BUKELE diz que o Mundo PRECISA de uma NOVA ROMA! (Será?)

Bukele afirmou e nós questionamos. Será mesmo que o mundo precisa de uma Nova Roma?

Recentemente o famoso presidente de El Salvador, Nayib Bukele, fez um post no X (antigo Twitter) no qual afirmava que o mundo atualmente necessita de uma nova Roma governando.

Mas o que bulhufas ele quis dizer com um tweet tão aleatório quanto esse? Embora ele não tenha dado tantos detalhes, nós, obviamente, podemos presumir sobre o que ele estava querendo dizer e pensar um pouco a respeito.

Já deixando claro que iremos nos aprofundar na geopolítica e relações globais de outros países. Será que, afinal de contas, é mesmo necessário um estado maior que os outros para manter a paz mundial?

E que governo melhor para dar de exemplo senão o próprio Império Romano? A ascensão de Roma de uma cidade-Estado para o vasto Império Romano foi o resultado de uma enorme quantidade de eventos ao longo dos séculos e que possibilitou sua consolidação.

Inicialmente era apenas um estado forte na península itálica, mas Roma expandiu seu domínio por meio de várias conquistas e alianças ao longo dos anos, consolidando seu controle sobre toda a região.

Antes ela era um Reino que nos anos finais desse período sofreu com alguns reis autoritários e cruéis, os quais fizeram com que o último rei fosse expulso e fosse proclamada a República Romana, com dois Cônsules assumindo o papel de governantes e sendo eleitos a cada um ano, em um sistema em que um precisava da aprovação do outro para fazer certas ações, gerando, em teoria, um balanço de poder.

Roma passou por décadas de batalhas e guerras regionais contra os seus vizinhos e alianças, conseguindo unificar a maior parte da península da Itália em 275 a.c após guerrearem contra o Reino de Epirus.

Poucos anos depois, Roma entrou em guerra contra o Império de Cartago pelo controle da Sicília e outras ilhas próximas. O Império de Cartago era um grande império na época e dominava uma grande parte do norte da África Ocidental, ilhas no mediterrâneo e uma parte do sul da Ibéria. Mas eram fracos economicamente e logo explodiram em revoltas após inúmeras batalhas, perdendo assim a Primeira Guerra Púnica.

É até irônico se olharmos para as próprias batalhas e considerarmos que Roma falhou em invadir o norte da África e na evacuação perdeu mais de 100 mil soldados de seu exército, para em seguida vencer. Depois de tudo isso, foi a estabilidade e economia que ajudou Roma a vencer a guerra.

Mas a Segunda Guerra Púnica aconteceu quando o General Aníbal, considerado um dos maiores da história, invadiu uma cidade romana na península Ibérica em 219 a.c. Ele, então, atravessou por terra todo o resto da Ibéria e o território da atual França com um exército de mais de cem mil homens e centenas de elefantes de guerra por um monte de terras desoladas, vazias e cheias de bárbaros.

Foi quase algo impossível considerando a época em que foi feito e o terreno praticamente vazio que foi atravessado. Aníbal perdeu quase metade de seus homens mas aterrorizou os territórios romanos, obrigando o exército romano a adotar a "estratégia fabiana" que consistia em evitar confrontos diretos com o exército de Aníbal e esperar ele esgotar seus recursos.

Isso acabou funcionando e uma outra parte de Roma avançou na Ibéria e tomou as cidades de Cartago que estavam lá, matando também o próprio irmão de Aníbal. Nem mesmo com uma invasão surpresa na atual Albânia pelo Reino da Macedônia os romanos perderam e conseguiram expulsar os Macedônios em 205 a.c.

O Império de Cartago foi perdendo cada vez mais até Aníbal retornar para a África na batalha final de Zama na atual Tunísia, onde Roma venceu e Aníbal convenceu o senado local a assinar a paz.

