Mais recentemente, tivemos o pedido de assinaturas para o impeachment do Nove Dedos. A lista teve um recorde de assinaturas, ultrapassando até mesmo o de casos anteriores, como o do Fernando Collor em 1992 e da Dilma Rousseff em 2016. Estando atualmente com 140 assinaturas e sendo necessárias 171 para ser pautado.

Vendo uma possível ameaça, ou ao menos um desgaste ao seu governo que já não possui força na câmara dos deputados, O presidente cobrou os partidos da base governista, e em um ato de insanidade política, ameaçou que os burocratas retirassem as assinaturas do pedido. Em caso negativo, teriam cargos e verbas sendo cortadas no executivo.

Na manhã do dia 27 de fevereiro, o recado foi dado durante uma reunião com a base governista pelo deputado petista José Guimarães. O pedido foi iniciado devido às falas antissemitas do Nove Dedos comparando a guerra contra o Hamas como se os judeus estivessem fazendo um genocídio na região de Gaza. Essas falas, além de estúpidas e ofensivas, comprometem a neutralidade internacional do Brasil.

O prazo era até o último dia de fevereiro para que os deputados que fazem parte dos partidos da base do governo retirem suas assinaturas do processo de impeachment. Porém, temos que olhar quais são esses deputados dos partidos de base no governo, que incluem principalmente o PSD e o União Brasil. Esses partidos possuem três cargos na esplanada e um ministério, os quais o Chefe do Executivo está usando de chantagem.

Nem sequer parece considerar a diferença óbvia que esses partidos tem com os demais. Ao contrário dos partidos satélites que possuem o mesmo grupo ideológico, o PSD e o União Brasil são partidos de centro, com diversas pessoas que pensam diferentes. O próprio União Brasil veio de uma coligação de vários partidos de centro menores, que incluem políticos centristas, maioria como prefeitos e governadores, centro-direita, e alguns sociais-democratas. Ou seja, é um juntado de pessoas que não possuem uma visão política homogênea.

As assinaturas de deputados são individuais e o partido não pode intervir nisso diretamente, mas pegaria mal caso a ameaça fosse direta aos próprios assinantes. Por isso recorreram à pessoa jurídica, o partido, ao invés da pessoa física, o político.

Os assinantes em maioria sequer são fiéis ou obedecem ao partido, na maior parte dos casos. O próprio Sérgio Moro, inclusive, é filiado ao União Brasil. Muitos só estão ali apenas para se candidatar e, geralmente, a posição dos líderes do partido não correspondem com o resto dos deputados, senadores e demais candidatos.

É até triste termos que escrever esse artigo como se fosse algo natural. A corrupção, compra de votos e similares era antes algo no mínimo visto com maus olhos até pela mídia televisiva. Hoje, apenas se muda a narrativa conforme é conveniente. Isso se tornou um meio de propaganda do governo, ao invés de ser imparcial tal como prega. Podemos ver cada vez mais o Nove Dedos tentando se agarrar ao poder a todo custo, sufocando a população com impostos, ameaçando partidos e fazendo uma perseguição política contra a oposição.

Isso sequer é uma boa estratégia política, tendo em vista que com seu governo já fraco, se estivesse consciente, trabalharia para tentar segurar a sua própria base, já que no próprio ditado popular, quando é fim de mandato nem o café vem mais quente.

Pode ser até que em uma escalada de briga e ameaças, acabe só empurrando esses partidos, e consequentemente o centrão, para o lado oposto. Isso seria uma grande jogada do "brilhante estrategista" Luiz Inácio e, sua fiel primeira dama e verdadeira vice-presidente, Janja!

Parece até mesmo que algum governo bolivariano ou de alguma república de banana faria tal coisa, mas não! Estamos falando do nosso país, no qual o devido processo legal já foi totalmente burlado pelo Supremo Tribunal Federal e a corrupção corre solta a luz do dia.

Se antigamente a casta política no Partido dos Trabalhadores, em sua percepção aguçada, percebeu o problema e a queda de votos associados à compra ilícita de apoio político por meios clandestinos e não transparentes, hoje em dia, essa preocupação sequer se faz necessária. Afinal, as circunstâncias mudaram, e o brasileiro se percebeu como um palhaço. O panorama político atual mostra uma dinâmica na qual tal prática ilícita parece não mais interferir significativamente nos resultados eleitorais, proporcionando uma sensação de impunidade ou uma diminuição da relevância desse fator para os membros desse partido.

A corrupção virou parte do cotidiano e a ideia na própria campanha do Molusco foi justamente essa. Quando foi ao podcast "PodPah", seu principal argumento foi pela comparação, afirmando toda hora que todo político era corrupto e ruim, porém ele seria o menos pior entre todos eles. Quem não se lembra da icônica frase dita por ele: eu não enganarei o povo outra vez?. Somos feitos de trouxa diariamente, não é mesmo? Bastava colocar um teto no país que isso seria um hospício, e se colocasse uma tenda, viraria um circo!

A partir da chantagem de liberação de verba tornaram quase legalizado a corrupção, com atitudes imorais. Contudo, o brasileiro isentão que se informa pela rede aberta pouco se importa. A grande estratégia se tornou usar do próprio sistema para manter perpetuando a corrupção. Podemos até citar outro vídeo aqui do visão libertária no qual explicamos sobre a corrupção na Rússia que se disfarça de anti-corrupção, o link está aqui na descrição do vídeo.

No fim, tudo isso é de fato natural. Qualquer estado tende a corrupção. Tal como Hobbes descreveu, a necessidade de um estado seria para evitar as falhas individuais que um ser humano pode cometer. Entretanto, o filósofo falha em perceber que esse estado não possui uma consciência própria, mas apenas uma grande gangue comandada por outro ser humano falho e, principalmente, corrompido pelo poder.

O medo do Nove Dedos, nem que seja mínimo, continua bastante claro. O Molusco e seu grupinho sabem que a menor brecha no governo será aproveitada de bom-tom pela oposição para nos livrar deste que ocupa o cargo de presidente. Ainda mais depois da manifestação de Bolsonaro no dia 25 de fevereiro, com centenas de milhares de pessoas, no qual o presidente evitou falar sobre, fugindo, inclusive, da pergunta de uma jornalista. "A Casta treme", meus amigos.

O governo atual forçar ações políticas de deputados com base em ameaças chegaria a ser um escândalo em qualquer país de primeiro mundo. Mas em um país que colocou um corrupto na presidência, se pode esperar de tudo. Muito desse problema poderia ser resolvido simplesmente caso fosse permitido no Brasil ter candidatos concorrendo de maneira independente, tal como nos Estados Unidos. Mas isso não seria aceito pelos grandes partidões, afinal, destruiria grande parte da oligarquia que formam a cada 2 anos para arrecadar dinheiro via fundão eleitoral. Realmente, eles não irão dar a possibilidade de perder essa boquinha de bilhões de reais que recebem todas as eleições.

Ou talvez a solução fosse só acabar de uma vez com todo esse sistema gigantescamente burocrata e que não nos leva a lugar nenhum. Sobre isso obviamente possuímos diversos vídeos no canal apresentando o que é libertarianismo. O presidente atual, inclusive, deixa mais palatável a nossa ideologia. Mas até que alcancemos esse sonho algum dia, seremos eternamente os palhaços desse picadeiro de Brasília.

Referências:

https://www.youtube.com/watch?v=4fnqBoeWfWE