Governo LULA estuda a criação de VALE CARNE de R$ 35 para beneficiários do BOLSA FAMÍLIA

Expectativa do governo Lula: pobre comendo picanha. Realidade do governo Lula: esmola de R$ 35 para o pobre comer carne de segunda.

Senhoras e senhores, estamos diante de mais uma brilhante ideia, por parte do governo Lula. Como é que ninguém pensou nisso antes? Bem, vamos explicar do que se trata: o Ministério do Desenvolvimento Agrário, comandado pelo petista Paulo Teixeira, grande crítico da Operação Lava Jato - isso vai ser importante já já - recebeu uma proposta de um grupo muito interessado - nós também já vamos chegar lá. A proposta em questão já chegou ao ministério com um nome bem pomposo: “Programa Carne no Prato”. E do que se trata esse projeto? É simples: estamos falando de um vale, concedido pelo governo, que permitiria a pessoas carentes comprar até 2kg de carne bovina por mês.

A coisa já parece idiota antes mesmo de entrarmos em detalhes; mas, acredite ou não, o ministro parece ter gostado bastante dessa ideia. Tanto que, agora, o projeto foi encaminhado para outros ministérios - o da Casa Civil e o do Desenvolvimento Social, - a fim de que essa história seja desenrolada pra valer. A ideia seria, basicamente, instituir um voucher de R$ 35 para beneficiários do programa Bolsa Família - mixaria essa que poderia ser usada, exclusivamente, para comprar carne de boi.

Atualmente, o Bolsa Família conta com 21 milhões de beneficiários - sim, é gente com força. Fazendo um cálculo simples: se cada beneficiário desse programa receber R$ 35 a mais, todos os meses, chegaremos a um custo anual, para os os nossos bolsos, de cerca de R$ 8,8 bilhões. E se você quer saber de onde vai sair essa grana toda: problema seu, o governo não lhe deve explicação!

Na prática, segundo os proponentes dessa ideia, o programa “Carne no Prato” poderia levar a um aumento na demanda na ordem de 2,3 milhões de cabeças de gado por ano. É óbvio, portanto, que alguém vai ficar muito feliz, caso esse programa seja aprovado - e eu não estou falando dos pobres que, supostamente, receberão essa esmola estatal. Fala sério: tem como imaginar uma ideia mais imbecil do que essa? Apenas pelo bem do argumento, vamos enumerar todos os pontos negativos, relacionados a essa proposta.

Em primeiro lugar, precisamos perguntar: por que restringir o gasto desse dinheiro apenas à carne bovina? Isso tira a possibilidade das famílias pobres planejarem, de forma inteligente, seu cardápio. Às vezes, a família quer consumir outro tipo de carne, por qualquer motivo - ou até mesmo outro alimento, por conta de restrições alimentares. Esse é um típico problema do planejamento central: não é possível, para um burocrata ou um político, prever, com exatidão, as necessidades de cada pessoa.

Mas a coisa vai além: será que R$ 35 realmente são suficientes para que cada família compre 2kg de carne bovina? Aqui, na minha terra, esse valor não seria suficiente - você precisaria de pelo menos R$ 40, num dia de promoção, para comprar 2kg de carne de segunda. Ou seja: não vai ser dessa vez que o pobre vai comprar sua prometida e tão sonhada picanha. Porém, se houvesse possibilidade de usar essa grana para comprar, por exemplo, frango, o pobre conseguiria levar para casa até mais do que 2kg. Mais uma vez, podemos perceber como a ideia de restringir o tipo de produto a ser comprado é bastante burra.

Em terceiro lugar, vem um questionamento que você, a essa altura do campeonato, certamente já se fez: como é que o governo vai garantir que as pessoas realmente vão comprar carne? Hoje, o Bolsa Família é pago em dinheiro aos beneficiários. A pessoa, basicamente, pode gastar essa grana com o que quiser - até mesmo com uma calça pra uma adolescente, que custa mais de R$ 300. A forma mais fácil de pagar esse novo programa, seria embutir seu valor no pagamento mensal que já é feito. Se a coisa acontecer assim - bem, o governo não terá condições de fiscalizar esse novo gasto. Do contrário, o governo teria que criar um cartão específico para essa finalidade - sabe-se lá como, e em que condições. Outra alternativa será a utilização do DREX, a moeda digital brasileira, que pode ser programada para ser usada apenas em compras específicas e, inclusive, com prazo de validade para expiração.

