Quando o Estado criminaliza a biologia e transforma discordância em crime, não estamos mais diante de uma sociedade livre e civilizada — mas de uma ditadura ideológica. Isabella Cêpa fugiu do Brasil por dizer o óbvio: que homens são homens.
Isabella Cêpa não imaginava que um simples post no Instagram mudaria sua vida para sempre. Hoje, ela carrega o título pouco invejável de ser a primeira brasileira a receber asilo político na Europa desde 1985 — não por fugir de uma ditadura militar, mas por ter ousado chamar um homem de homem em pleno século da informação abundante e da ciência avançada.
O caso, que choca pela sua simplicidade e aterra pela sua gravidade, começou em 2020, quando Erika Hilton, um político biologicamente masculino que se identifica como mulher, foi eleito para a Câmara Municipal de São Paulo com mais de 50 mil votos, tornando-se o "vereador mais votado" e sendo celebrado como a "mulher mais votada" do país. A contradição inerente a essa celebração não passou despercebida por Isabella.
"Eu nem conhecia essa pessoa", relembra a ativista feminista. "Vi uma manchete celebrando que a mulher mais votada de São Paulo era uma mulher trans e compartilhei um vídeo dizendo que estava decepcionada ao saber que a mulher mais votada era, na verdade, um homem." Essa declaração singela — que qualquer pessoa com conhecimento básico de biologia consideraria factualmente correta — transformou-se na base para cinco acusações criminais que poderiam resultar em 25 anos de prisão.
O mecanismo legal usado contra Isabella expõe não apenas a distorção do sistema judicial brasileiro, mas algo mais sinistro: a aplicação prática do que o jurista alemão Günther Jakobs denominou "Direito Penal do Inimigo". Em junho de 2019, o Supremo Tribunal Federal decidiu, por 8 votos a 3, de forma unilateral e sem aprovação do Congresso Nacional, que discriminação contra a "comunidade LGBTQ" constituía crime de racismo, estendendo a Lei nº 7.716/1989 para incluir orientação sexual e identidade de gênero.
(Sugestão de Pausa)
Essa decisão representa mais que ativismo judicial — é a materialização da teoria de Jakobs, que distingue entre um "direito penal do cidadão" e um "direito penal do inimigo". Segundo Jakobs, certas pessoas, por serem consideradas inimigas da sociedade ou do Estado, não detêm todas as proteções penais e processuais concedidas aos demais indivíduos. O Estado brasileiro efetivamente classificou Isabella Cêpa como "inimiga" por expressar convicções baseadas em realidade biológica.
A lei original de combate ao racismo foi criada para proteger grupos historicamente discriminados com base em características imutáveis, como raça e etnia. Aplicá-la a questões de "identidade de gênero" — um conceito fluido, baseado em autoidentificação — representa uma distorção completa que permite criminalizar qualquer discordância ideológica. Como alertou o famoso libertário americano Murray Rothbard: "O Estado, por sua própria natureza, deve violar as leis morais geralmente aceitas às quais a maioria das pessoas adere".
Enquanto o Brasil criminaliza feministas por defenderem a realidade biológica, outros países democráticos mantêm proteções mais robustas à liberdade de expressão. O Reino Unido, embora também enfrente tensões sobre questões transgênero, demonstra maior equilíbrio jurídico.
O caso de Maya Forstater ilustra essa diferença fundamental. Forstater perdeu seu emprego por expressar convicções similares às da jovem Isabella — que o sexo biológico é real e imutável. Porém, em 2021, um tribunal britânico decidiu que suas crenças constituíam "filosofia de vida protegida" sob a legislação de igualdade do Reino Unido, estabelecendo que "as crenças sobre sexo biológico não são incompatíveis com a dignidade humana".
(Sugestão de Pausa)
Mais recentemente, em abril de 2025, a Suprema Corte britânica confirmou, unanimemente, que a definição legal de "mulher" sob o Equality Act de 2010 não inclui mulheres transgênero — uma decisão que, no Brasil atual, resultaria em perseguição criminal. A famosa escritora da saga Harry Potter, J.K. Rowling, que doou mais de 90 mil dólares para apoiar casos similares, permanece livre para expressar suas convicções sem enfrentar processos criminais.
A diferença é reveladora: enquanto o Reino Unido protege o direito de expressar crenças sobre o sexo biológico como "filosofia de vida legítima", o Brasil criminaliza essas mesmas convicções como "racismo social". O país está, infelizmente, dominado pela ditadura woke e pelo politicamente correto.
A perseguição contra Isabella seguiu o roteiro clássico dos regimes autoritários: denúncias, investigação policial vasculhando redes sociais em busca de "evidências" adicionais de "transfobia" e, finalmente, acusações formais. O caso não é isolado. A feminista Karen Mizuno enfrenta denúncias na Justiça, com pena de até três anos de prisão, por zombar de um ativista trans que afirmou que "arqueólogos são transfóbicos" por identificarem Lucy — o famoso fóssil de 3,2 milhões de anos — como fêmea, com base na estrutura pélvica.
