O futuro da Argentina — esse foguete tem ré?

A população argentina escolheu seu destino, e agora é hora de descobrirmos onde ele levará a economia do país.

O povo argentino já está acostumado e insatisfeito com a inflação alta dos últimos anos, pois desde 2012, consistentemente a inflação anual passou dos dois dígitos. Isso é preocupante, pois a inflação corrói o poder de compra do cidadão honesto, que apenas quer garantir o pão de cada dia. O fenômeno da inflação é um reflexo da desvalorização da unidade monetária, que se equalizam no que vemos nas gôndolas dos supermercados.


Além disso, se seguirmos a visão da Escola Austríaca de Economia, a inflação é um dos jeitos do governo esconder sua gastança desenfreada. E nisso, os peronistas dão aula! Até a inflação oficial revelada pelo governo chegou nos três dígitos, o que caracteriza como uma óbvia hiperinflação. Isso é algo que o Brasil já teve que superar no passado, e a solução que utilizou foi uma reforma geral com a criação de uma nova moeda.


Portanto, o problema que seria facilmente resolvido com uma moeda estável e a liberdade para fazer negócios, além da diminuição dos impostos e fim dos subsídios, por isso Milei é uma esperança para os empreendedores. Infelizmente, acumular capital e manter um negócio se tornou cada vez mais difícil na Argentina dos peronistas. Inclusive, devido à hiperinflação, a loucura de tentar entender qual o valor e quantos dólares podem ser comprados trouxeram o mercado paralelo de câmbio, este sim representa a oferta e demanda verdadeira. Mas a população da Argentina não aguenta mais os rumos que eles mesmos escolheram com os vários anos de governos que socializaram a pobreza.


Os índices continuarão piorando por mais alguns anos, já que a economia é um carro de frenagem demorada. Contudo, analisando mais a fundo, a Argentina gasta muito do PIB com subsídios. São cerca de 7%, provavelmente políticas de destinar dinheiro aos amigos do rei e políticas populistas. Isso será um empecilho para quem terá que lidar com os cortes de gastos do governo. Ainda mais se considerar o que o ainda ministro, Sergio Massa, está no atual controle e não facilitará a situação. Isso é comprovado pelos vários auxílios, custando trilhões de pesos argentinos.


Por essas e outras, o governo argentino é uma batata quente e uma dor de cabeça para os economistas mais sensatos. E nem as bananas escaparam, a Argentina precisou dar calote por falta de dólares aos bananeiros da Bolívia e Paraguai. Por isso, em sinal de protesto, os produtores distribuíram gratuitamente cachos de banana a quem passasse por perto.


Esse caso anedótico é problemático, já que o atual ministro Massa, para variar, continua culpando o FMI e os oponentes políticos pelos fracassos. Mas além disso, os trabalhadores já percebem que não vale a pena o formalismo de uma carteira assinada, algo que envolve custos de encargos trabalhistas.


Isso é evidente com a atual crise, já que os empregos informais se aproximam da metade dos empregos no mercado formal. Aquém do desejo dos libertários argentinos, segundo o Estadão, mais de 40% do PIB são os gastos do governo, e mais de 40% dos argentinos dependem de benefícios do Estado. Ou seja, é uma corrente que mantém os argentinos em um espectro político estatista de total dependência, num ciclo vicioso.


A máquina inchada resiste às mudanças, mas muitos trabalham no setor público por falta de opção, outra consequência da ineficiência da economia socialista de lá. Já que, apesar do volume financeiro, o dinheiro público é gasto sem critério. Foi isso que um estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento concluiu, a Argentina tem o pior índice, incluindo perdas com corrupção.


Logo, eles estão num estado que nem o suado imposto do contribuinte involuntário consegue arcar. De acordo com o nada confiável Ministério da Economia argentino, gastos em saúde, educação e assistência social chegam a mais de 67% dos impostos, o que serviu de argumento para os debates dos candidatos à presidência do país.


Nem mesmo as privatizações são aceitas por uma parcela dos cidadãos que foram doutrinados por anos a acreditar no peronismo. Já o apelo ao identitarismo está crescendo nas faculdades argentinas, atrás da juventude indecisa e manipulada pelo progressismo. Eles se espelham nos grupos brasileiros para organizarem, lutarem pelos objetivos escusos dessa agenda nefasta, por isso, Lula fez esforços para salvar o decadente peronismo. Um exemplo recente que vimos desse domínio das ideias progressistas e marxistas, foram as várias manifestações em defesa do aborto por grupos de feministas em diferentes cidades argentinas.


Mas um exemplo do decaimento argentino, que refuta a mentira de que o socialismo está funcionando naquele país, além da degradação moral, é que o índice de pobreza está aumentando anualmente. E a Argentina, como um novo país membro do BRICS, é posto à contraposição entre os dois polos de poderes mundiais. Pois os Estados Unidos e a China deixam claro a probabilidade de o governo argentino ter que escolher um lado. Justamente por isso, os jornais globais não resistem à tentação de intitular Milei de forma pejorativa. Alguns dos “ismos” dados a ele é que ele seria de ultradireita e conservador, algo que não encaixa com quem conhece a biografia dele. Mas não demora vermos algumas alas da esquerda chamá-lo de fascista, algo totalmente sem sentido para um libertário. Os jornalistas, em geral, o tratam como uma ameaça ao povo argentino, forçando ligações inexistentes. Em resposta a esses ataques, Milei já se mostrou em um vídeo com o ex-presidente Bolsonaro, numa jogada arriscada de marketing.