Mas esses são os problemas práticos. Existem questões econômicas mais profundas que também merecem a nossa atenção - justamente por serem as mais importantes. Como dissemos, se levado a cabo, esse programa estatal vai aumentar, artificialmente, a demanda por carne bovina. Isso, obviamente, vai gerar uma distorção no mercado - como sempre acontece, quando o estado intervém na economia. Recursos escassos serão direcionados de outros setores para a pecuária - impedindo o aumento de produtividade em outras áreas. O pior, porém, é saber que, se esse programa um dia acabar, essa demanda artificial vai cair, e os novos investimentos realizados se mostrarão completamente inviáveis. Prepare-se para uma correção econômica!

Mas a coisa não pára por aí - precisamos falar do financiamento de mais esse gasto estatal. Esse tipo de programa, na prática, obrigará toda a população brasileira a socializar os custos da carne dos beneficiários do Bolsa Família. A verdade, contudo, é que nem todo pobre recebe esse auxílio - e nem todo beneficiário merece, de fato, recebê-lo. É justo, portanto, que toda a população banque, por meio de seus impostos, mais essa farra assistencialista?

Chegamos, assim, ao sexto ponto - ou você já perdeu as contas por aí? A verdade é que não dá pra garantir que o governo vai conseguir esses quase R$ 9 bilhões por meio de impostos. Hoje, o governo Lula já está às voltas, tentando resolver o problema do déficit fiscal crescente. Mas, digamos que o Molusco decida bancar essa farra assistencialista por meio da emissão de mais dívida: o que vai acontecer? Bem, aí teremos o problema da inflação, uma vez que a dívida estatal é financiada com dinheiro impresso do nada. Ou seja: os preços vão ficar mais caros - inclusive o da carne, para o povo do Bolsa Família. Em outras palavras: o governo vai apenas piorar o problema, sem resolver nada, em contrapartida.

Colocando a coisa nesses termos, essa ideia parece ser realmente imbecil, não é mesmo? Então, por que a coisa ainda assim está sendo ventilada? Quem pode estar tão interessado nisso? A essa altura do campeonato, você já deve ter chegado à sua própria conclusão, mas mesmo assim vamos dizer: quem deu essa ideia para o ministro petista foi um grupo de pecuaristas. Oras, oras, quem poderia imaginar, hein? Agora, se você quiser que a coisa fique ainda mais grotesca, saiba que, no meio desse grupo, encontramos ninguém menos que Guilherme Bumlai - filho de José Carlos Bumlai, mui amigo do Lula e condenado na Lava Jato. Será que você também teve uma sensação de deja vú, ao ouvir esses nomes?

Fala sério! Será que alguém, em algum momento, realmente achou que o governo Lula estava realmente preocupado com os mais pobres? Danem-se os pobres! O importante mesmo é ajudar os amigos pecuaristas que fizeram o L com gosto - ou qualquer outro oportunista. Afinal de contas, e como bem sabemos, é para isso mesmo que o estado serve: para roubar de todos, para dar para alguns. É claro que, para que a coisa não fique assim tão descarada, o estado cria algumas ideias bastante originais, para justificar o mesmo roubo de sempre. Portanto, o programa “Carne no Prato” nada mais é do que uma dessas brilhantes ideias estatais para assaltar a nossa carteira.

Debaixo de cada programa estatal, podemos encontrar - além do já conhecido populismo assistencialista e demagógico - aquele real interesse, por parte do estado, de enfiar as 2 mãos - com seus 9 dedos - nos cofres públicos. Esqueça essa conversa fiada de preocupação com os mais pobres: a ideia do governo Lula é usar esse pretexto para dar mais grana para os seus amigos, como sempre aconteceu no passado. É aquela história: mudam-se as ideias, mas os nomes - e a roubalheira - continuam os mesmos.

De fato, não sabemos, ainda, se esse programa realmente vai para frente. Até o momento, esse voucher para beneficiários do Bolsa Família é apenas uma ideia, aceita por um ministro lulista muito empolgado, mas ainda a ser debatida por outros. A verdade, contudo, é que o amor realmente voltou, no governo Lula. Não, não estou falando do amor ao pobre, ou àquela metade da população que escolheu Bolsonaro - eu não seria tão iludido de pensar algo assim. Estou falando, é claro, do amor aos empresários amigos do rei que, ao que tudo indica, vão receber as benesses estatais mais uma vez.

Referências:

https://oantagonista.com.br/brasil/governo-federal-propoe-voucher-carne-no-prato-para-auxiliar-na-compra-de-carne/