Empresas e Estado: Quem Combate Melhor a Desinformação?

Enquanto governos apostam na censura para combater fake news, plataformas digitais estão vencendo a desinformação com transparência, colaboração e incentivos econômicos.

Enquanto políticos e burocratas fingem combater fake news com censura e leis cada vez mais autoritárias, algo extraordinário vem acontecendo nas plataformas digitais. E não é o que você imagina.

Uma revolução silenciosa está em curso, e ela está destruindo completamente a narrativa oficial de que precisamos do estado para nos proteger da desinformação. O mais irônico? As próprias empresas de tecnologia — aquelas que os governos adoram vilanizar — estão demonstrando como o verdadeiro combate à mentira funciona: com transparência, descentralização e liberdade de expressão.

Tudo começou no X (antigo Twitter) com uma funcionalidade aparentemente simples: as Community Notes. As notas da comunidade permitem que os usuários adicionem contexto a postagens enganosas ou imprecisas. Diferente dos comentários, que aparecem abaixo da postagem e nem sempre são visíveis sem clicar nela, as Community Notes são sempre visíveis.

Pela primeira vez, uma plataforma criou um sistema onde os próprios usuários podem adicionar contexto e correções a postagens enganosas — e essas correções aparecem diretamente na postagem original, não escondidas nos comentários. Mais importante: uma postagem com uma Community Note não será rotulada, removida ou alterada pelo X a menos que ela viole as Regras do X, os Termos de Serviço ou a Política de Privacidade.

Traduzindo: ninguém é censurado. A informação permanece, mas com contexto adicional. É o oposto exato do que governos fazem — que é simplesmente apagar o que não gostam.

E aqui vem a parte que os críticos do sistema adoram ignorar: quando uma postagem recebe uma Community Note, ela é automaticamente desmonetizada. Ou seja, o criador perde a receita publicitária daquele conteúdo específico.

Não é apenas uma questão de "educação vs. censura" — há consequências econômicas reais. O sistema não apenas informa que algo está errado; ele tira dinheiro do bolso de quem espalha desinformação. É o mercado se autorregulando da forma mais elegante possível.

Pense na genialidade disso: em vez de um burocrata decidindo arbitrariamente o que merece punição, a própria comunidade identifica o problema e o sistema automaticamente remove o incentivo financeiro para continuar espalhando informação duvidosa. É capitalismo puro trabalhando contra fake news.

E funciona? Os resultados falam por si: em termos de precisão, 97,5% das notas estavam totalmente corretas; 2% estavam parcialmente corretas, abordando conclusões cientificamente debatidas; e 0,5% estavam incorretas. Isso mesmo — 97,5% de precisão em um sistema colaborativo. Quando foi a última vez que um órgão governamental apresentou essa taxa de acerto?

Mais impressionante ainda: criadores de conteúdo começaram a corrigir ou apagar seus próprios posts quando recebem Community Notes. Por quê? Porque perderam dinheiro com eles. É pavloviano — e funciona melhor que qualquer multa governamental.

Pesquisas da Universidade de Gies revelam que a verificação de fatos baseada em colaboração pode reduzir efetivamente a desinformação, já que os usuários têm mais probabilidade de apagar postagens falsas ou enganosas quando correções revisadas por pares são adicionadas. As pessoas até começam a corrigir suas próprias postagens quando recebem notas da comunidade. Isso é educação, não censura.

Se apenas o X tivesse implementado esse sistema, poderíamos chamar de experimento. Mas não. As outras gigantes tecnológicas viram o sucesso e correram atrás.

O TikTok acabou de lançar os "Footnotes" — todos os usuários do TikTok nos EUA podem visualizar as notas classificadas como úteis e enviar suas próprias avaliações em troca... É a versão do TikTok das Community Notes do X — uma forma de empoderar os usuários para manterem uns aos outros informados.

E por que esse movimento em massa? Porque as empresas descobriram algo que os governos se recusam a admitir: o melhor antídoto contra a mentira não é o silêncio forçado — é mais informação combinada com incentivos econômicos corretos. É transparência. É debate aberto. E é o próprio mercado criando consequências financeiras para quem espalha mentiras.

O YouTube adicionou seu próprio sistema em 2024, e a Meta seguiu com uma medida de alto impacto que incluiu o rompimento com serviços profissionais de checagem de fatos em suas plataformas. Até o Facebook — que por anos dependeu de "checadores oficiais" — abandonou o modelo centralizado de verificação de fatos. Coincidência?
Agora vamos ao que realmente importa: por que o modelo governamental de combate à desinformação é uma farsa completa?

Primeiro, vamos ser honestos sobre o que realmente acontece quando o estado "combate fake news". Não é combate — é censura seletiva. O governo decide unilateralmente o que é "verdade" e apaga tudo que discorda. Não há transparência, não há debate, não há direito de defesa. É a definição literal de autoritarismo.