Adentrando mais nos nomes já citados, é preciso explicar o que é o Peronismo, um mal que assola a Argentina há décadas. Esse nome tem origem no político Juan Domingo Perón, presidente do país durante a década de 1940. Por esse suposto sucesso do assistencialismo em enganar o povo e criar dependentes, até hoje existem representantes do movimento em todas as camadas sociais.


O fenômeno Peron foi algo parecido com Getúlio Vargas para o Brasil, apesar das inúmeras diferenças. Mas as medidas intervencionistas de aumento salarial, licenças médicas e congelamento de preços, era esperável vindo alguém que iniciou um movimento que afundou a anteriormente rica Argentina.


Por isso, a falácia do Estado Benfeitor é um erro que muitos economistas argentinos caem e persistem em defender. E o ministro Sergio Massa não foi uma exceção, mas uma continuação do que já é feito nas universidades. Já o Javier Milei, um libertário seguidor de economistas como Murray Rothbard, tem várias ideias e pautas não tão comuns para a Argentina, o que representa uma verdadeira mudança na história do país.


Ele deseja mudar o funcionamento da máquina pública para algo mais próximo de um Estado mínimo, dolarizando a economia e cortando gastos desnecessários, respeitando mais o dinheiro do pagador de impostos, além de abrir totalmente o mercado do país. As medidas do libertário têm tudo para mudar como funciona a Argentina, que com certeza impactarão na mentalidade e cultura daquele povo, que precisa ser resgatado do paternalismo.


Com a apuração feita, os eleitores e, sobretudo, os pagadores de impostos, esperam o retorno do país ao auge argentino, que chegou a ter uma das economias mais prósperas das Américas no início do século XX.

O ministro Sergio Massa reconheceu a derrota rapidamente, alegando que a Argentina abandonou a democracia. A grande mídia de esquerda já ficou em polvorosa. O choque foi geral, as redes sociais ficaram lotadas de comentários sobre a eleição, cujo resultado foi que nossos hermanos cansaram do status quo que tanto os escravizou.

Inúmeros jornalistas pelo mundo todo cobriram a histórica eleição em que um anarcocapitalista foi eleito de forma inédita na história. Por isso, seus apoiadores comemoraram toda a madrugada. Nem as compras de voto, as fraudes que poderiam ter acontecido e as vantagens de Massa permitiram que ele superasse Javier Milei. Estamos iniciando, com certeza, um novo período de defesa das liberdades na América Latina, e com certeza a vitória de Milei representa um rompimento com o populismo socialista.


A cerimônia de posse ocorrerá no dia 10 de dezembro, com a presença de muitos visitantes de todo o globo indo para a Argentina ver o fenômeno que representa o próximo líder antiperonista. Sergio Massa ainda deverá explicar várias ações tomadas no transcorrer dessa eleição, e outros atos como superministro da Argentina. A negociação com os poderes das instituições argentinas será o próximo desafio a ser tratado, como já reconheceram os jornalistas. Já que 21 das províncias argentinas escolheram a liberdade, e com a vitória de Milei, com cerca de quase 56% dos votos com 93% de apuração, o destino dos hermanos será um foguete em direção à prosperidade. Enfim, esperamos que o destino final do foguete não seja o fundo do oceano, já que poderá salvar os argentinos desse terrível leviatã socialista que condenou tanta gente honesta à miséria.



Referências:

https://oglobo.globo.com/blogs/bernardo-mello-franco/coluna/2023/11/o-risco-milei-ameaca-a-democracia-argentina-e-real-diz-biografo.ghtml

https://www.dadosmundiais.com/america/argentina/inflacao.php

https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/deficit-comercial-da-argentina-balanco/

https://valor.globo.com/mundo/noticia/2023/11/07/subsidios-na-argentina-somam-7-do-pib-e-desafiam-candidatos.ghtml

https://www.bloomberglinea.com.br/internacional/governo-argentino-lanca-novo-pacote-de-auxilio-as-vesperas-da-eleicao/

https://www.estadao.com.br/internacional/argentina-escolhe-hoje-o-tamanho-de-seu-estado-entre-os-gastos-peronistas-e-a-motosserra-de-milei/

https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/extrema-esquerda-raiz-reforca-foco-em-pautas-identitarias-para-atrair-juventude/

https://revistaoeste.com/mundo/argentina-da-calote-em-bananeiros-da-bolivia-e-do-paraguai

https://oglobo.globo.com/blogs/bernardo-mello-franco/coluna/2023/11/o-risco-milei-ameaca-a-democracia-argentina-e-real-diz-biografo.ghtml

https://www.estadao.com.br/opiniao/juizo-final-na-argentina/

https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2023/11/decisao-na-argentina.shtml

https://revistaoeste.com/mundo/javier-milei-publica-video-de-bolsonaro-as-vesperas-da-eleicao-argentina/

https://www.bbc.com/portuguese/brasil-48536726

https://www.estadao.com.br/internacional/brics-novos-membros-indices-democracia-desenvolvimento-humano-idh-nprei

https://mundoeducacao.uol.com.br/historia-america/peronismo.htm

https://g1.globo.com/google/amp/politica/noticia/2023/11/19/argentina-enfrenta-piora-na-economia-mas-mantem-melhores-indices-sociais-que-o-brasil-compare.ghtml