O primeiro ponto necessário compreender é que o mercado financeiro não é uma entidade centralizada, ou seja, ele não tem endereço ou um número para que algum presidente possa intimidar com ameaças de um mafioso estatal.

O mercado financeiro é formado por indivíduos e empresas que, por meio de contratos, realizam trocas voluntárias ao redor do globo. Adam Smith explicou este processo com a teoria da Mão Invisível. Neste modelo o mercado por todo o mundo se organiza para levar um produto em excesso de um lugar para um outro lugar com alta demanda.

Por exemplo, uma flor muito especial que só cresce no interior de um país asiático é muito apreciada por suas características, beleza, odor, status, etc. Por qualquer motivo que esta flor vire uma tendência de consumo nos EUA, os indivíduos neste país estão dispostos a pagar qualquer preço por esta flor. Neste contexto, lojistas nos EUA se organizam para comprar dos produtores asiáticos estas flores. Além disso, uma empresa de logística forneceria o serviço para o transporte da mercadoria, fora diversos outros participantes, dessa cadeia produtiva, que não foram citados aqui. Fato é que o produtor asiático não conhece o consumidor americano e vice-versa, no entanto “uma mão invisível” trouxe a flor de seu local de produção até o consumidor.

Em contrapartida temos o planejamento central utilizado por governos comunistas e socialistas, você sabe, aqueles que gostam de gulags e campos de concentração. Neste modelo o Estado decide, por meio de planejamento quinquenal ou outra fração arbitrária de tempo, o que será produzido para a população. Isso se mostrou um completo desastre, vide problemas na extinta URSS, Cuba, Venezuela, dentre tantos outros exemplos. Os líderes de uma Estado socialistas não tem a onisciência e onipresença para saber a necessidade de toda a população e como alocar corretamente recursos escassos, para satisfazer cada indivíduo. Este problema é o que Ludwig von Mises nomeou de o “problema do cálculo econômico”.

Você percebeu até aqui que o livre mercado é o melhor para operar a “mão invisível”, no entanto como o mercado entende o que cada indivíduo quer e o que cada indivíduo deve produzir? O preço é o marcador objetivo para oferta e demanda, ou seja, quando há grande demanda e pouca oferta os preços tendem a subir, no entanto, quando há grande oferta e pouca demanda os preços caem. Isto também é chamado de “lei da oferta e demanda”. Ao longo do tempo, se o Estado não intervir, a oferta e demanda tendem a buscar um equilíbrio. Um exemplo recente no Brasil foi o álcool em gel para conter o “bichinho de Wuhan”, foi dito pela mídia que álcool em gel era o milagre na Terra, fazendo subir muito o preço do produto, à época.

A pressão foi grande para que, o então presidente, Bolsonaro regulamentasse a comercialização do produto. Felizmente, com auxílio de seu ministro Paulo Guedes, Bolsonaro não fez nenhuma lei, assim o mercado se ajustou em pouco tempo e o preço voltou à normalidade. Se Bolsonaro tivesse regulamentado tal produto, hoje em dia, o álcool em gel, possivelmente, teria o preço equivalente ao de um barril de petróleo, além da escassez do produto.

Como Milton Friedman disse: “Se colocarem o governo para administrar o deserto do Saara, em cinco anos faltará areia”. Pois toda lei estatal, mais conhecida como lei positivada, é burra e gera escassez, vide a Venezuela sentada sobre a maior reserva de petróleo do mundo e não está conseguindo produzir o suficiente para consumo próprio.

Até aqui ficou claro para você como o preço e o mercado reagem à ação humana. Para simplificar as trocas voluntárias foi criada a bolsa de valores, onde são negociadas de tudo um pouco. O mercado futuro é um serviço importante para entender como o mercado financeiro já decretou o fracasso do governo Lula. Antes de adentrar aos fatos, preciso explicar o que é uma commodity e o motivo do mercado futuro ser tão importante para grandes players do setor.

Uma commodity é qualquer produto que não se diferencia entre outros, por exemplo, se você pega um pouco de açúcar com seu vizinho, você pode devolver outro tanto de açúcar de qualquer marca. A qualidade é praticamente a mesma. No entanto, se você pegar uma BMW com o seu vizinho, você obrigatoriamente deve devolver a mesma BMW não importa que seja do mesmo ano e cor.

Portanto, açucar é uma commodity e o carro não. As commodities tem uma característica importante, respeitando certos atributos do produto o comprador não se importa com a origem do produto. Irei materializar para você: um padeiro que precisa todo mês de um saco de 60 quilos de farinha de trigo de um determinado tipo. Respeitando os atributos da farinha de trigo, o padeiro não se importa se o produto é da marca X, Y ou Z. Ele precisa dos 60 quilos. Correto? A recíproca é a mesma para o mercado mundial que negocia a compra de commodities como soja, milho, trigo, carne, petróleo, entre outros.



