar mais baixo - de forma mais precisa, em 2021. Contudo, esse cenário rapidamente se reverteu; e, de fato, a inadimplência atingiu números superiores àqueles do período anterior à crise sanitária. No caso dos financiamentos de veículos, 6,11% dos consumidores estão com um atraso superior a 60 dias em seus pagamentos - pior resultado desde 1994. Já no que se refere ao cartão de crédito, ⅔ dos consumidores não conseguem pagar a fatura por completo - sendo que o número de pessoas que estão com mais de 30 dias de atraso na fatura já é o maior desde 2012.

5. Colapso do setor imobiliário comercial

Este ponto é um show à parte, e também tem suas raízes no período da pandemia. Naquela época, com o “fecha tudo” da economia, inúmeros prédios comerciais ficaram vazios - especialmente nas grandes cidades norte-americanas. Contudo, esse cenário demonstrou, para as empresas, que é possível manter seus negócios, mesmo com seus funcionários trabalhando à distância. Para os funcionários, esse cenário se mostrou também muito mais confortável. Isso significa que, na prática, muitas empresas não voltaram às suas atividades presenciais quando da reabertura da economia - ou, pelo menos, não voltaram de forma integral.

Só que muita grana foi investida na ampliação desses espaços comerciais, e muitas hipotecas foram feitas, tendo por lastro aluguéis que não serão mais pagos. Estima-se em meio trilhão de dólares o valor das hipotecas que vencerão este ano, e em mais meio trilhão, as que vencerão no próximo ano. Por isso, as agências de classificação de risco apontam para a possibilidade de que a inadimplência do setor suba para 4,5% este ano - o dobro do valor do ano passado. E, como você bem sabe, crises no setor imobiliário norte-americano tendem a se alastrar, de forma sistêmica.

6. A crise bancária ainda não passou

Este ponto específico está diretamente relacionado com o problema anterior. Você certamente se lembra dos diversos problemas enfrentados por bancos regionais, nos Estados Unidos, como o Signature Bank, e também na Europa - com destaque para o Credit Suisse e para o Deutsche Bank. Agora, em 2024, os problemas maiores são enfrentados por bancos altamente expostos ao setor imobiliário comercial. Conforme as hipotecas começam a ser caloteadas, mais prejuízos os bancos registram em seus balanços.

O New York Community Bancorp, por exemplo, auferiu grandes prejuízos no quarto trimestre de 2023, e já avisou aos acionistas que precisará reservar uma grana considerável para cobrir futuros rombos. Por isso, suas ações derreteram inacreditáveis 38% em um único dia. Agora, para apimentar mais essa história, saiba que até mesmo bancos europeus, como o citado Deutsche Bank, e japoneses, como o Aozora Bank, estão expostos ao decadente mercado imobiliário comercial dos Estados Unidos. É crise sistêmica que se chama?

7. Shutdown do governo federal

Eu sei: sempre rola esse risco, mas a coisa nunca acontece de fato. O shutdown, que é a paralisação das atividades do governo federal por falta de verbas, é um risco constante em praticamente todos os mandatos presidenciais. De maneira geral, esse risco é usado como uma forma do Congresso pressionar o presidente da República. Acredita-se, inclusive, que os acordos para que não haja um shutdown do governo norte-americano, agora em março, incluem mais dinheiro para expandir o muro na fronteira com o México. Contudo, é importante lembrar que, ainda que algo nunca tenha acontecido no passado, isso não garante que ele não vá acontecer no futuro.



8. Curva de rendimento invertida

Este é, talvez, o ponto mais assustador desta lista. Isso porque, dentre todos os indicadores, esse parece ser o que mais acerta, quando o assunto é prever uma crise econômica. Em resumo, uma curva de rendimentos invertida significa que os rendimentos de curto prazo do Tesouro norte-americano são maiores do que os de longo prazo. Ou seja, é mais rentável emprestar para o governo dos Estados Unidos para o curto prazo, do que para um período mais longo. Quando isso acontece, tipicamente fica caro demais, para os bancos, fornecer empréstimos para empresas e indivíduos, o que costuma impactar negativamente a economia do país.

Todas as vezes em que esse cenário foi observado, uma recessão ocorreu logo em seguida. De fato, analistas consideram esse indicador uma 'métrica perfeita' para prever o início de uma crise econômica. É óbvio que, hoje, estamos nesse cenário. Na verdade, a curva de investimentos nos Estados Unidos se inverteu em julho de 2022, se mantendo assim de lá para cá. Se a curva permanecer desse jeito até março, então teremos um novo recorde. Agora, se isso vai se converter ou não numa crise econômica, não sabemos dizer - pelo menos por enquanto.

9. A recessão ainda não começou, mas vai começar

Muitos afirmam que o simples fato de uma recessão estar sendo prevista há vários meses por nós - os catastrofistas - e ainda não ter acontecido, indica que ela nunca vai chegar. Bem, ninguém acha que uma crise econômica vai acontecer, até que ela acontece de repente - e pega muita gente de surpresa. Ou, nas palavras do próprio Rosenberg: “Dizer que a recessão não está chegando porque ainda não chegou é como estar em Minneapolis em dezembro e não há neve, e você prevê que não haverá inverno”.

