Putin afirma que NÃO PRETENDE INVADIR a Polônia e Letônia (Será Mesmo?!)

Putin afirma que não pretende invadir a Polônia e Letônia, porém ele disse o mesmo sobre a Ucrânia anos atrás. Como confiar na palavra do ditador?

O intitulado presidente, que na prática é um ditador, Vladmir Putin deu uma entrevista ao jornalista americano Tucker Carlson, conhecido por ter várias entrevistas com políticos famosos e principalmente presidentes. Embora a entrevista pareça mais uma longa propaganda russa, ainda gerou respostas interessantes sobre os assuntos da guerra.

A entrevista aconteceu no dia 6 de fevereiro e durou 2 horas, sendo publicada no dia 8 e repercutindo bastante pelo confronto atual entre a Rússia e a Ucrânia. Não abordaremos 100% da entrevista nesse vídeo mas focaremos na questão sobre a invasão da Europa em si.

O jornalista havia perguntado sobre se em alguma situação, o presidente russo enviaria tropas para a Polônia, que é membro da OTAN e um dos membros mais ativos a ajudar a Ucrânia devido á todo seu histórico de invasões por vizinhos.

O Vladmir Putin então respondeu "Apenas em um caso: se a Polônia atacar a Rússia. Por que? Porque não temos interesse na Polônia, na Letônia ou em qualquer outro lugar. Por que faríamos isso? Simplesmente não temos qualquer interesse"

Seus comentários foram dublados em inglês com IA e repercutiram bastante, principalmente pelo medo que a Europa tem de uma eventual escala do conflito para uma Guerra Mundial.

Embora o presidente russo tenha afirmado isso, podemos bem lembrar de quando no início de 2022, em meio á uma escalada de tensões, ele também afirmou que a Rússia não invadiria a Ucrânia, o que obviamente sabemos hoje que era uma mentira, então o que o impede de mentir novamente dessa vez?

Um dos pontos atualmente seria a de que os Países Bálticos e a Polônia são atualmente membros da OTAN e qualquer invasão armada á esses países seria respondida com o envio de todas as tropas da OTAN, o que facilmente aniquilaria a Rússia e seu exército em questão de meses.

A Própria Polônia possui uma parcela da população que defende que a Polônia saia momentaneamente da OTAN para atacar a Rússia e ajudar a Ucrânia, encerrando assim a guerra em menos tempo e evitando uma escalada de conflito. Quase similar á ideia de intervenção dos Estados Unidos para evitar escaladas e a criação de futuras ameaças ao governo Americano.

Segundo o governo Russo, Putin concordou em dar a entrevista por causa da abordagem do ex-apresentador da Fox News, que seria diferente da suposta "visão unilateral" do Ocidente sobre ele. O Putin provavelmente só deu essa entrevista pela sua estratégia atual de culpar o Ocidente pela guerra, como se fosse a Ucrânia que não quisesse aceitar as propostas de paz absurdas do Kremlin, que "chegam a ser piores do que uma rendição incondicional".

Mas que triste não é mesmo? O estado Russo invade um país vizinho, mata seus cidadãos e os usa como moeda de troca, e a reação normal das pessoas é a de se opor a isso? Quem poderia imaginar que indivíduos livres seriam contra a agressão de um estado para exterminar outros povos e ficariam do lado da Ucrânia?

E incrivelmente o próprio Carlson disse que uma grande parte da cobertura da guerra pela mídia ocidental tende para o lado do Zelensky.

Carlson também é um apoiador de Trump nas eleições americanas desse ano, o qual afirmou que pretende parar com o envio de dinheiro e armas para a Ucrânia por "não ser uma responsabilidade dos americanos". Enquanto que Putin afirma que as relações da Rússia com os Estados Unidos se manterão as mesmas, independente dos resultados das eleições esse ano.

Além de outras coisas, o presidente russo afirmou que era possível se alcançar um acordo sobre o jornalista americano detido há um ano na Rússia, Evan Gershkovich. Só imagino o próprio Tucker Carlson sendo jornalista tremendo frio lembrando-se disso.