Você deve estar se questionando, o que tem a ver o mercado futuro com as commodities. Bem, é exatamente neste ambiente que os contratos são realizados. No mercado futuro os principais players não estão principalmente preocupados com especulação, logicamente, onde há dinheiro há especuladores, no entanto, grandes empresas produtoras de itens que necessitam de commodities, procuram os mercados negociadores de tais commodities para fecharem contratos, assim garantindo a produção constante de produtos finais, como pão, massas, óleos, ração, etc…

É a mão invisível trabalhando meu amigo. Bem, mediante a oferta futura de produção uma empresa pode realizar o contrato da compra de milhares de sacas de uma determinada commodity. Ao passo que o produtor sempre tenta produzir o máximo, pois não utiliza a totalidade do campo para produzir por acarretar em perdas no processo produtivo, assim estocando o excesso em silos. O que ocorre quando o preço não está atrativo para o produtor? Exatamente, ele estoca nos silos. No entanto, silos são limitados e, chegando no limite de estocagem, o produtor acaba vendendo por um preço baixo para não perder a produção.

Neste ponto chegamos ao ponto crucial onde o mercado financeiro decretou o fracasso do governo Lula. Os preços das commodities mais relevantes do agronegócio brasileiro estão em tendência de baixa, ou seja, o mercado internacional produzirá menos, pois estão prevendo pouco crescimento do consumo nos principais países do mundo, nominalmente, EUA, China e países da europa ocidental.

Além disso, a Rússia que estava crescendo como potência asiática está em vertiginoso declínio com sanções que atrapalham as compras internacionais. Por exemplo, bloqueio do sistema SWIFT, que transfere fundos monetários internacionalmente e graves embargos logísticos. Já a China está sofrendo com suas decisões autoritárias e totalitárias como esperado em regimes comunistas. O programa “bichinho chinês zero” prejudicou bastante a economia, além disso a bancarrota do setor imobiliário freou a expansão sino-comunista. Com isso, o agronegócio, que traz liquidez para a balança comercial brasileira, está em risco. O que isto significa? Sem dólares entrando na forma de comércio, o governo Lula terá que ir ao mercado para comprar dólares. O que ocorre quando há aumento de demanda? Exatamente, o dólar sobe. O dólar também é uma commodity.

Como já dito sobre a crise asiática se acentuando, a China que antes era importadora de minério e aço, agora está exportando aço. Adivinhe? o mercado futuro de aço está caindo. A Gerdau, em seus últimos relatórios trimestrais, vem demonstrando a vertiginosa queda das vendas. O mercado brasileiro está recebendo aço chinês mais barato, assim, aumentando a presença em 50% do produto. Como não pode faltar, os principais produtores de aço nacional já estão pedindo taxação do aço estrangeiro, ao Estado babá. Ao invés de exigirem menos intervenção estatal, redução de tributos, para conseguirem competir com empresas de fora, os empresários daqui estão pedindo mais taxas. É a mentalidade medíocre do brasileiro.

Por fim, o setor elétrico colocou o pé no freio. A TAESA que é um player importante na produção e distribuição de energia está receosa com o futuro, ela diminuiu ou manteve controlado os investimentos futuros pelas incertezas jurídicas envolvidas no governo Lula. Já a Transmissora Paulista, ISA CTEEP, está com o Capital Expenditure, também chamado de CAPEX. Ou seja, a despesa de capital é um montante utilizado por uma organização para adquirir, atualizar e manter ativos físicos, como propriedades, edifícios, tecnologia ou equipamentos. Neste contexto, o CAPEX da ISA CTEEP para 2024 e 2025 está com o pé no freio. Para piorar, a AES está com fortes indícios de saída do mercado brasileiro. O último país que AES saiu foi a Venezuela de Hugo Chaves, e você sabe o que aconteceu por lá.

Você pode se questionar da importância de empresas de energia. A geração e distribuição de energia é extremamente importante para um país. Quantos equipamentos eletrônicos foram adquiridos ao longo dos anos, apenas por você? Além disso, os carros elétricos são uma realidade, e isso tudo coloca uma sobrecarga descomunal no sistema elétrico nacional. E o que o governo Lula está fazendo? Incentivando empresas a serem criadas ou atraindo investimento estrangeiro? Nada disso, está forçando que as empresas vendam participação para a Eletrobrás. A Eletrobrás é uma empresa estatal de energia que é irrelevante na geração e distribuição. A sua maior ação é participar acionariamente em outras empresas, ou seja, com isso o governo Lula terá direito a decisão nas empresas do setor.

Bem meu amigo o futuro já foi decidido, e será caótico. Não foi falta de aviso, agora poderemos ver o Projaquistão e os Farialimers se rasgando com o L que fizeram. Protejam-se com Bitcoin e que Deus esteja com vocês.

Referências:

https://br.tradingview.com/markets/futures/quotes-agricultural/
https://www.noticiasagricolas.com.br/cotacoes-mercado-futuro/soja
https://www.otempo.com.br/economia/por-que-o-aco-chines-esta-tao-barato-com-forte-impacto-no-brasil-entenda-1.3292211
https://s3.sa-east-1.amazonaws.com/static.cteep.mediagroup.com.br/Arquivos/Download/5464-ISA-CTEEP-Resultados-3T23.pdf