Mas mesmo com essas décadas de guerras e tudo que Roma pode conquistar no mediterrâneo ocidental, ainda não foi o suficiente para saciar a sede de poder da república e nem para derrotar as ameaças externas.

Isso porque o Reino da Macedônia, junto com outros impérios do Oriente Médio, eram uma ameaça constante na visão de Roma. E, após várias guerras, em 146 a.c, Roma anexou completamente a região da Grécia.

Mas essa anexação gerou um efeito reverso e a cultura grega influenciou muito no resto dos territórios de Roma, sendo construídos os famosos aquedutos e o tão icônico Coliseu de Roma.

Após isso, houve, ainda, o surgimento de um governo dos militares romanos para tentar estabilizar a república, o que levou à ascensão de Júlio César que, mesmo tendo sido traído e assassinado, influenciou diretamente os outros imperadores romanos e as guerras por poder que se seguiram com os Triunviratos.

O Império Romano depois de muito tempo ainda foi dividido entre o Império Romano do Ocidente e o Império Romano do Oriente, que ficaria conhecido como o Império Bizantino, enquanto que o primeiro não duraria muito e seria pouco depois invadido pelos bárbaros e povos germânicos, que fundaram, assim, o Sacro Império Romano Germânico.

Depois disso tudo, vemos toda a trajetória que Roma passou de uma república expansionista a um império que, embora não tenha durado séculos, teve influência na cultura mais de mil anos após a sua queda.

O que Bukele, provavelmente, quis dizer é sobre a necessidade de um grande país que sirva como um ponto de referência para o mundo e o futuro novamente, já que até os Estados Unidos, que ocuparam esse papel na guerra fria, hoje estão muito mais perdidos com a Cultura Woke dos democratas e um monte de pautas raciais e de gênero que não contribuem em nada para a sociedade.

No entanto, teremos que discordar de Bukele, pois esperar que surja uma "nova roma" para o mundo é somente acreditar na ideia de um "estado salvador da humanidade" e não ir atrás de algo produtivo de fato, esperando que, magicamente, tudo será resolvido por algum burocrata.

O domínio de Roma foi algo único na história humana e que centenas de estatistas malucos tentaram repetir muitos séculos após a queda do antigo império. Indo desde o básico como o Sacro Império Romano Germânico até pessoas como Napoleão, que afirmou que Constantinopla era a capital do mundo, e até mesmo os Otomanos que reivindicavam o título de sucessores de Roma após a tomada de Constantinopla (atual Istambul) do antigo Império Bizantino.

Até mesmo alguns Tsares russos afirmavam que a Rússia era a "Terceira Roma" pela influência da religião ortodoxa no país que veio da influência da igreja grega, além de seu tamanho e expansão comparáveis ao império Romano.

Nem o ditador bigodudo da Alemanha deixou de fora essa ideia e embora não necessariamente quisesse que uma Roma italiana fosse forte, ainda admirava implicitamente todo o poderio de Roma.

Todos conhecem a famosa ideia de Hitler sobre criar uma hegemonia da cultura alemã e a ideia do mesmo de que o Reich deveria "Durar mais de mil anos", tal como Roma.

Isso tudo só mostra o quanto Roma foi influente e se tornou uma grande lenda e sonho de todo grande estatista, um império mais forte do que todos de sua época e que cultua seus imperadores como grandes heróis.

Embora a história não se repita sempre, ela costuma rimar. Então vai saber o que o futuro nos reserva não é mesmo? Seja um grande renascimento cultural ou a vitória definitiva do livre mercado sobre o estado, a única certeza que temos são os impostos e a morte.

Mas aqui vai uma dica do revisor e narrador deste artigo: será que a ‘Nova Roma’, à qual Bukele se refere, não será protagonizada pelo Vaticano em parceria com a maior potência política e militar da atualidade, ou seja, os Estados Unidos?! Bem, entendedores, entenderão.

Referências:

https://www.reddit.com/r/brasilivre/comments/1bc4bb1/enquete_o_que_acham_dessa_declaração_do_bukele/