PREÇO DOS ALUGUÉIS em BELÉM para a COP 30 VOLTA A CAIR, mas NÃO FOI POR CAUSA DO ESTADO

Nada melhor do que o livre mercado para corrigir as distorções que surgem naturalmente no próprio mercado. E mais uma vez, iremos mostrar todo o fracasso estatal.

O governo Lula 3.0, já se aproximando do fim de seu terceiro ano, ainda não conseguiu mostrar a que veio — ou, usando o jargão político, ainda não “deixou sua marca”. É claro que todos nós sabemos bem quais são os reais objetivos de qualquer político de esquerda no poder: mais corrupção, aumento do poder estatal e favorecimento dos amigos do rei. Contudo, o discurso oficial que Lula e sua equipe têm carregado desde a campanha eleitoral passa por alguns pontos que, supostamente, deveriam ser as marcas do terceiro mandato do Molusco.
Dentre esses, o fator “meio ambiente” sempre foi um dos mais importantes — sendo também um dos mais fracassados, desde o início. E aquilo que deveria ser o motor da imagem petista justamente na questão ambiental — um evento climático de proporções globais — pode acabar sendo seu maior fracasso. Ainda assim, acredite ou não, esse evento pode nos ensinar valiosas lições econômicas.
É com isso em mente que nossa atenção se desloca para o norte do país — ou, de forma mais específica, para o preço que se paga para passar uns dias por lá. O caso do alto preço cobrado por quartos de hotel e hospedagens em geral na cidade de Belém se tornou uma notícia recorrente nos últimos meses — tanto no Brasil quanto fora dele. Do dia para a noite, o preço dos aluguéis na capital paraense disparou assustadoramente. E o que causou esse súbito aumento? Bem, você certamente sabe do que se trata: estamos falando da chegada da COP 30 ao Brasil — evento que vai acontecer justamente em Belém do Pará.
(Sugestão de Pausa)
A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, carinhosamente apelidada pelo nome que os americanos dão a seus policiais, vai ocorrer entre os dias 10 e 21 de novembro — ou seja, muito em breve. Espera-se que gente de todo canto — os chamados “delegados” — venha se hospedar em Belém, a cidade escolhida pelo governo Lula para sediar o tal evento. Já podemos questionar, logo de cara, se essa foi realmente uma boa escolha. E eu adianto para você a resposta: é claro que não — e por uma série de motivos, mas ainda vamos chegar a esse ponto.
Mas, afinal de contas, por que a chegada da COP 30 fez com que o preço dos aluguéis na capital do Pará subisse tanto assim? A resposta para essa pergunta também é bastante simples: é a lei da oferta e da demanda funcionando diante de nossos olhos. Do dia para a noite, a demanda por leitos de hotel e outras hospedagens na cidade de 1 milhão e 400 mil habitantes disparou — e, com isso, o preço subiu consideravelmente. É natural que seja assim: a oferta de imóveis ficou estável, mas a demanda aumentou absurdamente. Nesse caso, o preço tende a ser corrigido para cima.
É claro que o que vimos em Belém foi, sim, um pouco exagerado. Estamos falando de preços que chegaram aos milhões de reais. Não, não são milhares de reais — são milhões mesmo. Por exemplo, viralizou o anúncio de uma casa com dois quartos sendo oferecida, para o período dos 11 dias da COP 30, por mais de dois milhões de reais. Pois é: provavelmente o imóvel em si vale menos do que isso, o que torna esse preço totalmente irrealista. Mas, como eu sempre digo, se tem quem cobre, é porque tem quem pague. Bem, talvez não neste caso específico…
(Sugestão de Pausa)
Acontece que os preços por lá já despencaram. A poucos dias do início do badalado evento climático, o valor dos aluguéis em Belém já caiu 47% em comparação com os preços praticados em fevereiro. E o que levou a essa queda brusca? Exatamente: o fenômeno oposto ao que causou a alta inicial. Desta vez, a falta de demanda fez com que os imóveis para aluguel simplesmente encalhassem.
Atualmente, há mais de 300 imóveis na capital paraense sendo alugados por um valor total de R$ 5 mil para os 11 dias do evento. Não parece muita coisa, não é mesmo? Pelo menos é bem mais barato do que o valor milionário pedido por muitos locatários alguns meses atrás. Ao puxar o valor um pouco mais para cima — até R$ 10 mil por todos os dias da COP 30 —, o número de imóveis encalhados salta para mais de mil. Claro, ainda há imóveis sendo negociados por valores sem noção, mas esse número tem caído consideravelmente.
Veja que a correção dos preços não se deu, como muitos poderiam acreditar, pela ação regulatória do Estado. Sim, a Justiça estatal até tentou resolver isso na base da canetada. Certa decisão judicial determinou que plataformas de aluguel, como a Booking, agissem para coibir o que foi considerado uma prática “lesiva ao direito dos consumidores” pela Justiça. Isso, obviamente, não resolveu nada — como, aliás, já era de se esperar.
O que realmente resolveu o problema foi, de fato, o alto preço que estava sendo praticado em Belém. Pode até parecer um contrassenso, mas isso é a mais fundamental lei da economia agindo diante de nossos olhos. Basicamente, o fenômeno responsável por diminuir os preços é, justamente, o preço alto. Na capital paraense, o custo elevado dos aluguéis desestimulou a demanda pela locação de leitos e imóveis, fazendo com que os preços passassem por uma brutal correção — que ainda está acontecendo, diga-se de passagem.