Em outro caso simultâneo, uma faxineira e um administrador da Universidade Federal da Paraíba enfrentam até cinco anos de prisão por "racismo social", após pedirem que um estudante transgênero usasse o banheiro masculino. O Brasil criou um sistema em que piadas sobre paleontologia se tornam crimes, e funcionários universitários são criminalizados por seguir políticas institucionais básicas.
(Sugestão de Pausa)
Quando autoridades federais interceptaram Isabella no aeroporto de Salvador, em julho de 2024, o absurdo atingiu seu ápice. Os próprios agentes governamentais reconheceram que ela poderia estar sendo politicamente perseguida e orientaram que não retornasse ao Brasil. É revelador quando agentes estatais percebem que seus próprios processos judiciais constituem perseguição política.
A jovem feminista agora é oficialmente reconhecida pela União Europeia como a primeira pessoa no mundo a receber status de refugiada por perseguição estatal baseada em sua oposição à ideologia de gênero. Esse precedente histórico não é motivo de celebração — é um atestado de falência civilizacional e um sinal de alarme internacional sobre o estado da democracia brasileira.
A organização MATRIA Brasil, que acompanhou o caso desde o início, foi direta: "Isabella foi deixada sem escolha além de recorrer à medida mais extrema: buscar asilo político no exterior." Quando organizações de defesa dos direitos das mulheres precisam celebrar que uma compatriota conseguiu fugir do próprio país, algo está profundamente errado.
Há uma ironia cruel no fato de que o deputado Erika Hilton — que se apresenta como defensor dos direitos humanos — tenha usado o aparato estatal para silenciar uma mulher por expressar suas convicções. Eleito como representante de São Paulo, Hilton é frequentemente retratado como símbolo de progresso em um país onde, segundo organizações trans, 131 pessoas trans foram mortas em 2022. Mas onde estão os dados sobre quantas mulheres foram criminalizadas, perseguidas ou forçadas ao exílio por baterem de frente com a ideologia de gênero?
(Sugestão de Pausa)
A narrativa dominante celebra Hilton como uma vítima corajosa lutando contra a discriminação, enquanto a jovem Isabella — uma mulher real, sendo perseguida por defender os direitos das mulheres reais — foi transformada em criminosa pelo sistema judicial brasileiro. É uma inversão completa da realidade que expõe a natureza autoritária da ideologia de gênero quando implementada por meio do poder estatal.
Isabella Cêpa pagou o preço máximo por recusar-se a aceitar que homens podem se tornar mulheres por vontade própria ou por decreto governamental. Perdeu seu país, sua comunidade, sua língua nativa e está longe de amigos e parentes. Tudo isso por insistir numa verdade que era considerada óbvia até poucos anos atrás: o sexo biológico é real e imutável.
Seu caso estabelece um precedente internacional que deveria envergonhar qualquer brasileiro que ainda acredita em liberdade de expressão. Quando outros países precisam conceder asilo a nossos cidadãos por perseguição ideológica, perdemos qualquer pretensão de ser um país civilizado e livre.
(Sugestão de Pausa)
A história julgará duramente uma sociedade que criminalizou mulheres por defenderem os direitos das mulheres, que transformou a biologia em blasfêmia e que forçou feministas ao exílio por não se curvarem à nova ortodoxia. Isabella não é apenas uma refugiada — ela é o símbolo vivo da nossa covardia coletiva diante da tirania ideológica.
Quando até o exílio vira prova de sanidade, e a verdade biológica exige proteção diplomática, é sinal de que o Brasil já ultrapassou a linha do tolerável. A questão já não é se existe liberdade no país — mas quem será o próximo a perdê-la. O grande ensinamento aqui é que defender a liberdade alheia é defender a sua própria liberdade, porque nunca saberemos quando a bota pesada do Leviatã estatal irá se virar contra nós. Hoje, muitas feministas adeptas da esquerda marxista comemoram quando conservadores, liberais, católicos e libertários são perseguidos, mas não entendem que, no dia em que quiserem dizer o que pensam, serão os próximos na lista da polícia política do regime.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_penal_do_inimigo
https://reduxx.info/exclusive-brazilian-woman-granted-refugee-status-in-europe-after-facing-25-year-sentence-for-misgendering-trans-politician/
https://reduxx.info/exclusive-brazilian-feminist-facing-25-years-in-prison-after-calling-trans-politician-a-man/
https://www.washingtonpost.com/world/brazils-highest-court-makes-it-a-crime-to-attack-a-person-based-on-sexual-orientation-gender-identity/2019/05/23/cc28fcce-7cc8-11e9-b1f3-b233fe5811ef_story.html
https://reduxx.info/brazil-woman-under-investigation-for-criminal-transphobia-after-posting-a-joke-online-faces-up-to-three-years-in-prison/