O próprio Putin defendeu a invasão em 2022 como necessária, dizendo que é "impossível derrotar a Rússia na Ucrânia" e que agora o Ocidente "sabe" que a Rússia não será derrotada nem com ajuda dos Estados Unidos ou da Europa. Bom, deve ser por isso mesmo o fronte não deve estar estagnado para o lado Russo não é? Putin com seu "exército imbatível", com muitas aspas, deve agora estar tomando água de coco em Kiev.

"Houve alvoroço e clamor sobre infligir uma derrota estratégica à Rússia no campo de batalha, mas agora aparentemente estão percebendo que é difícil conseguir isso, se é que é possível. Na minha opinião, é impossível por definição". - Disse o ditador. "Vou dizer o que estamos dizendo sobre este assunto e o que estamos transmitindo aos líderes americanos. Se realmente querem parar de lutar, devem parar de fornecer armas" - completou.

Uma clássica ameaça do bandido dizendo que não vai atirar caso você abaixe sua arma contra ele, ou quando sua mãe fala que não vai te bater caso você entre em casa, quem não confiaria?

Como um dos últimos tópicos, podemos citar a cara de pau de Putin ao afirmar que "Zelensky enganou seus eleitores" pois o presidente ucraniano teria prometido trazer paz ao povo da Ucrânia e teria supostamente causado a atual guerra.

"Zelensky chegou ao poder com a expectativa da população ucraniana de que traria paz ao país", como parte da propaganda Russa de que a Ucrânia ao ser invadida é quem teria iniciado a Guerra.

Mas nisso podemos até nos lembrar de alguns momentos históricos em que ditadores megalomaníacos queriam invadir países menores e subjugar seus povos, mas antes criaram uma desculpa esfarrapada para botar os invadidos como os vilões. O próprio "Adolf", aquele mesmo do bigodinho estranho, usou isso para tentar invadir a Polônia em 1939, com um ataque a uma emissora de Rádio Alemã causado por supostos soldados poloneses, e já de pronta entrega, foi emitido um ultimato para a Polônia entregar seus territórios em Danzig.

Putin, diferente do que mostra na entrevista, está preocupado com o resultado da guerra empacado e sem conseguir avançar, com o batalhão Wagner perdendo sua força e protagonismo recentemente por receio do próprio ditador em ser deposto por meio de uma revolta nas forças armadas.

Bem como Maduro faz na Venezuela (só que em tempos de paz), o presidente russo emplacou todo tipo de narrativa para justificar suas próprias ambições e tentativas de compensar o que lhe falta lá embaixo.

Quem lembra da propaganda de que a Ucrânia seria um estado nazista por ter um movimento fascista com algum pequeno apoio e usarem os símbolos deles como um símbolo nacionalista?

Ou melhor ainda, a vez em que um suposto espião Ucraniano foi detido na Rússia com planos para matar ao vivo um apresentador de um programa de Televisão. O tal espião tinha em seu quarto de hotel, três cópias do jogo "The Sims" e uma cópia autografada do livro "Main Kampf", com uma assinatura falsificada que estava escrito literalmente "Ilegível"... não, a assinatura não estava ilegível, na assinatura estava escrito a palavra Ilegível.

No fim das contas, essa entrevista foi mais uma tentativa de Putin de emplacar suas mentiras para o ocidente e se colocar como "um coitadinho" na guerra, demonizando exatamente o país invadido, a Ucrânia, que não tem culpa de nada.
Mas enfim, estados sempre são violentos e buscam pela expansão. Não é uma falsa promessa de um burocrata que muda isso. No fim só podemos ficar alertas e nos lembrar: Guerras não se anunciam, se iniciam...

Referências:

https://www.brasil247.com/mundo/zelensky-enganou-seus-eleitores-afirmou-putin-em-entrevista-exclusiva-a-tucker-carlson
https://www.cartacapital.com.br/mundo/e-impossivel-derrotar-a-russia-na-ucrania-diz-putin-a-tucker-carlson/