(Sugestão de Pausa)
Já em agosto deste ano, sabia-se que muitas delegações haviam desistido de participar da COP 30 no Brasil devido ao exagero no preço dos aluguéis. Naquele momento, apenas 47 dos 196 países-membros da ONU haviam confirmado a presença de suas delegações. O governo brasileiro, inclusive, foi cobrado pela própria ONU, que realizou uma série de reuniões para tentar resolver a questão. Houve até mesmo a sugestão de que o governo brasileiro subsidiasse a estadia dos delegados estrangeiros — pois é. O mercado, contudo, foi muito mais eficiente em corrigir essa distorção do que os burocratas ambientalistas.
A verdade é que a COP 30 é, por si só, uma colossal sucessão de erros desde o princípio — a começar pela escolha do local que vai sediar o evento. Belém pode parecer uma escolha representativa por se localizar na região da Amazônia — embora, na cidade, não exista mais tanta floresta intacta. Contudo, a distância da capital do Pará em relação ao restante do país torna vários aspectos logísticos completamente inviáveis. Quando do anúncio do evento, Belém tinha apenas 18 mil leitos de hotel disponíveis para um total de 45 mil delegados esperados. Com tanta demanda para uma oferta tão pequena, estava claro, desde o começo, que o preço dos aluguéis iria disparar.
Mas as cabeçadas estatais não pararam por aí. Há algumas semanas, o Ministério Público Federal apontou o sério risco de colapso no sistema público de saúde em Belém por falta de estrutura para atender milhares de estrangeiros que aportariam na cidade. Afirma-se, inclusive, que a própria Secretaria Estadual de Saúde sugeriu a criação de uma “fila do SUS paralela” para atender os estrangeiros — um completo absurdo, sem sombra de dúvidas. No fim, o governo federal acabou direcionando centenas de milhões de reais do pagador de impostos para o Pará, a fim de solucionar esse problema.
(Sugestão de Pausa)
Contudo, talvez o maior erro relacionado à questão dos aluguéis tenha sido cometido pelos próprios locatários de Belém, que levaram a sério demais um evento irrelevante como a COP 30. Dá para entender o raciocínio por trás dessa decisão: o brasileiro tende a acreditar que todo gringo tem grana e que recebe e gasta em dólar. Então, o que seriam alguns milhares de reais para esse povo abastado? A verdade, contudo, é que nem todo país-membro da ONU é tão rico assim. Veja, por exemplo, que as nações africanas, em geral, têm grande dificuldade em bancar essa farra ambientalista. E até mesmo os países ricos não estavam muito a fim de esbanjar dinheiro nesse teatro verde. No fim das contas, os locatários de Belém deram com os burros n’água.
Num sistema de livre mercado, não é sensato elevar os preços indefinidamente, porque o comprador pode simplesmente desistir de adquirir aquele produto ou contratar aquele serviço. A verdade é que os preços são sempre subjetivos — um tênue equilíbrio entre o interesse do comprador e a disposição do vendedor. É claro que, mesmo em um livre mercado, abusos e erros de cálculo seriam cometidos, mas estes seriam plenamente corrigidos pelas próprias forças de mercado — como vimos no caso de Belém.
(Sugestão de Pausa)
Ali, na capital paraense, a balança pendeu demais para um lado, expulsando os compradores da jogada. Como o preço exigido pelos locatários era muito maior do que aquele que os locadores estavam dispostos a pagar, os imóveis simplesmente encalharam. Como resultado dessa queda brusca na demanda, houve uma correção natural nos preços — que não aconteceu por meio de leis ou de uma canetada estatal, mas sim pela ação do próprio mercado.
Com a queda nos preços e com outras gambiarras adotadas pelo governo Lula, o número de países confirmados já saltou para 149. Mas isso não muda o fato de que a COP 30 no Brasil já é um baita fracasso. Um misto de decisões equivocadas, erros estratégicos e trapalhadas típicas de políticos de esquerda culminou em mais um fiasco do governo Lula. Pelo menos, a COP 30 serviu para reforçar a lição econômica da relação entre preços e demanda efetiva. Mais uma vez, a mais básica lei da economia foi provada, demonstrando ser mais forte que o governo brasileiro, que qualquer outro governo — e até mesmo que um órgão globalista como a ONU.

Referências:

https://www.cnnbrasil.com.br/blogs/caio-junqueira/economia/macroeconomia/glo-da-cop-preve-8-mil-militares-em-belem/?utm_source=social&utm_medium=twitter-feed&utm_campaign=cnn-money-cnn-economia&utm_content=link

https://valor.globo.com/brasil/noticia/2025/08/01/hospedagem-durante-cop30-em-belem-supera-r-15-milhao-por-casa-popular-veja-anuncios.ghtml

https://g1.globo.com/meio-ambiente/cop-30/noticia/2025/09/30/justica-determina-medidas-contra-plataformas-de-hospedagens-por-precos-abusivos-durante-a-cop-30-em-belem.ghtml

https://g1.globo.com/meio-ambiente/noticia/2025/07/31/onu-chama-reuniao-de-emergencia-cop30.ghtml

https://revistaoeste.com/saude/cop30-mpf-aponta-risco-de-colapso-na-saude-de-belem/