10. Otimismo excessivo do mercado

Esse fenômeno pode ser percebido também aqui no Brasil - onde o Ibovespa atingiu suas máximas históricas. Também o S&P 500 e o Dow Jones atingiram seus maiores valores nos últimos meses, o que indica que, sim - os mercados financeiros estão bastante eufóricos. Basta olharmos para a história para vermos onde isso costuma dar: 1 mês antes do crash de 1929, o índice Dow Jones registrava suas máximas históricas. Uma subida descontrolada das bolsas de valores, motivada por pura especulação, costuma representar uma forte correção econômica nos meses subsequentes.

11. Painel de indicadores econômicos no vermelho

O Índice de Indicadores Econômicos Líderes do Conference Board, que compila uma série de dados para traçar um panorama geral da economia norte-americana, tem sinalizado para uma recessão - conforme comunicado emitido pela própria organização, no final de janeiro. No primeiro semestre de 2023, esse índice acumulou uma queda de 4,3%; já no semestre seguinte, a queda foi de 2,9%. Na verdade, o pico foi atingido lá atrás, em fevereiro de 2022. De lá para cá, foi só ladeira abaixo.

12. Demissões em massa

Certamente, você tem acompanhado esse fenômeno em grandes empresas; mas a coisa vai além dos grandes conglomerados. De acordo com dados fornecidos pela plataforma MacroEdge - que acompanha o ritmo de cortes de empregos anunciados pelas empresas, - no mês de janeiro de 2024, mais de 100 mil pessoas foram demitidas nos Estados Unidos.

Sim, os dados nacionais das terras do Tio Sam apontam para um desemprego cada vez menor; mas esses números não batem com os dados dos estados. Segundo o bilionário Jeffrey Gundlach, o fato de que 88% dos estados norte-americanos reportaram um aumento no desemprego, aliado a outros fatores econômicos, demonstra que o país pode estar muito perto de uma forte recessão.
13. Relação entre aumento de taxas e recessão

Existe, na série histórica, um atraso de 27 meses, em média, entre o aumento da taxa de juros e o início de uma subsequente recessão. As taxas nos Estados Unidos começaram a subir em março de 2022 - ou seja, há quase 24 meses. Mais uma vez, citando Rosenberg: “final da primavera, início do verão, é onde o alvo aparece”. Se essa previsão estiver correta, podemos concluir que, em algum momento da transição para o segundo semestre deste ano, a tal recessão econômica finalmente vai estourar.
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Bom, se esses 13 pontos, listados por David Rosenberg, são um vaticínio apocalíptico, ou um mero chute, feito por uma mente muito criativa, eu não sei dizer. O que é inegável, porém, é que, caso uma crise econômica aconteça, a culpa pela sua deflagração, obviamente, será do estado e sua casta parasitária. São os sucessivos anos de intervenção estatal que levaram ao atual cenário caótico - em que a economia norte-americana e, por consequência, a mundial, parecem mais um barril de pólvora, pronto para explodir. Isso é inevitável: toda intervenção estatal na economia sempre resulta em distorções, que precisam ser corrigidas, em algum momento no futuro, pelo livre mercado.

O grande problema, porém, é que o estado adia essa correção o máximo possível. Sucessivos governos têm dobrado a aposta, expandido o tamanho da máquina pública e seus gastos, aumentando a emissão de moeda e a manipulação da taxa de juros. O que temos hoje, como consequência, é a situação econômica mais bizarra de nossa história, de forma que é praticamente impossível mensurar o tamanho da crise que, em algum momento, vai chegar. Agora, resta apenas saber se, quando isso acontecer, o estado vai ser capaz de interferir ainda mais na economia, para evitar a catástrofe presente, em troca de uma hecatombe futura; ou se, desta vez, teremos uma real correção econômica.

Referências:

https://convexresearch.com.br/blog/economia/pib-dos-eua-maior-diferenca-em-decadas-entre-o-gdp-e-o-gdi/

https://valor.globo.com/mundo/noticia/2024/01/05/a-economia-dos-eua-conseguiu-um-pouso-suave-diz-yellen.ghtml

https://construtordecapital.com.br/2023/10/02/por-que-uma-recessao-nos-eua-ainda-e-provavel-e-estara-chegando-em-breve/

https://www.poder360.com.br/economia/inadimplencia-do-consumidor-atinge-nivel-mais-alto-desde-1994-nos-eua/

https://investalk.bb.com.br/noticia/risco-a-vista-exposicao-de-bancos-americanos-a-imoveis-comerciais-comeca-a-preocupar

https://www.correiodopovo.com.br/not%C3%ADcias/mundo/acordo-de-princ%C3%ADpio-para-evitar-novo-shutdown-do-governo-nos-eua-1.319294

https://www.foxbusiness.com/markets/billionaire-bond-king-questions-unemployment-data-hard-believe

https://www.macroedge.net/jobcutstracker