O experimento do qual você nunca ouviu falar e que explica o mundo atual

A cultura do vitimismo pode ser encarada como fenômeno social de origem aleatória ou como um fenômeno programado?

As sociedades ocidentais são o resultado de tantos fatores que analisar sua própria natureza se torna uma tarefa inviável. É óbvio o fato de que tais fatores podem estar atrelados tanto à mera soma de eventos aleatórios e fenômenos sociais quanto à engenharia de pessoas, estados e corporações que adquiriram tanto poder que são capazes de interferir na politica interna de países inteiros.

Segundo o jornalista Yuri Bezmenov, em uma série de palestras proferidas na década de 80, após desertar da Rússia para o Canadá, a maior parte dos recursos da extinta KGB não era destinado para espionagem internacional, mas para subversão. Bezmenov trabalhou na Ria Novosti, uma das maiores agências de notícias da Rússia e lá descobriu que a maior parte dos que lá trabalhavam ou eram agentes da KGB ou haviam sido cooptados. Segundo ele, essa cooptação ia desde jornalistas a intelectuais e professores universitários que serviam de agentes de influencia de divulgação da propaganda russa.

Nesse sentido, fica fácil compreender os Estados modernos como um produto do resultado de muitos interesses conflitantes de forças que interferem diuturnamente direta e indiretamente em como nós nos comportamos...
Segundo Yuri, a máquina de subversão e propaganda russa atuava por meio de quatro fases que sã: a Desmoralização, a Desestabilização, a Crise e a Normalização.

Dentro dessas fases surgem os idiotas úteis, um termo criado durante a guerra fria que descreve indivíduos suscetíveis à propaganda e a manipulação russa. O idiota útil é um propagador de uma causa sem conhecer os objetivos reais da causa. Isso te lembra algum grupo atual? Bem, o fato é que existem muitos idiotas úteis hoje em dia. Aquele movimento "Just stop oil" é um deles. E é curioso como a esquerda é eficiente em atrair esses indivíduos. Mas a pergunta que se faz é: até que ponto os efeitos da subversão permanecem nas sociedades ocidentais? Parece não haver uma resposta para essa pergunta.

O professor Robert cleck, PhD em filosofia social formado em Stanford e professor emérito do Dartmouth College e seus colaboradores, realizou um experimento que consegue explicar ainda que em parte aquilo que aqui chamaremos de cultura do vitimismo.
Seu experimento consistiu em selecionar um grupo de pessoas, maquiá-las de modo que parecessem ter grandes cicatrizes em seus rostos, para avaliar o impacto não verbal das outras pessoas ao olharem para elas. Segundo a tese primária, essas marcas influenciariam diretamente em como as pessoas responderiam e se relacionariam com o indivíduo. A catarse do estudo é o fato de que momentos antes de saírem para observar as reações na prática por meio da interação com outros indivíduos, a equipe, na ausência momentânea de espelhos e sob o pretexto de dar um toque final na maquiagem, apagou completamente o desenho que imitava a cicatriz, deixando a pessoa com seu entre aspas "rosto original".
Essas pessoas foram levadas a acreditar que estavam com uma condição física externa, no caso a cicatriz, e os cientistas queriam avaliar o quanto isso interferiria na forma como as outras pessoas responderiam à isto na percepção do indivíduo portador da cicatriz. O incrível resultado foi o de que, comparado à um grupo de controle, aqueles que não possuíam quaisquer vestígios da maquiagem feita anteriormente demonstraram o mesmo padrão de autopiedade, tendência progressiva a culpar os outros pelas próprias falhas, referir rejeição da outra pessoa através da comunicação não verbal, entre outros.
Mesmo sem estarem com a suposta cicatriz na face, a mera crença de que tinham fez com que acreditassem que as pessoas as viam com outros olhos, cheias de reservas e preconceitos.

