TAXA DE NATALIDADE na ALEMANHA está DESPENCANDO e POPULAÇÃO pode COLAPSAR nas PRÓXIMAS DÉCADAS

A Alemanha se juntou de forma definitiva ao cada vez maior clube dos países que sofrem com graves problemas demográficos.

Os mais recentes dados demográficos da Alemanha são simplesmente devastadores. De acordo com informações divulgadas pelo Instituto de Pesquisas Econômicas da Alemanha, a situação populacional da maior economia europeia é, no mínimo, alarmante. De forma geral, o número de nascimentos no país tem caído de forma generalizada - com destaque para o leste alemão, onde a situação é ainda mais crítica. Sim, exatamente onde os comunistas governaram!

No ano de 2023, nasceram 693 mil crianças em toda a Alemanha. Isso representa 80 mil nascimentos a menos do que havia sido projetado para aquele ano, e um declínio de 13% em relação aos números de 2021. Há, naturalmente, uma desproporção, quando comparamos os territórios do oeste com os estados do leste da Alemanha. Nas terras que foram governadas pelos comunistas por 40 anos, a redução no número de nascimentos entre 2021 e 2023 foi de assustadores 17,5%.

Esses números deprimentes nada mais são do que um reflexo claro da queda na taxa de fecundidade da população alemã. Essa métrica, em resumo, informa a quantidade de filhos que as mulheres de determinado país têm, em média, durante toda a sua vida. Para que uma população se mantenha estável, é preciso que essa taxa seja de pelo menos 2,1. Pois bem: a taxa de fecundidade na Alemanha, que era de 1,58 em 2021 - ou seja, um nível muito baixo - caiu para 1,35 em 2023. Em resumo: a população alemã está indo para o saco em um nível alarmante!

É certo que a Alemanha já esteve nesse nível antes - de forma mais clara, em 2016, - mas conseguiu reverter parcialmente esse quadro. O fator imigração foi muito importante, nesse sentido; mas nós já vamos falar desse ponto. Da mesma forma, a Alemanha não é o único país no mundo a enfrentar esse tipo de problema - pelo contrário. Aqui, neste canal, nós já falamos sobre casos de países como Japão e China. Até mesmo o Brasil enfrenta esse problema - embora num nível ainda não tão elevado.

Alguns “especialistas” apontam para alguns fatores que motivam o povo alemão a desejar ter cada vez menos filhos. Uns dizem se tratar de um reflexo imediato da Guerra na Ucrânia: como o conflito se iniciou em 2022, é natural vermos uma queda no número de nascimentos logo no ano seguinte, como fruto de um temor por colocar crianças num país diante de confrontos armados. Outros ainda afirmam que a queda nas taxas de natalidade e de fecundidade se deve à crise climática - vai vendo...

Porém, a verdade é que muitos colocam a culpa dessa situação em fatores econômicos - algo que faz muito mais sentido. Na sequência da invasão da Ucrânia, a Alemanha enfrentou sua pior inflação em 70 anos - sim, os piores índices desde o período após o fim da Segunda Guerra Mundial. A culpa pelo súbito aumento de preços - puxado especialmente pelo custo da energia elétrica - deve ser colocada inteiramente no governo alemão. Por causa de ideologias progressistas, a matriz energética alemã, que contava com um eficiente sistema de usinas nucleares, passou a depender majoritariamente do gás russo. E o resto dessa história, você já deve conhecer bem.

Portanto, embora a inflação tenha dado uma arrefecida nos últimos meses, os casais alemães continuam reticentes em ter mais filhos. Afinal de contas, filhos são um gasto que ou é evitado, antes da gravidez, ou precisa ser mantido por tempo indeterminado - por mais cruel que isso possa parecer. Agora, some isso a uma série de intervenções estatais que arruinaram o setor imobiliário alemão, tornando cada vez mais caro e difícil ter uma casa, especialmente nas grandes cidades, e você tem a tragédia completa.

É claro que, de forma brilhante, o governo alemão tentou resolver esse problema usando a típica estratégia estatal: com ainda mais intervenções. Basicamente, a Alemanha fornece diversas formas de subsídios em dinheiro para famílias com crianças pequenas, chegando até mesmo a oferecer creches para os pimpolhos. Porém, como os dados recentes nos mostram, e como já era esperado por todo mundo, esse esforço estatal está longe de ser um sucesso - muito pelo contrário.

É importante frisar que a Alemanha tem mantido baixas taxas de fecundidade há muitas décadas - antes mesmo de esse problema se espalhar pelo Ocidente desenvolvido. A partir de 1975, a taxa de fecundidade das mulheres alemãs se manteve constantemente abaixo de 1,4. E entre 1972 e 2022, o número de mortes superou o número de nascimentos, ano após ano. Contudo, e ainda assim, a Alemanha continua tendo a maior população da Europa Ocidental.

