Norte-coreanos são levados como TRABALHADORES ESCRAVOS para a CHINA

Trabalhadores norte-coreanos, mantidos como escravos em território chinês, se revoltam contra a situação. Será o começo do fim do regime comunista da Coreia do Norte?

Revoltas populares envolvendo a população norte-coreana são bastante raras - pelo menos de acordo com as informações que conseguem chegar ao exterior. Contudo, esse tipo de situação se torna mais possível para aqueles cidadãos da Coreia do Norte que, por algum motivo, estão fora do território de sua pátria natal. E foi justamente nessas circunstâncias que uma série de revoltas tomaram conta de fábricas norte-coreanas, instaladas no nordeste da China, no mês de janeiro - isso, é claro, de acordo com fontes independentes.

A Coreia do Norte, de fato, mantém fábricas e canteiros de obras no território chinês, nos quais emprega parte de seus cidadãos. É desnecessário dizer que os trabalhadores vivem nas piores condições que se possa imaginar, uma vez que esses empreendimentos são administrados diretamente pela Coreia do Norte, com os supervisores sendo aliados do regime de Kim Jong-Un. Por lá, um norte-coreano costuma trabalhar de 12 a 14 horas por dia, 6 dias por semana. Sem dúvidas, uma jornada mais do que extenuante.

Porém, esse não foi o fator que motivou as revoltas que tiveram lugar, especialmente, no dia 11 de janeiro. O principal ponto foi, realmente, a questão do dinheiro. Os trabalhadores norte-coreanos descobriram que seus pagamentos, acumulados ao longo de meses, haviam sido desviados para o governo de seu país, para serem usados na produção de armamentos. De acordo com desertores norte-coreanos, que relataram o ocorrido a jornais ocidentais, os trabalhadores ficaram extremamente revoltados com a informação, quebraram máquinas e chegaram a agredir seus supervisores.

É óbvio que, dadas as circunstâncias, não é possível verificar a veracidade dessas afirmações – afinal de contas, tudo o que envolve a Coreia do Norte está envolto no mais profundo mistério. Mas é mais do que razoável supor que, sim, algo do tipo tenha acontecido - tanto pelo histórico da Coreia do Norte, quanto pelo da própria China, onde os trabalhadores estão alocados. Só não é possível precisar, até o momento, a proporção dessas revoltas.

Estima-se que, atualmente, cerca de 100 mil norte-coreanos trabalhem fora de sua terra natal - principalmente nas citadas fábricas e obras localizadas no nordeste da China. É claro que nenhum desses trabalhadores recebe seu salário de forma direta. Porém, e até então, as remunerações ficavam retidas com o governo norte-coreano, até que os trabalhadores retornassem para casa. Isso, geralmente, ocorria depois de 3 anos de serviço no exterior.

Contudo, por conta da pandemia, alguns trabalhadores permaneceram alocados no exterior por ainda mais tempo. Alguns estão na China há mais de 7 anos, sem ver a cor do seu dinheiro. E, então, veio a grande bomba para esses pobres infelizes: os seus inúmeros meses de salário acumulado foram integralmente direcionados para um fundo estatal, que será utilizado para fins bélicos. Ou seja: o governo ditatorial da Coreia do Norte tomou tudo desses trabalhadores para destinar a grana ao esforço de guerra - que sabe-se lá se será realmente necessário. Se isso não representa trabalho escravo, então eu não sei mais o que dizer.

A situação é tão dramática que os trabalhadores norte-coreanos, mesmo conhecendo todos os riscos, se revoltaram profundamente contra o governo. Na verdade, as revoltas não aconteceram apenas nas fábricas instaladas na China; elas aconteceram, também, no retorno dos trabalhadores para casa - momento no qual a ficha a respeito dessa situação finalmente caiu. Veja: esses infelizes já sabiam que seriam explorados pelo governo; geralmente, eles recebiam apenas 15% de seus ganhos no exterior. Mesmo assim, a coisa ainda valia a pena, porque essa remuneração representa um ganho 10 vezes superior ao que se consegue obter na Coreia do Norte - além de ser um salário pago em moeda estrangeira, é claro.

É por isso que, não obstante todos os problemas, tantos norte-coreanos ainda querem trabalhar no exterior. É aquela história: se é para se estar no inferno, que seja em um círculo mais alto. Porém, não é fácil ser selecionado pelo governo da Coreia do Norte para trabalhar como escravo fora do país. O candidato tem sua ficha analisada a fundo; e sua família precisa permanecer no país para ser tratada como refém - a fim de evitar a deserção do trabalhador. Portanto, qualquer erro cometido no exterior, sem dúvidas, pode representar punição para as famílias que ainda residem na Coreia do Norte.