Um dos grandes problemas da cultura do vitimismo, reside no fato de que compromete de maneira conformista a capacidade de tomar decisões agoristas além de comprometer também o enfrentamento ativo dos problemas e o desenvolvimento de resiliência; isto porque há uma demasiada transferência de responsabilidade para fatores externos. Um exemplo disso é o meio social em que o indivíduo está inserido. Para mais informações sobre agorismo visite o vídeo: "O que é agorismo e quem foi Samuel E. Konkin?" O link está na descrição.
Assumir uma postura combativa e de assunção de responsabilidades é parte do processo de amadurecimento do indivíduo. Quando a transferência do núcleo das responsabilidades é deslocado demais para fora de si, a postura que resulta disso é a incapacidade de resolutividade com consequente inércia lógica.
As outras pessoas são entidades orgânicas diferentes de você, a opinião delas sobre você pertence exclusivamente à elas... Como diria o imperador Marco Aurélio "escolha não ser atingido e não se sentirá atingido, não se sinta atingido e não terá sido"... As outras pessoas devem ter a liberdade de pensar e falar o que quiserem...
O termo ataraxia foi descrito pela primeira vez por Demócrito dentro da filosofia do estoicismo. É um estado de imperturbabilidade e serenidade, diante dos agressores externos que se caracterizam pelas dificuldades e problemas da vida comum.
O objetivo aqui não é alcançar a ataraxia estóica, mas promover uma auto reflexão que seja capaz de fazer a distinção entre o que se pode e o que não se pode controlar, na medida em que o indivíduo consegue, assim, identificar o caminho pelo qual poderá agir.
As conclusões que se podem derivar do que foi dito aqui é que a cultura do vitimismo parece estar ruindo o tecido social uma vez que o indivíduo perde parte do protagonismo da própria existência como sujeito proativo e capaz. Esse processo dá origem a hordas de pessoas ressentidas e inertes, exatamente como os estados modernos esperam que as massas sejam.

Talvez, uma sociedade que tenha passado pelo menos por parte das fases do processo de subversão, jamais retorne ao seu estado original e fenômenos como a tal cultura aqui abordada seja um colateral do ambiente resultante da convulsão instaurada. Além do mais, a máquina de propaganda russa ensinou à todos os que tem interesse e poder, que solapar uma civilização inteira de dentro para fora depende em grande parte de encontrar dentro dela indivíduos idiotas o bastante para repetir o discurso do subversor, com seus gritos coléricos e esquizofrênicos sem se dar conta de estar destruindo a si mesmo e sociedade.

Este vídeo tem o propósito de elocubrar, então, talvez, e apenas talvez, a mesma estratégia da guerra fria de subversão esteja hoje sendo utilizada por agente dos próprios estados, interessados em guinar suas nações para a esquerda ou então ressuscitar o já morto sentimento de que o estado é de fato necessário.

A própria teoria crítica e o fomento da convulsão social são os garantidores de que a necessidade do estado como mantenedor da segurança e da estabilidade jamais se dissipará.

Além disso, a maior parte das questões que originam os mais acalorados debates ideológicos hoje em dia, podem ser resolvidos oferecendo mais liberdade às pessoas, jamais menos. E aqui está a explicação: se você quer banir o suposto discurso de ódio, censurar tem efeito menor do que dar holofote. Por exemplo, impedir discursos racistas não vai tornar as pessoas menos racistas, mas permitir que elas falem o que bem entendem permite identificá-las. À despeito do que acreditam alguns pensadores contemporâneos, a liberdade como bússola moral é a melhor possibilidade de conseguirmos não nos autodestruir para sermos capazes de sobreviver a nós mesmos e assim conseguirmos construir uma sociedade cada dia melhor.

Referências:

https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Subvers%C3%A3o

https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Yuri_Bezmenov
O que é agorismo e quem foi Samuel E. Konkin?
https://youtu.be/UDdIVpSnW4U?si=semNihK1YAaTlUNX