Isso se deve, basicamente, à imigração - que tem impedido o colapso da população alemã há umas boas décadas. Apenas no ano de 2022, por exemplo, quase 1,5 milhão de imigrantes entraram no país. Nesse ano, e por causa desse fenômeno, a população líquida da Alemanha - ou seja, o número total de pessoas vivas morando no país em determinado período de tempo - cresceu em 300 mil pessoas. Em outras palavras: se não fosse o fluxo imigratório, a população alemã teria encolhido mais de 1 milhão de habitantes!

Só que esse número expressivo de imigrantes em 2022 demonstra a sazonalidade desse fenômeno. Dos 1,5 milhões de estrangeiros que entraram na Alemanha naquele ano, 1 milhão vieram da Ucrânia, por causa do início da guerra. Ou seja: esse fluxo não vai se manter pelos próximos anos, tendo sido algo pontual e que passará por uma eventual correção, quando os imigrantes retornarem para os seus lares.

Na verdade, segundo pesquisas, cerca de 44% dos imigrantes ucranianos afirmam querer ficar na Alemanha por ainda alguns anos - o que implica dizer que mais da metade dos imigrantes só aguardam o fim da guerra para voltar para casa. Isso significa, em resumo, que o país pode enfrentar uma debandada populacional muito séria nos próximos anos. Colabora para isso o fato de que apenas 17% dos ucranianos conseguiram emprego na Alemanha - algo que se deve, principalmente, ao absurdo peso da burocracia estatal sobre os trabalhadores.

E sim, isso é um problema real na Alemanha. Estima-se que há 1,5 milhões de vagas de emprego não preenchidas no país - mesmo com tanta gente sem conseguir trabalhar! Pois é, meu amigo: esse é o tipo de distorção econômica que apenas o estado pode nos proporcionar.

As perspectivas para a Alemanha não são nada animadoras. Acredita-se que a população produtiva alemã vai encolher 2% até 2045. Eu sei, isso não parece uma queda tão acentuada - embora esteja longe de ser um número a se comemorar. Acontece que, nesse mesmo período, o número de idosos vai crescer 13%: serão 2 milhões de velhinhos a mais do que hoje! Faça as contas para você perceber que o colapso demográfico alemão está logo ali, na frente.

Mas, afinal de contas, essa situação tem solução? Bem, a queda populacional nos países desenvolvidos é um fato bem conhecido e documentado. E, como nos ensinam os casos dos citados Brasil e China, mesmo países em desenvolvimento podem experimentar esse fenômeno. É algo iniciado no século 20, que pode ser atribuído a uma mudança cultural generalizada, e que parece permanecer até os dias de hoje. De forma geral, se a população humana mundial está crescendo, é por causa de umas poucas regiões que ainda não passaram por esse fenômeno.

O que não dá para negar, contudo, é que a interferência estatal, ao redor do globo, tem sua grande parcela de culpa nessa história. Temos casos mais evidentes e diretos, como a política do filho único na China, que condenou o país a um inevitável colapso demográfico. Porém, outros fatores menos óbvios, como a desvalorização da moeda, o aumento da carga tributária, o excesso de burocracia e a doutrinação da escola pública também exercem seu papel nessa mudança de rumos. E, como sempre acontece, em se tratando de intervenções estatais, talvez isso represente, no futuro, um grave problema para a humanidade.

Contudo, se há uma solução para o problema populacional que aflige a Alemanha, e diversos outros países, essa solução não está no estado - ela está no mercado. Se o mercado for deixado livre para agir, a resposta - se ela existir - será inevitavelmente encontrada, da forma mais eficiente possível. Essa solução pode estar na própria imigração, trazendo o excedente de população economicamente ativa de países pobres para países ricos carentes dessa mão-de-obra. Ou a solução pode residir num aumento tecnológico que compense o decréscimo populacional, mantendo ou mesmo aumentando o atual nível da produtividade humana.

Não é possível prever o futuro; quem brinca de interpretar bolas de cristais é o estado, e não nós, os libertários. O fato é que alguns problemas não têm solução; para todos os outros, a resposta não está no estado, mas sim, no mercado. A resposta oferecida pela sociedade livre pode não ser a mais bonita, a mais eurocêntrica, a mais tradicional, a mais cristã. Mas será a solução mais efetiva e eficiente. Nessa intenção, o estado não vai ajudar - apenas atrapalhar. Para a Alemanha, e para o resto do mundo, o estado é, foi e sempre será o maior dos problemas.

Referências:

https://www.dw.com/en/germanys-birth-rates-fall-sharply-amid-ongoing-crisis/a-68621944

https://www.thestepstonegroup.com/english/insights/articles/isnt-germanys-population-declining-in-2024-after-all/

https://www.reuters.com/world/europe/germanys-working-age-population-decline-by-2-by-2045-study-shows-2024-06-19/

https://exame.com/economia/inflacao-bate-recorde-historico-na-alemanha-em-2022/