Segundo, quem fiscaliza os fiscalizadores? Quando uma Community Note está errada, a própria comunidade pode corrigi-la ou classificá-la como inútil. Quando um governo censura algo incorretamente... bem, boa sorte tentando reverter isso. Você vai precisar de advogados, recursos e anos de processo.

Terceiro, e mais importante: o modelo estatal pressupõe que burocratas e políticos são moralmente superiores e intelectualmente mais capazes que o cidadão comum. É pura arrogância elitista disfarçada de "proteção social".

A diferença é filosófica e prática ao mesmo tempo.

Enquanto as Community Notes operam com transparência — você vê quem escreveu a correção, quais fontes foram usadas, quantas pessoas classificaram como útil ou inútil —, a censura estatal acontece nas sombras. A decisão vem de cima e você não sabe nem quem tomou a decisão de apagar seu conteúdo.

É descentralização contra centralização na forma mais pura. Em vez de uma autoridade única decidindo unilateralmente o que é verdade, milhares de usuários contribuem com informações e votam sobre sua utilidade. É democracia real funcionando, não a farsa representativa onde alguém decide por você sem dar satisfação.

Mais importante ainda: o modelo empresarial educa, o estatal emburrece. Quando você vê uma Community Note, aprende algo novo, entende o contexto, pode verificar as fontes e formar sua própria opinião. O modelo estatal apenas proíbe. É a diferença entre dar uma vara de pescar e simplesmente esconder os peixes.

O governo? Tem incentivo para censurar o que for politicamente inconveniente. E quando erra — o que acontece constantemente — não perde um centavo. Você que se ferre.

É literalmente o mercado criando um sistema de autorregulação mais sofisticado, justo e eficaz que qualquer aparato estatal. Em vez do martelo cego da censura, temos um bisturi econômico que pune precisamente a desinformação sem destruir a liberdade de expressão.

Aqui mora a grande ironia: os mesmos governos que vivem criticando as "Big Techs" por não fazerem o suficiente contra desinformação agora ficam incomodados quando elas realmente criam soluções eficazes.

Por quê? Porque essas soluções expõem que o problema nunca foi a tecnologia ou a falta de controle. O problema era que o modelo estatal nunca foi sobre combater fake news — foi sobre controlar narrativas.

Quando as empresas mostram que é possível combater desinformação sem censura, com transparência, debate aberto e incentivos econômicos alinhados, fica óbvio que o que os governos querem não é verdade — é poder.

Os Footnotes vão se basear no conhecimento coletivo da comunidade do TikTok permitindo que as pessoas adicionem informações relevantes ao conteúdo da plataforma... Eles vão se somar ao nosso conjunto de medidas que ajudam as pessoas a entenderem o contexto completo de cada informação.

Estamos vendo o nascimento de um novo paradigma. Em vez de autoridades centralizadas ditando o que podemos ver e acreditar, temos comunidades auto-organizadas fornecendo contexto, correções e informações adicionais — com consequências financeiras reais para quem insiste em espalhar mentiras.

E os resultados não mentem: evidências empíricas sobre sua eficácia em reduzir o engajamento com desinformação nas redes sociais mostram que o sistema funciona. Pessoas param de compartilhar informações incorretas quando recebem contexto adequado — e param ainda mais rápido quando percebem que vão perder dinheiro por isso. Simples assim.

O verdadeiro combate à desinformação não vem da censura — vem da transparência. Não vem do silêncio forçado — vem do debate aberto. Não vem de autoridades impostas — vem de comunidades organizadas com pele no jogo econômico.

As empresas de tecnologia, com todos os seus defeitos, entenderam isso. Criaram sistemas que respeitam a liberdade de expressão enquanto combatem efetivamente a mentira usando os próprios mecanismos do mercado. Não é perfeito, mas é infinitamente superior ao modelo autoritário que governos tentam impor.

As Community Notes, Footnotes e sistemas similares não são apenas funcionalidades — são uma declaração de princípios. São a prova de que não precisamos abrir mão da liberdade para combater a mentira. São a demonstração definitiva de que o mercado cria soluções mais eficientes, justas e eficazes que qualquer intervenção estatal.

O estado nunca vai admitir isso, porque significaria admitir que seu modelo autoritário era desnecessário desde o início. Mas a realidade não liga para o que políticos admitem. E o mercado não para para pedir permissão.

A revolução contra a desinformação já começou. E ela não vem de ministérios, supremos tribunais ou agências reguladoras.

Vem da tecnologia. Vem da descentralização. Vem da liberdade. E vem do próprio capitalismo criando incentivos para que a verdade seja mais lucrativa que a mentira.

E isso, nenhuma lei consegue parar.

Referências:

https://help.x.com/pt/using-x/community-notes
https://giesbusiness.illinois.edu/news/2024/11/18/study--community-notes-on-x-could-be-key-to-curbing-misinformation
https://www.washingtonpost.com/politics/2024/06/19/youtube-fact-check-x-community-notes/