Trago o amor de volta com dois PIX: Mais 35 milhões de Pix de R$ 0,01 foram feitos em 2023 por jovens que usam recurso para enviar mensagens a ex

Serenata de amor? Correio elegante? Cartomante com feitiço ou envio de flores e presentes... que nada, isso é coisa do passado. Agora, a moda é utilizar o Pix para enviar mensagens para ex-namorados ou ex-namoradas.

Não é à toa que dizem que o brasileiro merece ser estudado; mais de 35,3 milhões de trasações Pix de R$ 0,01 (um centavo) foram feitas em 2023. As pessoas usam não somente como forma de pagamento, mas também como meio de comunicação. O número de vezes que um Pix desse valor foi feito em 2023 cresceu mais de 30% em relação ao ano de 2022, segundo dados do Banco Central. Desde a criação desse sistema instantâneo de pagamentos, as transferências de R$ 0,01 foram repetidas mais de 70 milhões de vezes. Isso significa que o equivalente a R$ 700 mil foi transferido desta forma.

O uso de Pix de R$ 0,01 tornou-se uma forma de comunicação, muitas vezes associada a relacionamentos frustrados. Embora seja eficiente em alguns casos, pode não funcionar em outros. José Mauro Nunes, professor da FGV Ebape, alertou para o potencial de assédio, importunação e violação de medidas protetivas associadas ao uso desse método.

Um caso exemplar ocorreu em 2022, quando um soldado da Aeronáutica foi preso em Goiás por enviar Pix de centavos para sua ex-namorada, contendo mensagens de xingamentos e ameaças.

Agora, veja se isso não é o ápice da dependência emocional de uma pessoa, na qual ela não consegue se libertar da outra pessoa, mas insiste em criar meios de se comunicar.

A dependência da convivência deveria somente se limitar à infância. Espera-se que o ser humano se desenvolva para poder ter relacionamentos livres da dependência emocional. Este fato, e diversos outros sobre o crescimento e desenvolvimento humano, têm implicações profundas na política social. A questão central é: até que ponto e de que maneira esse estado inicial de dependência é resolvido durante o curso do desenvolvimento humano e até que ponto é substituído por uma autoconfiança competente e consistente com as normas sociais e culturais de uma determinada sociedade?

Numa sociedade fundamentada em princípios coletivistas, o desenvolvimento da competência individual na população como um todo deve estar limitado para preservar uma relação de submissão das pessoas para com o governo dominante.

Já numa sociedade livre, fundamentada nos princípios individualistas, o resultado apropriado do desenvolvimento de uma criança é uma pessoa adulta que é essencialmente autoconfiante. Ela é minimamente competente para atuar economicamente, socialmente e politicamente, através da cooperação voluntária numa comunidade de pessoas semelhantes. Uma população de tais pessoas é fortemente inclinada, por natureza, a estabelecer regras de convivência que protejam a integridade individual e os direitos de propriedade e, ao mesmo tempo, garantam a segurança material, a associação social e a regulação da força e da influência entre seus membros.

Durante o curso do desenvolvimento normal de um ser humano, esse requisito é criticamente importante. As habilidades essenciais para a vida, segundo fundamentos psicológicos, são adquiridas desde a infância e incluem competência, produção e cooperação. A capacidade de inibir impulsos patológicos, como inclinações sexuais agressivas e anseios por dependência, é crucial. A responsabilidade pela conduta de cada pessoa reside em si mesma, pois é o próprio cérebro que molda suas crenças, atitudes e emoções. O desenvolvimento, a política social e o socialismo moderno têm conexões profundas com a dependência nos relacionamentos adultos, da mesma forma que o governo exerce sobre a população.

O crescimento constante do poder dos relacionamentos tóxicos para dominar seus cônjuges é comparável ao crescimento constante do poder dos políticos para gratificar seus eleitores. Assim como a agenda esquerdista seduz gradualmente as pessoas, os relacionamentos tóxicos também exercem uma influência gradual sobre as pessoas, explorando seus anseios regressivos por indulgência.

Os relacionamentos tóxicos têm semelhanças com as causas psicológicas da loucura política, principalmente ligadas à mente esquerdista. Os processos mentais neuróticos ou irracionais podem distorcer as ideias sobre relacionamentos e sobre a sociedade em geral.

O mais absurdo de tudo isso é: qual o impacto do efeito da agenda esquerdista? Todas as formas de agenda esquerdista interferem com a relação racional entre a ação humana e as condições de vida ao desvincularem os resultados do comportamento adaptativo. Os programas governamentais assistencialistas de todos os tipos desconectam o recebimento de benefícios materiais do comportamento produtivo, da troca voluntária e dos processos normais de desenvolvimento que levam à competência adulta.