Veja que esse caso lembra bastante outro que nos é bastante familiar - o dos médicos cubanos. Esses profissionais são enviados para fora da ilha-prisão, geralmente sendo enviados para países mais simpáticos à ditadura castrista - por exemplo, o Brasil governado pelo PT. Enquanto isso, suas famílias são mantidas como reféns em Cuba, para evitar qualquer tipo de surpresa no trabalho no exterior. O salário desses médicos também é confiscado - seja em grande parte, seja em sua totalidade, - e a deserção é punida de forma severa. Tudo isso, é claro, serve para sustentar o combalido regime comunista cubano.

E sim: esse tipo de situação é claramente um caso de exploração de trabalho escravo. Inclusive, os citados casos norte-coreanos já são bem conhecidos e documentados - a ponto de a própria ONU determinar, em 2017, que a Coreia do Norte parasse de enviar trabalhadores para o exterior, e que repatriasse todos até 2019. Obviamente, isso não aconteceu até hoje.

O mesmo pode se dizer da China, que recebe os escravos norte-coreanos. Aqui, não estamos falando apenas de conivência com as atrocidades cometidas pelo governo da Coreia do Norte – afinal de contas, isso o Brasil também fazia, com os médicos cubanos. A verdade é que o próprio governo chinês carrega a culpa por um longo histórico de exploração do trabalho escravo. Mais recentemente, surgiram diversas denúncias a respeito do regime de escravidão a que o governo comunista sujeitava inúmeros uigures - minoria islâmica que vive na província de Xinjiang. Estima-se que 1 milhão deles vivam como prisioneiros em campos de trabalho forçado, na atualidade.

É claro que você já percebeu, aqui, um padrão. O que esses três países citados têm em comum, obviamente, é o comunismo. Nenhum regime político, na história da humanidade, nutriu um desprezo tão grande pela vida humana quanto a ideologia comunista. Onde quer que esse nefasto padrão político tenha sido implementado, lá poderemos encontrar casos de escravidão promovida pelo estado. Em regimes totalitaristas e coletivistas, não existe o indivíduo; as pessoas são apenas ferramentas, trabalhando em favor do “bem comum”, ou qualquer coisa do tipo. Desejos e vontades pessoais devem ser prontamente descartados.

E não adianta o esquerdista mais animado afirmar que isso não é comunismo de verdade, e que essa ideologia nunca foi tentada na prática. Não, meu amigo: a Coreia do Norte, bem como Cuba, ou o Camboja dos anos 1970, representam o comunismo que deu certo. Ou seja, o comunismo que fez o que mandava o manual, e que levou milhões de pessoas à morte, à fome e à escravidão. Esse é, afinal de contas, o caminho da servidão, descrito por Friedrich Hayek: na medida em que um governo de planejamento central vai fracassando em seus projetos econômicos, mais seres humanos terminam por ser escravizados pelo regime comunista.

Essa situação, portanto, demonstra a falência total do regime ditatorial de Kim Jong-Un. As evidências disso, é claro, já se amontoam: desde uma Coreia do Norte completamente apagada, durante a noite, até o fato de os norte-coreanos serem muitos centímetros mais baixos e muitos quilos mais magros que os seus irmãos do Sul. Assim, a escravidão dos trabalhadores norte-coreanos na China é apenas mais um efeito colateral da devastação causada pelo comunismo. Se é que a escravidão já não acontecia na Coreia do Norte, de forma indiscriminada, antes dessas notícias virem a público!

Na medida em que Kim Jong-Un continua lançando seus foguetinhos para ameaçar o Ocidente, mais norte-coreanos são massacrados pelo comunismo que atormenta o país há várias décadas. Na Coreia do Norte falta de tudo: alimentos, energia elétrica, serviços básicos e, é claro, a liberdade - o principal de tudo. É certo que a revolta de trabalhadores norte-coreanos alimenta esperanças de que, em algum momento, o povo da Coreia do Norte possa se rebelar. Contudo, o mais provável mesmo é que a coisa não passe, apenas, de uns poucos motins localizados, e que logo o pequeno país comunista volte à sua triste normalidade.

Para nós, fica a conhecida lição - que alguns, infelizmente, parecem nunca entender - a respeito dos males causados pelo comunismo, e como tudo o que a esquerda finge defender - como os direitos trabalhistas - é simplesmente destruído por governos adeptos dessa ideologia. A escravidão comunista não começa quando os salários dos trabalhadores são integralmente confiscados pelo governo. Ela começa quando os direitos fundamentais dos indivíduos são violados.

Referências:

https://exame.com/mundo/enviado-da-onu-cita-trabalhos-forcados-e-possiveis-casos-de-escravidao-na-china/