Em particular, os programas de assistência social abalam a segurança e o bem-estar do indivíduo, retirando duas de suas características sociais principais: sua própria iniciativa de produzir e trocar com os outros, e suas conexões sociais com membros de sua família, igreja, vizinhança, entre outros.

A tomada de inúmeras funções individuais e comunitárias pela agenda esquerdista, desde a educação infantil até o cuidado com os idosos, deixou um efeito de alienação do indivíduo e de sua comunidade, e roubou de ambos a mutualidade essencial.

Na esfera econômica, especialmente, as regras da agenda esquerdista tornaram-se contundentemente racionais, impondo inúmeras restrições ao que os negociantes profissionais podem ou não fazer, no tocante a procedimentos de contratação, vendas, compras, planos de saúde, planos de aposentadoria, precauções e outros aspectos. A burocracia sem fim aumenta o fardo já pesado dos impostos.

Mas a patologia social do coletivismo estende-se muito além do domínio econômico. Embora as crianças possam ser felizes numa relação de dependência de seus pais, adultos não podem ser felizes, num sentido maduro, numa relação de dependência interpessoal, não importa quão bem-intencionados os envolvidos sejam.

Em suma, a dependência em larga escala do cidadão adulto de um governo é sempre inerente à patologia e profundamente prejudicial ao seu crescimento em direção à maturidade. O desenvolvimento completo das habilidades ocupacionais e sociais permite ao indivíduo prover a segurança material e a vida interpessoal necessárias para uma felicidade adulta.

É importante cultivar relacionamentos saudáveis que promovam a liberdade e autonomia mútua, ao invés de criar dependências emocionais ou financeiras. Relacionamentos verdadeiramente saudáveis são aqueles que não exigem nada em troca, mas desejam o crescimento e bem-estar do outro.

Em conclusão, fica evidente que as políticas e agendas assistencialistas promovidas por governos têm um impacto significativo na vida dos cidadãos, afetando não apenas a esfera econômica, mas também a social e emocional. Ao desvincular os resultados do comportamento adaptativo e promover a dependência do Estado, tais políticas minam a autonomia e a liberdade individual, essenciais para o desenvolvimento humano e o bem-estar geral da sociedade.

É fundamental reconhecer a importância de promover relacionamentos saudáveis baseados na reciprocidade, respeito mútuo e independência emocional e financeira.

Esses relacionamentos não apenas contribuem para o crescimento individual e a felicidade, mas também fortalecem os laços sociais e a coesão comunitária.

Diante disso, é imperativo buscar alternativas que incentivem a responsabilidade pessoal, a iniciativa própria e a colaboração voluntária, ao invés de perpetuar a dependência seja de um relacionamento ou do Estado. Somente assim podemos construir uma sociedade mais resiliente, justa e verdadeiramente livre.

É crucial entender que não devemos aplicar nos nossos relacionamentos interpessoais os mesmos padrões de comportamento que criticamos na política e na economia. Ninguém é completamente vilão, herói ou vítima, e é fundamental que as pessoas se responsabilizem por seus próprios atos e assumam as consequências de suas escolhas.

Relacionamentos baseados em uma mentalidade socialista tendem a culpar os outros ou as circunstâncias pelos problemas, ao invés de assumir a responsabilidade.

Portanto, é essencial prestar atenção ao tipo de relação que temos com as pessoas que amamos, pois até mesmo o amor pode ser distorcido e utilizado como instrumento de controle e manipulação. Devemos ter cuidado para não permitir que esse tipo de amor nos condene, destrua ou aprisione, pois o verdadeiro amor promove a liberdade, o respeito mútuo e o crescimento pessoal. Cuidado para você não se tornar um Estatista no Amor.

Mas me conta aí: Você já mandou PIX de 1 centavo pedindo pra voltar o relacionamento?

Referências:

Mais 35 milhões de Pix de R$ 0,01 foram feitos em 2023; jovens usam recurso para enviar mensagens a ex-operanewsapp
https://www.terra.com.br/economia/mais-de-353-milhoes-de-pix-de-um-centavo-foram-feitos-em-2023-pessoas-usam-como-meio-de-comunicacao,58606cb556aaeca2b669b9be6518cc5bllebia4x.html?utm_source=clipboard
Transações por PIX em 2023 foram de R$ 0,01 a R$ 2 bilhões em uma única transferência | Economia | G1 (globo.com)